quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Religião e política não se misturam...

 


  Religião e política não se misturam...

  "Apesar de:
  A Bíblia falar sobre o GOVERNO HUMANO desde o princípio no livro de Gênesis.
  Apesar de a Bíblia relatar sobre esse sistema de governo que funcionou em toda a história e funciona até os nossos dias caminhando na contra mão dos princípios que Deus estabeleceu para a humanidade.
  Apesar das evidências históricas e proféticas sobre o plano de Deus e de sua agenda através dos tempos e governos que se levantariam e cairiam.
  Apesar das evidências históricas tanto bíblicas como seculares de Reis que, com seus governos perseguiram Israel e os cristãos a fim de destruí-los.
  Apesar de alguns sistemas de governos tentarem tirar a Bíblia de nossas mãos.
  Apesar dos governos tentarem impor regras para a sociedade que vão totalmente contra nossos princípios e valores morais e da família."

  Jesus no milênio vai estabelecer plenamente seu governo na terra, ou seja, estamos caminhando com esperança para um futuro governo perfeito nunca antes visto, por exemplo, quando oramos o Pai nosso, dizemos: "Venha o teu Reino", ou seja, estabeleça o seu governo. E de forma muito incoerente alguns estão afirmando que fé e Religião não se misturam, defendendo uma opinião que contraria tudo o que pregamos.
  Escolher um político para nos representar não é a mesma coisa que torcer por um time de futebol, pois aquele político é só um representante de toda uma ideia que seu partido traz como plano operacional para a sociedade, ou seja, por mais que estejamos olhando para homens disputando uma cadeira, não os estamos escolhendo, estamos escolhendo uma ideologia, sendo assim, isso implica diretamente no que dizemos crer.
  Devemos considerar que a fé não se trata de opinião, ou opiniões que  variam, nossa fé cristã é convicção das verdades contidas nas Escrituras que consideramos absolutas.
  O sistema corrupto que funciona desde Gênesis e que cai no livro de Apocalipse (Ap 18) é chamado de "Babilônia", a mãe das prostituições. A Babilônia é sim um espaço geográfico, mas também se trata de um sistema político que está em pleno funcionamento até os nossos dias, implantando todo tipo de ideias pecaminosas, seduzindo nações e reis, se possível o povo de Deus.
  Nós como cristãos somos como Daniel nessa Babilônia, inevitavelmente fazemos parte da sociedade que compõe o sistema, estamos envolvidos diretamente com ele, temos nosso papel, nossa responsabilidade, pois somos o sal da terra, algumas coisas nos são impostas pelo sistema e modernidade, não precisamos e nem vale a pena brigar por tudo, Daniel não brigou por tudo, ele sabia que estava na Babilônia, onde a cultura, a moda, a língua, a educação faziam parte desse novo mundo, mas existiam e existem coisas que não poderemos omitir, não poderemos compactuar, não poderemos nos dobrar, ainda que custe as nossas vidas, também devemos ser vigilantes com as armadilhas que existem neste sistema, apesar de estarmos diretamente envolvidos nele, não devemos nos embaraçar com as coisas dessa terra.
  Passou o tempo de Daniel na Babilônia, ele fez o que estava ao alcance dele, o sistema babilônico continuou, até mesmo quando o rei Nabucodonosor se converteu, encontramos em suas palavras no início do capítulo 4 um testemunho de um servo que reconhecia o governo eterno de Deus, mas mesmo com o rei convertido, o sistema babilônico continuou. Entendo com isso que não se trata de um sistema que funciona por conta de um partido, ou de um tempo específico na história, a corrupção faz parte do sistema de governo humano que não será exterminado por um homem, pois somente Jesus poderá fazer isso, Ele é a pedra tirada sem ajuda de mãos humanas como revelado ao rei Nabucodonosor e venceria todos os reinos (governos) anteriores (Dn 2.45).

  Daniel fez o que pôde no seu tempo, nós estamos fazendo tudo o que podemos em nosso tempo?
  Esse sistema sempre nos atingiu indiretamente, mas hoje, vejo o quanto ele nos atinge diretamente. Quando vejo a exposição daqueles que se dizem cristãos em suas redes sociais, irmãos levantando suas bandeiras políticas, defendendo suas ideias, gritando o nome de homens, mais uma vez cometendo o erro do povo de Israel que, na ausência de Moisés queriam festejar ao Senhor com um bezerro em sua frente (Ex 32), cometeram o pecado de idolatria e nós podemos estar caminhando nessa direção, pois o bezerro não servia para substituir o Senhor, mas o líder do povo, nossa dependência deve ser total no Senhor, quem nos traz paz, segurança, provisão, quem garante o nosso amanhã é Deus e não o homem que se sentará na cadeira para governar.
  Seria um erro grosseiro da nossa parte continuar acreditando que Deus está satisfeito em celebrarmos a Ele com a presença de um "bezerro" em nosso meio, seria um engano acreditar que Deus esteja satisfeito com a divisão do povo que diz pertencer a Ele, mas que vive ofendendo seus irmãos, Daniel não brigou por tudo na Babilônia, não faz sentido algum brigarmos entre nós mesmos, isso é o embaraço que muitos estão se prendendo.
  Paulo nos três primeiros capítulos da primeira carta aos coríntios chama a igreja de mundana, carnal, imatura, pois se dividiram ao preferir seus líderes espirituais, esvaziaram a cruz de Cristo, hoje tragicamente a igreja se divide por líderes políticos, Paulo diz que deveríamos caminhar com o mesmo pensamento, sim é isso que deveríamos buscar, isso coloca em check aquilo que entendemos como direito democrático, como cidadãos da terra temos nossos direitos e livre arbítrio, devemos fazer uso deles, mas como cristãos vivemos sob sob Lei de Cristo, nos tornamos servos d'Ele e tudo que fazemos precisa estar baseado na Palavra, ter o mesmo pensamento diz respeito a ter a mente de Cristo, não seria isso possível se dependessemos da opinião de homens ou de suas ideologias, somente quando seguimos o que as Escrituras dizem podemos pensar igual, pois tudo converge em Cristo.

  Penso no quanto Deus está entristecido com sua igreja, Paulo também no capítulo 6 da primeira carta aos coríntios repreende a igreja pelos problemas entre os irmãos, por estarem levando essas causas para juízes ímpios julgarem, ou seja, estava trazendo escândalo para a igreja, hoje diferente da forma como faziam em corinto, mas com os mesmos danos, levamos nossas indiferenças para as redes sociais. Esse é o método do nosso adversário, nos dividindo, também está nos enfraquecendo, nossa relação, nosso trabalho, até mesmo nossas orações serão prejudicadas por essa divisão.

  Ao tomar sua decisão neste momento decisivo do Brasil, não pense como um torcedor que diz que não vai "virar a casaca", avalie com sensatez a história, considere os fatos, considere os valores e princípios que você diz crer e pregar, considere a história do povo de Deus e do cristianismo até os nossos dias, inclusive a atividade do comunismo contra nossos irmãos. Na Babilônia de Daniel não existia a democracia, ele fez o que pôde enquanto estava lá, hoje todos nós somos os "Daniéis" na nossa nação, com o poder nas mãos de escolher aquilo que é melhor, não seja omisso e não corra o risco de ser conivente ou participante direto do sistema babilônico. Sim, essa decisão diz respeito aos nossos ideais e nossa mentalidade cristã, fala sobre o propósito de Deus que passa por nós e se estende por toda a terra.
  Termino com a Palavra que está em Apocalipse que fala sobre o fim desse sistema que opera no mundo, a Babilônia:

  Apocalipse 18:1 E DEPOIS destas coisas vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra foi iluminada com a sua glória.
  2 E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e covil de todo espírito imundo, e esconderijo de toda ave imunda e odiável.
  3 Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua fornicação, e os reis da terra se fornicaram com ela; e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias.
  4 E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas.

Pr. JCN

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

O cão vivo e o leão morto.

 Palavra de saudação:


  Eclesiastes 9:4 Quem está entre os vivos tem esperança; até um cachorro vivo é melhor do que um leão morto!

 

  Às vezes nos preocupamos tanto em mostrar que somos "leões" para aqueles que estão ao nosso redor que não nos damos conta do preço que teremos de pagar para sustentar isso. Do que vale ser visto como um leão, mas estar morto, quando digo morto, não precisa ser necessariamente literal (ainda que aconteça muito isso), mas digo que muitos para sustentarem uma vida de aparência se entregam a morte espiritual todos os dias, trata-se de hipocrisia. 

  Vale mais estar vivo, ainda que nos vejam como um cachorro. Entenda que não significa ter uma vida suja de cão, não é isso que o texto diz, mas que esperança é para vivos, ainda que a situação não seja totalmente favorável hoje, "enquanto há vida, há esperança". 

  Paulo nos ensina em suas palavras sobre o que as pessoas devem pensar de nós, que apesar de zelarmos por um bom testemunho de servos de Deus, esse tipo de "ostentação" não deve ser a maior de todas as nossas preocupações.


  2 Coríntios 12:6 Mesmo que eu preferisse gloriar-me não seria insensato, porque estaria falando a verdade. Evito fazer isso para que ninguém pense a meu respeito mais do que em mim vê ou de mim ouve.

 

  Devemos evitar certas coisas a fim de conseguirmos uma "fama" de algo que não somos, isso acaba se tornando muito comum em nossos dias através das redes sociais.

  O conselho de hoje é: Não se esforce tanto para ser quem você não é, viva a vida e tenha esperança, pois para quem está morto, resta apenas a "fantasia de leão".


  Deus te abençoe!

 Pr. JCN


segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Provérbios 15

  Provérbios 15.15 - Todos os dias do oprimido são infelizes, mas o coração bem disposto está sempre em festa.

 

  Começar mais uma semana de trabalho e desafios pode ser para muitos um motivo de opressão, muitos acabam sofrendo por antecipação situações que nem aconteceram, geralmente corações tomados pela ansiedade são responsáveis por aquilo que o sábio destaca no provérbio, OPRESSÃO E INFELICIDADE.

  Nem toda opressão é causada por espíritos malignos, devemos tomar o cuidado de não sermos os próprios agentes malignos da nossa história, trazendo infelicidade aos nossos dias.

  Outro conselho do sábio que completa esse é:

  Pv 4.23 - Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida.

  Seus dias dependem muito desse cuidado com o coração, não se deixe ser tomado por essa opressão e consequentemente a infelicidade, siga seus dias com fé, ore ao seu Pai Celestial e siga como um bom soldado de Cristo, enfrente seus medos, seja feliz com seu pão diário, não se desespere por aquilo que deseja e ainda não alcançou, preencha as lacunas da sua vida com a presençade Deus, pois Ele é suficiente, não seja refém de seus sentimentos, não seja servo de suas emoções, transmita a alegria de um filho de Deus, entendendendo que alegria para nós não se trata de condições favoráveis, mas de uma pessoa, Jesus.

  Mais uma vez digo, GUARDE O SEU CORAÇÃO!

  Que sua semana seja abençoada!

  

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Não perca o juízo.

 


    Provérbios 12:11 Quem trabalha a sua terra terá fartura de alimento, mas quem vai atrás de fantasias não tem juízo.

 

  Já ouviu alguém dizer que "o quintal do vizinho é mais verde"? Então, hoje me deparei com esse provérbio que me fez pensar na nossa vida e ele fala algo muito parecido com esse ditado popular, em alguns momentos nos parece que queremos dar uma de "Indiana Jones", um certo espírito de aventureiro em busca de tesouros e emoções, na verdade esse é o nosso perfil em uma determinada fase da vida em que temos prazer naquilo que é incerto e perigoso.

  Vejo neste texto alguém que não considera o potencial de sua própria terra e sai em busca de outras coisas que na verdade não passam de fantasias. A terra nesse texto pode ser muitas coisas, um relacionamento, seja ele um namoro ou até mesmo um casamento, seja uma empresa em que estamos empregados, seja uma localidade onde moramos, uma comunidade de fé que fazemos parte, essa terra pode ser qualquer coisa que nos foi dada por Deus.

  Corremos o risco de não darmos o devido valor ao que temos e começarmos a correr atrás de algo que supostamente seja melhor, o sábio diz que essa é uma atitude de quem não tem juízo, não ter juízo é o mesmo que não julgar corretamente, fala de alguém que deixa de trabalhar em prol do que já possui, e sai em busca de algo ilusório. Claro que entendemos que viver de forma saudável é caminhar em direção a um lugar melhor, não se trata do caso descrito neste texto.

  Será que conseguimos entender o por que de algumas terras não frutificarem? Talvez coloquemos toda a responsabilidade na própria terra pela falta de frutos, e sim isso é uma possibilidade, mas não precisamos ser tão sábios para entender que, se queremos comer dos frutos da nossa terra, precisaremos cuidar, preparar, plantar e cultivá-la. Se considerarmos o propósito original de Deus para o homem desde o princípio, Deus o criou com a capacidade de um agricultor, ordenou que cultivasse a terra.

  O abandono de um lar ou de um ministério, por exemplo, não pode ser responsabilidade só de um dos lados, é claro que, precisa haver todo o trabalho de quem planta, como também a terra se permitir ser tratada e responder esse tratamento com bons frutos, é de fato uma via de mão dupla.

  Vemos muitos divórcios onde cada um diz ter sua razão, sem perceberem estão deixando suas próprias terras (famílias) em busca de uma realização pessoal, a felicidade que na verdade se revelará no futuro como uma fantasia, pois feliz éo homem que encontrou seu prazer e felicidade em sua família, são ministérios e responsabilidades confiadas a nós na igreja que deixamos em busca de um lugar onde supostamente "seremos valorizados como merecemos". 

  Temos um exemplo muito comum nas Escrituras que mostra isso, o Filho pródigo em Lc 15, ele deixou a casa do Pai onde tinha fartura de pão, trabalho, família, sobre tudo, o cuidado do seu amado pai, tudo isso em busca de prazeres e aventuras que se revelaram como verdadeiras ilusões, uma pena que muitos vão perceber tarde que seu quintal era o melhor e mais bonito de todos, pois era seu, que deveria lutar e fazer de tudo para preservá-lo desde o início.

  Vemos muitos com reclamações e justificativas saindo de suas congregações, uns vão para outros ministérios acreditando ter deixado os problemas para trás, mas acabam levando consigo o problema que está dentro deles, outros saem da congregação e acabam saindo também da presença de Deus, se vêem em dado momento como o filho pródigo, presos a uma realidade terrível e de consequências amargas, o pensamento é sempre o mesmo, "se eu pudesse voltar no passado, faria tudo diferente".

  Por isso temos em mãos a Palavra de Deus e por isso pregamos, há sabedoria neste único versículo, sabedoria que pode nos salvar de cometer erros que nos arrependeremos pelo resto de nossas vidas.

  Tomemos o cuidado para não nos tornarmos esse tipo de aventureiro, que deixando uma terra de valor saí em busca de fantasias, que Deus nos dê discernimento para não perdermos o juízo. 

  Outra questão que devemos considerar é que, o valor que muitas vezes não damos para aquilo que é nosso é visto por outro como algo de valor inestimável, não podemos cometer esse erro. Não preciso falar que existem pessoas de olho naquilo que é nosso, isso é um fato, mas gostaria de destacar o nosso adversário que deseja tomar ou destruir a nossa terra e as nossas plantações e transformar em outra coisa.

  Essa é uma tática muito comum do nosso adversário, nos fazer olhar com mais apreço aquilo que não nos pertence, nos tentar a ponto de negociarmos o inegociável, essa foi a estratégia de Acabe para adquirir a vinha de Nabote, eu aprendo que nosso adversário não pode tomar na mão grande o que Deus nos deu, mas ele vai nos tentar até que tratemos como algo sem valor, até que nós mesmos entreguemos a ele.

  A resposta de Nabote precisa ser observada e nos servir de lição, ele não disse um simples não para a proposta feita pelo rei Acabe, como se aceitar fosse algo fora de cogitação, mas disse: "Deus me livre de fazer tal coisa!", ou seja, a garantia de que não faremos negócio com a nossa terra não está simplesmente na nossa força ou determinação, no tempo que possuímos de crentes, talvez existam dias que tudo pode contribuir para que esse "não" seja repensado, por isso devemos tomar cuidado com a auto confiança e passar a orar como Jesus nos ensinou, e quando ensinou, sugeriu que fosse uma oração diária, "Não nos deixar cair em tentação, mas livrai-nos do mal".

  Se é difícil reconhecermos que algo nos tenta, certamente será difícil fazer uma oração pedindo para Deus nos livrar da tentação, devemos fazer como Nabote, uma família, um casamento, um ministério, a liberdade como cidadão depende disso, pense quantas famílias e casamentos poderiam ainda existir se isso fosse considerado, pense quantos que estão no cárcere estariam livres se lutassem corretamente contra a tentação das propostas feitas pelo adversário.

  A Bíblia diz que no tempo de Gideão os midianitas, os amalequitas e outros povos vinham sempre que os israelitas plantavam e destruíram toda a plantação do povo (Jz 6.3,4). Precisamos considerar o fato de que nosso adversário vai somar todas as forças para destruir o que temos cultivado em nossa terra, ele não quer ver flores e nem frutos em nossa terra, de tempos em tempo ele vai se levantar para destruir o que estamos cultivando, não podemos nos acovardar como fez o povo no tempo de Gideão, ser omissos referente ao inimigo que está destruindo aquilo que nos foi dado por Deus, é como as raposinhas que vinham destruir as vinhas do casal de Cantares (Ct 2.15). Claro que só faremos isso se realmente valorizarmos a nossa terra.

  Outra coisa que precisamos entender de uma vez por todas é, a minha vida, família, ministério, pertencem a Deus, Ele é o meu Senhor, quando eu decidi servi-lo abri mão do meu livre arbítrio, então eu não tenho autonomia para fazer o que eu quero, preciso orar e pedir ajuda a Deus para fazer assim como Nabote, o rei Acabe fez propostas aparentemente melhores e por mais que os valores e as terras propostas eram reais e palpáveis (1Rs 21.1-3), precisamos levar em conta o valor daquilo que nos foi entregue por Deus e assumirmos a responsabilidade de cuidar até o fim.

  Talvez esse espírito de aventureiro seja uma fase da nossa vida, uma característica da nossa juventude inconsequente, ou da nossa imaturidade não importando a idade que temos, talvez o cenário da nossa "terra" seja desanimador, mas que esse texto nos desperte e nos ajude a lutar com mais determinação e permitir sermos tratados, inclusive pelo nosso Deus que nos quer floridos e frutificando, Deus também trata de nós como se fôssemos uma terra fértil, em Isaías capítulo 5 Ele planta uma vinha e trata a terra, retira as pedras, cerca, usa as melhores mudas e fica na expectativa de colher as uvas mais doces, mas em resposta a todo esse tratamento Deus colhe uvas azedas.

  Não podemos justificar nossa escolha de não produzir o fruto que Deus espera, já que ele está nos dando todas as condições, em Hebreus as Escrituras nos dizem: 

  Hebreus 6:7 Pois a terra que absorve a chuva, que cai freqüentemente e dá colheita proveitosa àqueles que a cultivam, recebe a bênção de Deus. 

8 Mas a terra que produz espinhos e ervas daninhas, é inútil e logo será amaldiçoada. Seu fim é ser queimada. 

9 Amados, mesmo falando dessa forma, estamos convictos de coisas melhores em relação a vocês, coisas próprias da salvação.

  Este texto fala sobre uma terra que recebe e absorve a chuva, esta produz uma colheita proveitosa, mas o texto sugere a terra que recebe a mesma chuva, mas diferente da primeira produz espinhos e ervas daninhas, fala de alguém que escolheu produzir aquilo que faz mal a própria terra, preferiu a inutilidade que logo a levará a ser amaldiçoada por conta dessa escolha. 

  É triste pensar que algumas pessoas participam das mesmas programações, são ministradas pelo louvor, pela palavra, onde uns respondem positivamente às expectativas de Deus e outros não, pois aqueles que se fecham para essa chuva de graça estão escolhendo o fogo do juízo final. O escritor aos hebreus fala da expectativa de Deus aos seus leitores. 

  É tempo de responder a essa graça de Deus e produzir o fruto do Espírito. 

  Não perca o juízo!

  Que Deus te abençoe!



(Assista essa mensagem pelo link no YouTube) 

  

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Não se perca no caminho.



   Provérbios 30:18 "Há três coisas misteriosas demais para mim, quatro que não consigo entender: 

  19 O caminho da águia no céu, o caminho da serpente sobre a rocha, o caminho do navio em alto mar, e o caminho do homem com uma moça. 

  20 "Este é o caminho da adúltera: Ela come e limpa a boca, e diz: ‘Não fiz nada de errado’.

 

  Ao ler esse texto sem a ajuda do Espírito Santo é bem provável que não consigamos extrair dele toda a mensagem de Deus para nós, por isso sempre que lermos as Escrituras precisamos da companhia e iluminação do Espírito. 

  Eu li os comentários de uma bíblia sobre esses versículos e achei muito interessante, pois ela explicava sobre o caminho do abutre (águia), da serpente, do navio, do homem com uma virgem (mulher) e o caminho da adúltera. Em ambos foi destacado algo que está oculto nas palavras, mas está expresso em cada situação, o rastro.

  Salomão provavelmente é o sábio que escreve o provérbio e traz luz a intrigante e magnífica forma dessas figuras se moverem por longas distâncias, com suas limitações, mas sobretudo, suas técnicas peculiares.

  Considerando o comentário que li, podemos destacar o caminho da adúltera que é citada por último, que apesar de acreditar que seu ato é como uma simples refeição, que ao limpar a boca não haverá consequências para o que fez, sabemos que diferente disso, um pecado como esse traz consigo um rastro de destruição na família e atinge de forma individual cada membro dela, causando danos emocionais imensuráveis. 

  Como tratamos o pecado na igreja? Recentemente ouvi uma coisa que me confrontou muito, por tantos anos pregando a palavra e hoje servindo a Deus como pastor me senti confrontado com essa exortação. Ouvi que estamos pregando e ensinando sobre o pecado de forma superficial, que não estamos dando nome aos pecados que são destacados com clareza nas Escrituras, talvez seja apenas uma falha inocente ou talvez estejamos evitando o desconforto que uma mensagem assim pode causar, a perseguição, represália ou a retaliação que poderemos vir a sofrer, o que seria um grande erro nosso, pois o Evangelho de Jesus é de cruz, não devemos suavisá-lo a fim de torná-lo mais mais doce ou pesar a fim de torná-lo mais amargo, o Evangelho é como um café, precisa haver um equilíbrio entre o amargo da verdade que nos confronta e nos exige mudança e o doce que nos abraça e nos aceita como estamos, sujos e perdidos. Jesus se manifestou em graça e verdade (Jo 1.14).

  Nas Escrituras vamos encontrar o resultado para uma vida de pecados, a morte (Rm 6.23). Citarei algumas referências apenas no NT que falam sobre eles, trago a luz sobre este assunto, pois a falta de conhecimento e consciência do que Deus espera de um homem que nasceu de novo talvez esteja deixando alguns confortáveis numa vida condenada.

  Rm 1.28-32

  1Co 6.9,10

  Gl 5.19-21

  Ef 4.17-32/5.5

  1Ts 4.3-8

  2Tm 3.1-5

  Tg 4.17

  Ap 21.8/22.15

  A graça é maior do que qualquer pecado que possamos cometer e de toda essa imensa lista de pecados que pode se enquadrar em nossa vida, o que precisamos entender é que devemos superá-los e que eles devem se tornar coisas do passado, Paulo após citar alguns desses pecados disse:

  1 Coríntios 6:11 Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus.

 

  Então sinto em meu coração de tratar esse assunto da melhor forma possível, com seriedade e com a máxima simplicidade para nos fazer entender que Jesus não condenou a mulher pega no ato de adultério, ao contrário disso, deu a ela uma segunda chance, entretanto não foi conivente com sua prática, disse que ela não deveria mais cometer  aquele erro (Jo 8.1-11).

  Ao falar para não cometer mais aquele pecado, Jesus não apenas estava dizendo que é errado adulterar, trair, ser infiel, Jesus estava alertando-a de que seria tentada novamente, mas que deveria abandonar aquela maneira de viver, pois a mesma graça que nos aceita sujos, nos capacita a vencer o pecado.

  Outro momento que nos faz pensar na forma que tratamos alguém que se encontra nessa situação é a mulher samaritana, ela vivia pulando de relacionamento em relacionamento, e Jesus afirmou que o marido que ela estava no momento não era dela, fica claro no texto que Jesus achou necessário passar por Samaria e quebrar vários protocolos apenas para encontra-la (Jo 4).

 Não seria mais justo Jesus cuidar da parte que foi traída? A parte que sofreu a ofensa e que foi ferida profundamente? 

  Esse é o grande erro que cometemos, achamos que temos o direito de dizer quem merece a graça e o perdão de Deus, o sentimento de vingança atua de forma automática, tanto o que sofreu, quanto aqueles que se sentiram ofendidos desejam ou esperam que o ofensor sofra e pague pelo que fez, Provérbios diz:

  Provérbios 24:29 Não diga: "Farei com ele o que fez comigo; ele pagará pelo que fez".

  Jesus veio para ambos os lados, pois ainda que pareça que a pessoa mais prejudicada é a mulher traída (não querendo minimizar sua dor), deveríamos considerar ambos os lados e principalmente o dano causado pelo pecado na vida de ambos, ainda que essa pessoa infiel se sinta bem e confortável na prática do do erro, o pecado é como um câncer, uma doença degenerativa, agressiva e acelerada, neste momento específico Jesus entra em Samaria não pela mulher traída,  mas pela adúltera. 

  No texto de provérbios vemos uma mulher sem peso na consciência, sem noção da destruição que está deixando no seu caminho ou simplesmente ignora as consequências de seus atos em virtude do seu prazer pessoal (edonista), seu prazer neste pecado é como o simples e puro prazer de uma refeição, sua carne saciada logo sentirá fome novamente e caminhará  para mais um momento em que repetirá o ato sem culpa.

  Abro um parêntese para destacar algumas pessoas que se sentem presas a esses relacionamentos e que sentem culpa, são reféns de seus próprios sentimentos. Independente de qualquer coisa, Jesus nos chama para sair dessas prisões, neste caso teremos de ser radicais, renunciar, sacrificar, sair no prejuízo se for preciso e tomar a atitude necessária, Jesus disse:

  Mateus 5:29 Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno. 

  30 E se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno".

 

  Certamente Deus quer nos livrar desde caminho de destruição, ao libertar seu povo estabeleceu seus mandamentos e um deles alertava-os para não adulterarem (Ex 20.14), o outro, para não cobiçarem a mulher do próximo (Ex 20.17), certamente isso serve para os dois lados. Deus nos apresenta no AT a sentença para esse pecado (Lv 20.10), mas é no NT que receberemos o entendimento total do juízo de Deus para quem o pratica, pois mais do que a morte do corpo é a condenação ao inferno e Jesus nos apresenta isso de forma clara, por mais que o adultério fosse considerado efetivo somente na consumação do ato, Jesus nos alerta para a forma como o adultério começa e somente no desejo do coração já estamos cometendo-o (Mt 5.28-30).

  Jesus veio nos dar uma segunda chance, de fato há aceitação de sua parte, não importa como estamos vivendo a nossa vida, mas após esse abraço de amor e esse banho de graça nos quer ver longe da vida antiga em que esses pecados eram comuns.

  A palavra de Deus vai nos apresentar o amor infinito desse Deus grande e junto com essa mensagem de amor os direcionamentos, palavras de sabedoria que, com a ajuda do Espírito Santo, vai nos guiar por um caminho seguro, na maioria das vezes seremos confrontados, esse é o evangelho da cruz, deveremos pregar o velho homem junto com seus desejos pecaminoso e caminhar na liberdade do Espírito neste processo de santificação e a cada dia mais parecidos com nosso Jesus.

  Quero destacar neste texto com os exemplos apresentados alguns conselhos para não nos perdermos no caminho, a começar pela águia. 

  A águia não se perde no caminho. 

  A águia tem uma maneira de viver diferente, dentre tantas coisas que são diferenciais nessa espécie, destacaremos sua capacidade de voar alto e sua visão que é capaz de enxergar a longas distâncias. Primeira coisa que eu quero destacar, é que, mesmo voando aproximadamente 3 mil metros de altura ou mais, ela consegue enxergar uma presa no chão.

  Quando a vida nos proporcionar voos altos, não podemos nos perder com eles, que nossa visão de águia nos faça compreender que existe um chão sobre nossos pés, temos visto muitos relacionamentos se acabarem exatamente nessa fase da vida, quando na verdade deveria ser uma ótima fase para um casal e para a família ou até mesmo para uma pessoa solteira, o cenário que deveria ser de conquista se torna o cenário para muitos desvios e um deles é o adultério, a águia voa para lugares longínquos atrás de suas caças, ou seja, muito longe e muito alto, assim como muitas vezes em nossas empreitadas, o sucesso profissional, poderíamos citar o sucesso nos estudos, bolsas, promoções e infelizmente até as agendas ministeriais, a fama e os privilégios de "uma carreira de sucesso" estão levando muitos tão longe que estão perdendo o caminho de casa, mas o sábio fica maravilhado com a águia, pois independente de tudo isso, ela têm uma visão que não a deixa se perder no caminho.

 A cobra não se perde.

 Outra figura a ser destacada é o caminho da serpente, para nós que somos leigos, dificilmente identificaríamos um rastro de cobra, principalmente em uma pedra, mas é uma característica peculiar dessa espécie, passar sempre pelo seu rastro, ou seja, um caminho já percorrido. Por mais que a serpente não tenha a visão da águia e não poder enxergar por cima, é característica dela evitar desviar do caminho pré estabelecido, sendo assim ela evita de se perder.

  Existem metas, objetivos, sonhos que não são alcançados por conta dos desvios no caminho, nosso adversário é especialista em nos lançar distrações, temos que tomar cuidado com aquilo que não faz parte da nossa programação como cônjuges e servos de Deus. Nossa visão às vezes pode até ser limitada como a da serpente, mas isso não deve justificar nossos desvios, existem situações, programações, amizades que devem ser evitadas, se não sairemos da rota segura, deveríamos observar e aprender com os exemplos que a vida nos apresenta. (Aqui a cobra nos dá apenas essa lição, não devemos ser venenosos como ela)

  O navio não se perde.

  Outro exemplo que é destacado pelo sábio, é o navio no meio do mar, devemos considerar nessa leitura a diferença da navegação em nosso tempo moderno para o tempo em que este provérbio foi escrito, hoje contamos com muitos recursos, satélites, radares, Internet, previsão do tempo, mapas, instrumentos digitais e mecânica sofisticada, mas na antiguidade os navios eram bem engenhosos, mas simples, os navegantes contavam com o mapa desenhado pelo próprio Deus, os astros no céu, nem todos conseguiam entende-lo. 

  Para quem já teve a experiência de navegar em alto mar, existe um certo momento em que não se vê terra, somente entendendo os mapas disponíveis se pode chegar ao destino estabelecido, o que deixa qualquer um maravilhado. Esse é o ponto forte dessa mensagem que nos exorta para que não nos percamos no caminho: "não deixe de ser guiado pelo céu", não perca a direção que o céu está dlte dando, use também sua bússola, o mapa seguro que é a Palavra de Deus.

  Infelizmente muitas famílias e muitas vidas estão sendo destruídas por deixarem de seguir a direção que o céu determinou, ignoram o padrão do relacionamento entre o homem e a mulher, o padrão de família estabelecido no princípio, são tragédias e tempestades que poderiam ser evitadas.

  Um homem com uma mulher. 

  Por fim, a quarta figura ele desconhece, Salomão o rei que recebeu sabedoria destaca algo que talvez o fato de ter muita sabedoria não foi suficiente para mantê-lo no caminho seguro, ele diz que o caminho do homem com uma mulher pode ser imprevisível, isso nos chama a atenção para o cuidado que devemos ter no nosso dia a dia, não há super heróis na igreja, melhor do que ser tratado por Deus após cair neste laço é nunca cair no laço, pois ainda que seja superado, provavelmente em alguns casos teremos de lidar com as consequências pelo resto da vida.

  Talvez tenhamos dificuldades de tratar desses assuntos hoje na igreja, parece que estaremos expondo pessoas ao vexame, a religião faz isso, Jesus não quer envergonhar ninguém, o pecado já se encarrega de fazer isso, mas de forma particular e íntima, Jesus confrontou aquela mulher, não havia pedras apontadas para ela, mas havia uma conscientização de um juízo iminente para a eternidade, é um erro não dar nome aos pecados que estão encontrando lugar em nosso meio, na presença do Deus que é amor, deveríamos nos sentir constrangidos todos os dias, mas na presença do Deus que é Santo, deveríamos nos sentir como Isaías (Is 6) e como Pedro (Lc 5), como se estivéssemos sendo consumidos pela impureza dos nossos atos.

  Hoje Deus quer curar todos, quer limpar o coração ofendido, a pessoa ferida pela traição, restaurar os sentimentos despedaçados por um ato inesperado que dilacerou a alma e que não deve ser carregado pelo resto da vida, mas também curar o infiel, que quando se vê diante das consequências de seus erros e de um Deus Santo se vê indigno de perdão, indigno de prosseguir e acreditar que pode ter um casamento abençoado e uma família linda. Jesus tem uma segunda chance para ambos, a graça é assim, ela é tanto o perdão que não merecemos, como a capacitação para perdoar o imperdoável. 

  Seja curado através dessa palavra, hoje Jesus passa em Samaria.

  Deus te abençoe!

(Assista essa mensagem pelo link do YouTube) 


Lições com a águia.

 


 Uma palavra para sua edificação, como é lindo o cuidado de Deus conosco...


Deuteronômio 32:9 Pois o povo preferido do Senhor é este povo, Jacó é a herança que lhe coube. 10 Numa terra deserta ele o encontrou, numa região árida e de ventos uivantes. Ele o protegeu e dele cuidou; guardou-o como a menina dos seus olhos, 11 como a águia que desperta a sua ninhada, paira sobre os seus filhotes, e depois estende as asas para apanhá-los, levando-os sobre elas.


Ao despencar seus filhotes do alto ninho para que possam aprender a voar, os coloca em uma situação difícil, situações assim fazem parte da natureza das águias, galinhas não passam pela mesma situação. 

Quando a mãe águia percebe que seu filhote ainda não conseguiu voar, ela vem num voo rasante e salva-o com suas asas e leva seu filhote com segurança para o seu ninho. Assim é o nosso Deus conosco, estamos no meio do aprendizado, estamos em queda livre nas nossas provações pensando não apenas que é o fim, mas que nosso Pai nos abandonou, mas tudo isso serve para nos fortalecer e nos fazer voar com a capacidade de uma águia, pois essa é a nossa natureza.

  Se as coisas estão difíceis hoje, espere no Senhor, pois a Bíblia diz que, "aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças, voam bem alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam (Is 40:31)".

 

Que Deus te abençoe e te guarde nesse dia!

domingo, 17 de julho de 2022

Israel e Edom, livre-se das mágoas e indiferenças do passado.

 


  Números 20:14 De Cades, Moisés enviou mensageiros ao rei de Edom, dizendo: "Assim diz o teu irmão Israel: Tu sabes de todas as dificuldades que vieram sobre nós. 

15 Os nossos antepassados desceram para o Egito, e ali vivemos durante muitos anos. Os egípcios, porém, nos maltrataram, como também a eles, 

16 mas quando clamamos ao Senhor, ele ouviu o nosso clamor, enviou um anjo e nos tirou do Egito. "Agora estamos em Cades, cidade na fronteira do teu território. 

17 Deixa-nos atravessar a tua terra. Não passaremos por nenhuma plantação ou vinha, nem beberemos água de poço algum. Passaremos pela estrada do rei e não nos desviaremos nem para a direita nem para a esquerda, até que tenhamos atravessado o teu território". 

18 Mas Edom respondeu: "Vocês não poderão passar por aqui; se tentarem, nós os atacaremos com a espada". 

19 E os israelitas disseram: "Iremos pela estrada principal; se nós e os nossos rebanhos bebermos de tua água, pagaremos por ela. Queremos apenas atravessar a pé, e nada mais". 

20 Mas Edom insistiu: "Vocês não poderão atravessar". Então Edom os atacou com um exército grande e poderoso. 

21 Visto que Edom se recusou a deixá-los atravessar o seu território, Israel desviou-se dele.


  Neste texto temos duas nações, parentes, descendentes de Esaú que também é Edom e os descendentes de Jacó que também é Israel, houve um problema entre esses irmãos no passado, Jacó de forma astuta tomou a benção da primogenitura de seu irmão e fugiu, pois Esaú queria matá-lo. Muitos anos se passaram, ambos se tornaram homens de família e maduros, o jovem Jacó ambicioso, oportunista e inconsequente teve um encontro com Deus, teve esposas e se tornou pai de muitos filhos, seguiu o plano de Deus que era retornar para sua casa e de forma surpreendente se reconciliou com Esaú. 

  O que mais nos chama a atenção é o fato de eles ficarem bem, mas a descendência deles permanecerem em conflito, é exatamente o texto que lemos. Após os anos de escravidão no Egito, Deus liberta seu povo e os guia pelo caminho do deserto, Deus sempre esteve cuidando do povo, suprindo suas necessidades básicas, porém agora os edomitas podiam ser um instrumento para facilitar o caminho do povo somente  permitindo a passagem.

  Moisés humildemente envia uma mensagem, mas o rei dos edomitas se mostra irredutível e pronto para a guerra, uma imagem clara de alguém que não superou as indiferenças do passado, o problema foi resolvido entre Jacó e Esaú, mas seus parentes permaneceram com seus corações fechados, exemplo de pessoas que encontram em Deus a graça para perdoar alguém, mas que a mágoa permanece no coração de amigos e familiares.

  Gostaria de abrir um parêntese neste ponto da história para falar de uma tendência nossa, característica do pecado em nós, em Gn 28.6-9 vemos a atitude de Esaú (Edon) após perder a benção quando Jacó se antecipou enganando seu pai, vemos a inclinação comum do caráter do homem caído em desobedecer e desonrar na atitude de Esaú ao fazer aliança com uma filha de Ismael, considerando as indiferenças que a família de Ismael também nutria contra a descendência de Isaque, quero destacar essa facilidade que temos em nos juntarmos a pessoas que também abrigam em seus corações as mesmas indiferenças que nós, contribuindo assim para que a inimizade continue e até aumente nos corações daqueles que são  próximos a nós. 

  Jacó e Esaú se acertaram, mas no que parece, seus descendentes continuaram com aquela mágoa.

  Um exemplo para ilustrarmos isso, uma mãe que se magoou por algo que aconteceu com sua filha após ser violentada ou por uma traição do seu genro, às vezes acontece dessa filha viver uma experiência real com Deus e liberar o perdão e ter as raízes de amargura removidas do seu coração, mas seus pais ou os amigos mais próximos continuarem com a mágoa guardada, com essa história entre Israel e Edom temos uma breve noção do quanto isso pode ser danoso.

  É provável que encontremos pessoas que passam por esse mesmo problema, por mais que tentemos ser gentis, até mesmo nos humilharmos, não encontraremos lugar nesses corações, pois gente como os edomitas são movidas pelas emoções, não existe "gentileza que gera gentileza", não importa o quanto sofremos, se depender deles, nosso caminho não se tornará mais leve. Algumas pessoas já me fizeram a seguinte pergunta: 

  "Quando eu peço perdão, sou gentil com alguém, mas essa pessoa não me perdoa, não me trata da mesma maneira, o que devo fazer?" 

  Essa é a instrução prática que encontramos nessa história para as nossas vidas, devemos fazer o que Deus ordenou a Israel em Dt 2.4-8:

  Dt 2:4 E diga ao povo: Vocês estão passando pelo território de seus irmãos, os descendentes de Esaú, que vivem em Seir. Eles terão medo de vocês, mas tenham muito cuidado. 

5 Não os provoquem, pois não darei a vocês parte alguma da terra deles, nem mesmo o espaço de um pé. Já dei a Esaú a posse dos montes de Seir. 

6 Vocês lhes pagarão com prata a comida que comerem e a água que beberem". 

7 Pois o Senhor, o seu Deus, os tem abençoado em tudo o que vocês têm feito. Ele cuidou de vocês em sua jornada por este grande deserto. Nestes quarenta anos o Senhor, o seu Deus, tem estado com vocês, e não lhes tem faltado coisa alguma. 

8 Assim, passamos ao largo de nossos irmãos, os descendentes de Esaú, que habitam em Seir. Saímos da rota da Arabá, de Elate e de Eziom-Geber. Voltamos e fomos pela rota do deserto de Moabe.

   Deus já tinha dado a ordem, não quero que vocês lutem com seus irmãos, caso eles estejam fechados e prontos para a briga, passem de largo, desviem deles, ou seja, por mais que o caminho seja mais longo ou difícil, escolha esse caminho para evitar problemas.

  A verdade é que sempre temos essa opção, mas dificilmente escolhemos o certo, pois vale mais um caminho longo e difícil com paz, do que atalhos cheios de contenda. 

  Israel neste caminho mais longo acabou ficando impaciente, a Bíblia diz que quando contornava a terra de Edom seus ânimos se alteraram e começaram a falar contra Moisés e o Senhor com palavras pesadas e grosseiras.

  Números 21:4 Partiram eles do monte Hor pelo caminho do mar Vermelho, para contornarem a terra de Edom. Mas o povo ficou impaciente no caminho 

5 e falou contra Deus e contra Moisés, dizendo: "Por que vocês nos tiraram do Egito para morrermos no deserto? Não há pão! Não há água! E nós detestamos esta comida miserável! " 

6 Então o Senhor enviou serpentes venenosas que morderam o povo, e muitos morreram. 

7 O povo foi a Moisés e disse: "Pecamos quando falamos contra o Senhor e contra você. Ore pedindo ao Senhor que tire as serpentes do meio de nós". E Moisés orou pelo povo. 

8 O Senhor disse a Moisés: "Faça uma serpente e coloque-a no alto de um poste; quem for mordido e olhar para ela viverá". 

9 Moisés fez então uma serpente de bronze e a colocou num poste. Quando alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, permanecia vivo.

   A impaciência do povo nesse ponto da caminhada revela o abalo emocional que sofreram na situação com os edomitas, eles evitaram o problema com Edom, mas criaram problemas com o líder Moisés e com Deus e isso trouxe para eles consequências terríveis.

  Vou ilustrar mais uma vez essa situação, trazendo para os nossos dias.

  Às vezes temos pessoas que nos tratam como os edomitas no trabalho, na escola, na vizinhança, na família ou até mesmo na igreja, o conselho prático é, evite problemas com quem está pronto para a guerra, mas talvez evitar esses problemas nos trará algum tipo de dificuldade ou prejuízo, e por mais que consigamos administrar essa situação nesses ambientes, focados no compromisso de manter a "boa vizinhança", temos que manter também as emoções equilibradas, pois a guerra que conseguimos evitar com os edomitas, podemos travar com quem não tem nada a ver, neste caso, as lideranças, cônjuges, filhos e até com o próprio Deus.

  É tempo de fazer uma autoavaliação de nossas emoções, as ações e reações que estamos tomando ao ser movidos por elas. 

  Que essa palavra te abençoe, te ajude com essas questões tão importantes da nossa vida.

  

  

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Os milagres de Jesus.

 

(Assista essa mensagem pelo link no YouTube) 


QUAL A MISSÃO DA IGREJA?
• A igreja tem como a prioridade em sua missão pregar o evangelho (a verdade).

  Jesus disse aos seus discípulos que anunciassem que o reino de Deus havia chegado (Mt 10.7).

• Os milagres, operação de maravilhas e libertação de demônios fazem parte da missão, Deus concede a igreja dons e autoridade no nome de Jesus para operarem.

• É importante entender a principal missão da igreja ou a prioridade na missão, pois nem sempre os milagres acontecerão da forma e no tempo que queremos. E isso não significa que Deus não esteja conosco ou aprovando o que fazemos.

Ex:
- At 5.18,19 - Deus permite que os Apóstolos sejam presos e liberta-os milagrosamente da prisão.
- At 12.1-19 - Deus permite que os Apóstolos Pedro e Thiago sejam presos mais uma vez, só que agora permite que Thiago seja morto a espada e logo após liberta Pedro milagrosamente.

 Paulo que foi muito usado por Deus em alguns momentos:
- At 14.8-10: Paralítico.
- At 19:11 Deus fazia milagres extraordinários por meio de Paulo,
12 tanto que as pessoas pegavam lenços e aventais que ele usava e os levavam para os doentes tocarem. E, quando estes tocavam neles, ficavam curados; e de outras pessoas saíam os espíritos maus.
- At 20.7-12: A ressurreição de Eutico

  Paulo era acostumado a ver milagres acontecendo, era um dom que Deus havia dado para ele, muitos desconhecidos foram abençoados através dele, mas teve de deixar seu companheiro Trófimo doente (2Tm 4.20). Orou por si mesmo repetidas vezes e sua oração não foi atendida como fora pedida (2Co 12.7-9).

Pergunta:
• Por que Deus faz milagres na vida de uns e não na vida de outros?
• Por que tem orações que fazemos que não são respondidas como esperamos?

Resposta:
Deus não age de acordo com a nossa agenda ou nossa vontade, nossa oração deve ser feita com fé, sobretudo para que a vontade de Deus se cumpra.

  O maior de todos os milagres:
• O maior milagre é vivido por todos os que se tornam filhos de Deus, a saber a salvação em Cristo Jesus. Ou seja, ninguém pode dizer que não viveu um milagre na sua vida com Deus, todos vivemos o maior deles.

• Nem sempre as pessoas que viveram um milagre em uma causa específica da vida vão receber Jesus como Senhor e Salvador. Em 1 Co 10 vamos encontrar o exemplo do povo de Israel que vivenciou muitas experiências sobrenaturais e ainda assim não aceitaram a vida que Deus determinou que vivessem e a maioria deles morreu no deserto por não terem agradado a Deus. Tem gente que só se interessa pelo milagre e despreza o relacionamento com aquele que fez o milagre.

• Nem sempre pessoas que testemunham milagres, que concordam que Jesus operou, irão reconhecer Jesus como Senhor e Salvador, irão rever sua maneira de crer, sua maneira de viver, ao contrário, muitos ao constatar que Jesus faz milagres se tornaram opositores d'Ele e de seus seguidores. Isso aconteceu com os religiosos que perseguiam os Apóstolos(At 4.15-17).

  Considerando tudo isso, chegamos a conclusão de que não existe uma explicação técnica, uma receita infalível, um padrão de pessoa, um lugar específico, palavras ideais, para vivermos um milagre, assim como não existes amuletos, religiões, personalidades suficientemente poderosas para realizar milagres que serão realmente benéficos para nós, mas existe uma só fé, um único Senhor, Jesus.
  Outra coisa que devemos considerar  é que, o Diabo é capaz de realizar grandes feitos por alguém, ele pode até se transfigurar em anjo de luz ou usar pessoas para realizar prodígios a fim de enganar até mesmo os escolhidos (2 Co 11.14/ Mt 24.24), porém tudo o que ele oferece ao homem contribuirá para o seu afastamento de Deus e da salvação em Jesus. Da mesma forma que o diabo dá, ele também tira.

  O evangelho nos mostra algumas coisas que nos servem de sugestão para que vivamos milagres extraordinários, por mais que não haja uma regra, vamos encontrar exemplos de que a vontade de Deus para cada é particular.

  Veremos alguns exemplos de pessoas que através de uma revelação e conhecimento de quem Jesus é, usaram a fé somada a atitudes que os levaram a viver milagres extraordinários.

  •A mulher do fluxo de sangue tocou diferente.
  Essa mulher nos dá exemplo de perseverança, de alguém que não desiste de si mesma, ainda que não tenha ninguém por ela, ela não é movida por palavras positivas de efeito, ela está lutando com as forças e recursos que tem.

  Ela teve uma revelação de quem Jesus é e do seu poder, teve fé e tomou uma atitude, superou os desafios do percurso e viveu o milagre que precisava. Penso nela assim:
  "Eu fiz muito, gastei muito, sofri muito, chorei muito, mas com Ele (Jesus) só preciso tocar na veste".

  • Jairo agiu diferente dos religiosos.
  A religião de Jairo rejeitou Jesus como filho de Deus, seus amigos eram contra, queriam até matar Jesus, mas diante de uma necessidade Jairo fez diferente de todos eles. Somos nós que precisamos, se nos prendermos a opinião dos nossos amigos, podemos não receber o milagre que precisamos.

  •O cego Bartimeu clamou diferente.
  A revelação de quem Jesus é fez o cego clamar Jesus diferente, por isso não se trata de apresentar uma causa a Deus porque precisamos, mas de conhecê-lo e tomarmos atitudes conscientes, uma vida intencional em direção à aos milagres que somente Jesus pode realizar.

  • A sogra de Pedro. Veremos um detalhe no percurso desse milagre nos três evangelhos. 
- Mt 8.14,15 Jesus tocou na sogra de Pedro ou tomou pela mão.
- Mc 1.29-31 Jesus levanta ela primeiro e depois cura a febre.
- Lc 4.38,39 Jesus se inclina sobre ela.
  Os detalhes do percurso desse milagre não me fazem desacreditar na veracidade da Bíblia, pelo contrário em ambos temos o mesmo resultado final, mas a lição que há entre os dois relatos é que, nem sempre o milagre virá para nos levantarmos, pode ser que Jesus esteja querendo nos levantar e aí sim operar o milagre que precisamos. (Não há uma regra na ordem do percurso).

  • O cego de Betsaida, em Mc 8.22-26 Jesus tira o homem da cidade segurando em sua mão e aí opera o milagre em duas fases. Pode ser que não recebamos o milagre por conta de estarmos em um lugar que Deus não deseja operar, no lugar que não devemos estar. Lugar não significa apenas local geográfico, mas um relacionamento, empresa, religião, Jesus deseja nos pegar pela mão e nos conduzir até o lugar aprazível.
  Neste caso a cura não foi completa, Jesus agiu em dois tempos, diferente de outros momentos.
  Jesus também MANDA o homem cego que fora curado, que não voltasse para a cidade, não podemos voltar para o lugar que Jesus nos tirou, lugares que nos impediam de receber as maravilhas de Deus, é uma pena sabermos que tem gente que só vai aceitar a vontade de Deus enquanto precisa de uma intervenção divina, que após receber a bênção voltam para "Betsaida" (o lugar que não devemos estar), é uma pena ver o que tem acontecido em muitas igrejas, onde se anuncia o Jesus Salvador, mas omitem o Jesus Senhor, aquele que nos ordena cortar algumas coisas, cortar da nossa vida aquilo que nos faz pecar, que nos influencia negativamente, que nos confronta a fim de nos preservar do mal.

  • O cego de nascença Jo 9: Houve outro cego que Jesus não deu uma palavra apenas, não conduziu pela mão até lugar do milagre, apenas deu ordem e o cego teve de dar o seu jeito.
  Tanto com a sogra de Pedro, como no caso dos cegos vemos que Jesus em alguns casos vai liberar uma palavra, vai dar um toque e o milagre acontecerá, por outro lado temos o entendimento de que Jesus quer que levantemos antes de receber, que saiamos de algum lugar ou situação, ou que obedeçamos um direcionamento para aí sim vivenciar o milagre.

  • A ressurreição de Lazaro (Jo 11):
  A morte de Lázaro nos traz o ensinamento de que não será mesmo no nosso tempo, não será do nosso jeito, que as vezes Deus vai esperar tudo piorar, chegar no nível mais crítico e extremo para operar.

  Que estejamos dispostos a buscar e receber Jesus como Salvador e Senhor, o Salvador que nos ajuda, consola, cura, mas também o Senhor que nos manda e obedecemos.
  Entenda que nossa participação no milagre sempre será o grão de mostarda, ou seja, a mínima parte, mas ainda assim nos é necessário fazer.
  Que Deus te abençoe!

terça-feira, 21 de junho de 2022

Qualidades que marcam.

 



1 Samuel 16:14 O Espírito do Senhor se retirou de Saul, e um espírito maligno, vindo da parte do Senhor, o atormentava. 

 15 Os funcionários de Saul lhe disseram: "Há um espírito maligno mandado por Deus te atormentando.

 16 Que nosso soberano mande estes seus servos procurar um homem que saiba tocar a harpa. Quando o espírito maligno se apoderar de ti, o homem tocará a harpa e tu te sentirás melhor". 

 17 E Saul respondeu aos que o serviam: "Encontrem alguém que toque bem e o tragam até aqui".

 18 Um dos funcionários respondeu: "Conheço um dos filhos de Jessé, de Belém, que sabe tocar harpa. É um guerreiro valente, sabe falar bem, tem boa aparência e o Senhor está com ele".

 19 Então Saul mandou mensageiros a Jessé com a seguinte mensagem: "Envie-me seu filho Davi, que cuida das ovelhas". 

 20 Jessé apanhou um jumento e o carregou de pães, uma vasilha de couro cheia de vinho e um cabrito e o enviou a Saul por meio de Davi, seu filho. 

 21 Davi foi apresentar-se a Saul e passou a trabalhar para ele. Saul gostou muito dele, e Davi tornou-se seu escudeiro. 

 22 Então Saul enviou a seguinte mensagem a Jessé: "Deixe que Davi continue trabalhando para mim, pois estou satisfeito com ele".

 23 E sempre que o espírito mandado por Deus se apoderava de Saul, Davi apanhava sua harpa e tocava. Então Saul sentia alívio e melhorava, e o espírito maligno o deixava.

 

  A vida de Davi nos traz muitas lições, com esse texto vamos observar as qualidades de Davi que fizeram toda a diferença dentro do propósito que Deus havia estabelecido para ele, vemos algumas portas se abrindo em seu caminho por conta de uma vida exemplar, dedicada ao seu trabalho, suas qualidades e sua devoção ao Senhor.

  Fica claro no texto sagrado que Davi tinha problemas de família, o desprezo de seu pai e seus irmãos são evidentes, mas independente disso, Deus o havia escolhido, e não apenas dentre seus irmãos para ser rei, mas dentre todos os homens de Israel. O texto que lemos nos fala já do segundo estágio do rei Saul, agora rejeitado por Deus por conta de sua rebeldia, Saul se encontra atormentado por um espírito maligno que atuava sob permissão de Deus e por isso seus oficiais diziam que era um espírito maligno da parte de Deus.

  A Bíblia não nos mostra um Davi que orava para ser rei, mas que sua nobreza era perceptível aos olhos do Senhor, e quando recebeu azeite sobre sua cabeça, diz o texto que o Espírito do Senhor se apoderou de Davi. Eu imagino um jovem que era diferenciado na sua maneira de viver antes da experiência do azeite ser derramado, mas também penso num fluir de Deus diferenciado após esse fato, penso no compositor e instrumentista agora movido no sobrenatural, acontece na vida de todos nós, capacidades e qualidades quando movidas por alguém tomado pelo Espírito de Deus tem um outro tom, um "tempero" diferente.

  É basicamente sobre isso que eu gostaria de meditar com você, sobre o que nós fazemos, e como fazemos, não importa o quão simples e normal sejam nossas atividades no dia a dia, estamos sendo observados em todo o tempo e podemos tocar as pessoas com a nossa forma de agir, ações e reações refletem o quanto temos ou não de Deus em nossas vidas. Na vida de Davi observamos que ao longo do tempo ele agregou qualidades, isso vai variar na vida de cada um, dentro do seu contexto e das oportunidades que a vida vai nos apresentando, muitas coisas fazem parte da nossa formação, da sociedade e comunidade que estamos inseridos, algumas pessoas vão se proficionalizar em algo por conta de um negócio de família, outros pelo tempo e a moda, por exemplo um pai que ensina seu filho a tocar um instrumento e no futuro ele se torna um grande músico, porém em tudo haverá um propósito maior, quando nos referimos a um servo de Deus, por exemplo, ele entende que ao se habilitar ou capacitar em uma área, ele o fará para a glória de Deus, pois a Bíblia diz que:

  1 Co 10.31: "Seja no comer ou beber, ou qualquer outra coisa, façais tudo para a glória de Deus".

  Deus havia derramado uma unção sobre a cabeça de Davi, o profeta mais estimado em sua época estava o apontando como futuro rei de Israel, como isso se daria com um jovem que vivia no meio do campo cuidando das ovelhas de seu pai? Davi não sabia, mas ele não precisaria "forçar a barra" para isso, pois da mesma forma que chamou a atenção de Deus em meio a tantos para uma posição de tamanha responsabilidade e honrosa, sua maneira de viver chamaria a atenção dos homens para outras posições que o colocariam bem próximo do lugar que Deus havia preparado para ele, uma coisa podemos aprender, existem qualidades nossas que talvez não serão admiradas em nossa casa, mas que podem ser admiradas até por quem não esperamos ou imaginamos que estejam nos observando.

  Vejamos as qualidades de Davi e em alguns casos o quanto foram imprescindíveispara ele chegar onde chegou:

  • Sabe tocar harpa. (Uma qualidade que abriu as portas para Davi quando Saul estava atormentado)

  •É um guerreiro valente. (Uma qualidade que fez a diferença quando Golias desafiava o exércitode Israel)

  • Sabe falar bem. (Prudente nas palavras, uma qualidade que o ajudou tanto nos seus relacionamentos, como na hora de compor hinos e poesias).

  • Tem boa aparência. (Precisamos entender que uma boa aparência não depende somente de beleza natural, mas de nos mantermos bem apresentaveis)

  • O Senhor está com ele. (Biblia Viva - Ele vive em comunhão com o Senhor).


  Ao observar as características de Davi eu vejo que não podemos perder as oportunidades que a vida nos apresenta, pois sem saber, podem ser qualificações muito importantes para o nosso futuro, aprender a tocar um instrumento pode parecer uma coisa tão simples e natural, mas essa capacidade de Davi foi "o" detalhe para que a porta do Palácio se abrisse para ele, claro que, não adianta tocar bem e não saber falar, não se portar adequadamente e ser alguém frouxo em seus desafios, as qualidades de Davi eram marcantes e somadas a sua devoção ao Senhor fez dele uma pessoa diferenciada.

  Davi era um compositor, um poeta, músico, um guerreiro valente, bonito e bem apresentável, todas essas qualidades poderiam ser observadas por qualquer pessoa que convivia com ele, são qualidades naturais que podemos também encontrar em muitos, inclusive nos dias de Davi, mas a última qualidade de Davi citada pelo oficial do rei me chama a atenção, uma das versões que eu coloquei o versículo foi a NVI e a outra Bíblia Viva, em uma delas temos o entendimento de Deus ser com Davi, ou estar com ele, fazer por Davi, já na outra, temos o entendimento de Davi estar com Deus, o que Davi faz por Deus e para Deus. 

  Considerando a primeira versão dessa qualidade eu me pergunto: "o que uma pessoa vê em mim para dizer que Deus é comigo?"

  Eu fiz essa pergunta a algumas pessoas e as respostas foram basicamente essas:

  Deus é com alguém que se parece com Jesus.

  Deus é com alguém que transmite paz e que sentimos paz ao estar ao lado dela.

  Deus é com alguém que manifesta o fruto do Espírito. 

  Deus é com alguém que revela mudança, transformação após seu encontro com Ele.

  Então, a maioria respondeu que:

  Deus é com alguém que se mantém firme, fiel, amando a Deus e falando do amor d'Ele, que independente das lutas que passa consegue transmitir paz e ter alegria.


  Davi certamente, com suas qualidades e em seu modo de viver transmitia isso, acredito que o louvor, a música facilitava muito, tudo acabava sendo um meio de compartilhar aquilo que tinha de melhor, mas essa última resposta que eu recebi me chamou muita atenção, pois Davi de fato manteve suas qualidades fluindo da melhor forma independente dos problemas dentro de casa, ele não se abalou e não se deixou levar pelo desprezo de sua família. Talvez alguns vejam a falta da ação ou presença de Deus em algumas situações, quando na verdade Deus fica mais evidente  através da nossa superação e Davi teve de aprender a lidar com seus problemas sem permitir que suas qualidades fossem ofuscadas.

  Já na versão da Bíblia Viva temos um Davi que mantinha sua comunhão com Deus, é uma via de mão dupla, Davi encontrou em Deus o pai que não encontrou em casa e a este chamou de Pastor no Salmo 23, encontrou neste Pastor a proteção e comunhão que não podia desfrutar com seus irmãos. As pessoas vão ver Deus na nossa vida não apenas por aquilo que Ele faz por nós, pelas bênçãos recebidas, milagres, mas também o verão na nossa busca, devoção, zelo, intimidade com Ele.


  Qual impressão as pessoas têm ao seu respeito? O que você acha? (Considerando o que elas observam em você).


  Uns vão dizer que isso não importa. Importa sim! Primeiro por conta do nosso testemunho e segundo, assim como o exemplo de Davi, um testemunho de um servo de Deus exemplar podem nos abrir portas que nem imaginamos, não penso em Davi como um jovem que andava pelos shows da cidade em busca de um futuro na carreira musical, mas que de alguma forma alguém o ouviu tocar aquela harpa e foi impactado, mesmo tão longe da cidade e do Palácio, seu nome foi lembrado e citado quando o assunto era vida com Deus.

  A paz que Davi transmitia, não era simplesmente a calma de uma pessoa mansa, era uma paz sobrenatural, é a impressão que temos quando os oficiais falam ao rei Saul que ele precisava de alguém que tocava harpa, era porque já tinham em mente alguém para indicar, pois sabiam que não se tratava apenas de alguém que tocava bem o instrumento, mas alguém que ao tocar aquele instrumento afastaria o mal que oprimia o rei.

  Davi é considerado um instrumento de Deus, não se tratava da Harpa, mas de quem a usava, isso nos ensina, muitos podem saber fazer o que fazemos ou ter qualidades semelhantes, mas como servos de Deus, devemos tocar as pessoas de forma diferente com o que fazemos, seja a coisa mais simples. 

  Saul aceitou a indicação, Davi realmente era o que falaram dele, Saul se agradou tanto de Davi que mandou avisar seu pai que agora ele trabalharia para o rei, com o passar do tempo Davi recebeu uma promoção para um cargo de extrema confiança do Rei, sua vida mudou de forma muito rápida, do campo para o palácio.

  Não permita que suas qualidades sejam ofuscadas pelos problemas da vida, pelas más influências que podem vir da família, comunidade ou sociedade, pelas desilusões e decepções com as pessoas, sabemos que a vida de Davi teve muitas viradas radicais, mas em todo o tempo, até mesmo quando pecou, vemos um Davi que entende o valor de ter Deus com ele ao pedir para que o Senhor não retire dele o Espírito Santo. 

  Valorize, aprimore, agregue mais qualidades, mas que sempre seja a maior das nossas qualidades a nossa vida com Deus.

  Deus te abençoe!

  

  

quinta-feira, 16 de junho de 2022

Os quatro capítulos do livro de Jonas.

 


  Hoje vamos falar sobre o profeta Jonas, com uma visão panorâmica dos 4 capítulos que há no livro, a princípio gostaria de já chamar atenção para o capítulo 4 e dizer que, o livro de Jonas termina de forma indefinida, pois em cada capítulo podemos destacar um estado diferente no comportamento do profeta.

  No capítulo 1 temos um profeta rebelde e fujão,  no capítulo 2 temos um profeta no "fundo do poço" e arrependido, clamando por misericórdia a Deus, no capítulo 3 temos um profeta pregando e uma cidade inteira sendo impactada, no capítulo 4 temos um sujeito indefinido, com uma demonstração fortíssima de insensibilidade e egoísmo. Ao olhar de forma panorâmica para esses 4 capítulos tentei definir quem seria então o profeta Jonas no final, um rebelde fujão, um homem arrependido e obediente, cumpridor de sua missão, ou um egoísta que não conseguia acompanhar e nem aceitar a vontade de Deus.

  Precisamos destacar que a história de Jonas com Deus e o ministério profético não começa no capítulo 1, Jonas já era um profeta antes de receber essa missão de ir a Nínive, isso nos fala de vocação, preparo e experiência, pois Deus não iria mandar qualquer profeta para essa missão, pois Nínive tratava-se da capital do império da Assíria, um império que tinha um poder muito grande, inclusive sobre o povo judeu naquela época, eram reconhecidos pela sua maldade, isso também fica claro no livro de Jonas, então não era uma missão simples e isso nos leva a conclusão de que Jonas não era um profeta iniciante e inexperiente. 

  No capítulo 1.2 encontramos duas vezes a informação de que Jonas estava fugindo da presença do Senhor, a minha pergunta é: "A presença de Deus estava em Nínive?".

  Provavelmente Nínive se encontra no Iraque, a pergunta é, seria suficiente irmos até este ponto geográfico para estarmos na presença de Deus? Eu aprendo algo muito precioso com Jonas, pois a nossa maior busca e preocupação deveria ser essa, ao contrário do que Jonas fez, deveríamos buscar com todas as nossas forças estar na presença de Deus, mas precisamos entender que a presença de Deus não se limita a um lugar geográfico ou a um santuário, nós conseguimos chegar ou estar neste lugar quando em obediência estamos no centro da vontade de Deus, ao fugir da direção e do objetivo que Deus havia estabelecido para sua vida, Jonas estava fugindo da presença de Deus.

  Então, conclui-se que, não importa o lugar, Jonas estaria na presença de Deus em Jope ou em Társis se esses fossem o lugar que Deus tinha direcionado para ele ir, não se trata simplesmente do ambiente "igreja", pode ser em casa, na escola, no trabalho, na rua, em um transporte, pode ser um relacionamento, um negócio, uma área de atuação até mesmo na obra de Deus, se estivermos caminhando conforme a vontade de Deus, estaremos em sua presença naquele ambiente e isso fará toda a diferença.

  Jonas tinha seus motivos para não ir, mas precisamos entender que a vontade de Deus está a cima dos nossos motivos, da nossa opinião a cerca de algo ou alguém, um dos motivos de Jonas não querer ir era a sua fé na misericórdia de Deus, ele sabia que a misericórdia de Deus era tão grande que até mesmo Nínive poderia se beneficiar dela e de fato Deus agiu com misericórdia quando se arrependeram.

  Quando a tempestade acontece no capítulo 1 Jonas está dormindo profundamente, podemos perceber um paralelo muito interessante entre a passagem em que Jesus também está no barco com seus discípulos, onde uma grande tempestade também se levanta e Jesus nessa ocasião também estava dormindo no barco, existe uma diferença muito grande entre sono de Jonas e o de Jesus. Jonas dorme o sono da indolência, a causa da tempestade é a desobediência, é ir para a direção contrária ao que Deus havia estabelecido, por outro lado, o sono de Jesus é o sono da paz, a tranquilidade daquele que está em obediência, que sabe que Deus vai cuidar do barco, pois está caminhando na direção que Deus havia estabelecido.

  São várias coisas que me chamam a atenção neste Livro, mas uma eu queria destacar, o momento do arrependimento de Jonas, o texto diz que a tempestade só aumentava, mas no que parece, por mais que Jonas estivesse passando por ela junto com a tripulação, não demonstra qualquer esforço para mudar o quadro, diz que eles mesmo deveriam lançá-lo no mar, ou seja, eles deveriam tirar Jonas do barco.

  Jonas ao ser lançado do barco, não está arrependido, não está pensando em ir para Nínive,  Jonas foi engolido por um peixe, e então,  no ventre do peixe, no fundo do poço, ele clama pela misericórdia de Deus. No capítulo 2 conhecemos um Jonas quebrantado, arrependido, um Jonas que nos faz acreditar que recebendo uma nova chance faria tudo diferente, Deus realmente deu uma nova chance para Jonas, ordenou o grande peixe para lançá-lo o mais próximo possível de Nínive e Jonas seguiu para o lugar que antes havia evitado.

  No capítulo 3 encontramos o profeta e pregador, seria ótimo que o Livro de Jonas tivesse apenas esses três capítulos, pois temos aqui o Jonas que Deus queria no início do livro, penso na força da mensagem pregada, a Bíblia diz, que para alcançar toda a cidade, Jonas precisava caminhar três dias, mas sua mensagem foi tão impactante que um dia foi suficiente para tocar os corações de todos (Jn 3.3,4), nem todo mundo precisou ouvir dos lábios de Jonas,  pois aqueles que ouviam compartilhavam a mensagem, de forma que chegou ao rei (Jn 3.6).

  Penso que nossa mensagem com características próprias de cada pregador, mas o detalhe que tornará nossa mensagem poderosa e impactante deve ser o mesmo, o quanto entendemos e o quanto somos movidos pela misericórdia e graça que nos alcançou, por mais que a mensagem de Jonas era de juízo e sentença, estava sendo pregada por alguém que havia acabado de receber um banho de misericórdia, acabado de sair do fundo do poço. Que ao pregar a palavra não nos esqueçamos quem éramos e de onde Deus nos tirou.

  Chegamos agora no capítulo 4 e encontramos o profeta indefinido, no que tudo indica, o mesmo do capítulo 1, com um tom muito forte de egoísmo em suas palavras e atitudes, Jonas se alegra por ter uma sombra sobre sua cabeça, mas fica furioso quando vê cento e vinte mil pessoas recebendo a misericórdia de Deus, ele pensava que a misericórdia que o tirou das profundezas do inferno não deveria ser dada aos pecadores ninivitas, sente-se furioso pela aboboreira ter morrido levando assim a sombra que estava sobre sua cabeça, o mundo parece girar em torno dele, seus problemas são sempre maiores do que os dos outros.

  Talvez o problema do egoísmo não tenha ficado tão evidente no capítulo 1, mas agora Deus esteja deixando claro para nós no capítulo 4, Jonas fugiu da presença de Deus ao tomar a rota da sua preferência, mas vemos Deus insistindo nele, uma das provas disso é a tempestade, ela era um sinal de que Deus não queria perdê-lo, mesmo assim Jonas não saiu do barco porque queria obedecer a Deus, foi expulso de lá.  Existem situações que não eram para estarmos, lugares, relacionamentos, dentre tantas coisas que poderíamos citar, e estar neles só nos levarão para o meio de tempestades e outros que estãoao nosso redor acabarão vivendo por causa de nós, que saber disso seja suficiente para mudarmos de rota sem precisar passar por elas e tomarmos a direção que Deus nos deu, muitos só saíram do "barco errado" que estavam porque alguma coisa muito ruim aconteceu, não saíram com suas próprias pernas, foram empurrados por algo que deu errado, infelizmente a maioria de nós  só repensaremos as decisões erradas que tomamos quando estivermos no fundo do poço como Jonas, quando nos sentirmos perto da morte e do inferno como ele declarou em seu clamor desesperado.

  No capítulo 2.9 em que vemos Jonas quebrantado e arrependido clamando, ele diz que cumprirá totalmente o que prometeu, assim somos nós no momento do desespero, mas é triste pensarmos que só funcionaremos corretamente dentro do propósito de Deus quando estivermos na pior, pois quando tudo volta ao normal, voltamos a ser a mesma pessoa que antes, parece que precisamos de problemas para colocarmos os pés no chão da humildade e da obediência, no ventre do peixe não havia questionamentos sobre a vontade de Deus,  não havia justificativas, já no conforto de casa havia tudo isso(Jn 4.2), o ventre do peixe pode ser muitos lugares para nós, pode ser uma doença, desemprego e dívidas acumuladas, uma decepção amorosa, enfim, cada Jonas tem seu peixe.

  Que esse texto seja benção para você, que nos ajude a olhar para dentro de nós, nos avaliarmos, pois Deus tem expectativa em nós de que mudemos, melhoremos.No capítulo 3 Jonas estava pregando e uma cidade inteira estava se convertendo, mas no capítulo 4 temos um Jonas estranho, era o mesmo rebelde egoísta do capítulo 1, que nossa vida não esteja baseada em coisas que fazemos, até mesmo no uso dos dons e nos resultados que alcançamos, mas em quem estamos nos tornando a cada dia, a experiência do peixe que podemos considerar dolorosa não foi suficiente para mudar o coração e a mentalidade de Jonas, a pergunta é: "O que será necessário para nos tornarmos a pessoa que Deus quer que sejamos?".

  Eu sei da importância e da urgência dessa mensagem nesses dias, que você guarde essa palavra e se achar importante e necessária para outras pessoas, compartilhe, assim como fez o povo de Nínive e quem sabe milhares de pessoas não serão impactadas também. 

  Deus te abençoe!

domingo, 5 de junho de 2022

Daniel, homem muito amado.



(Assista essa mensagem pelo link do YouTube) 


  Daniel 10:1 No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, Daniel, chamado Beltessazar, recebeu uma revelação. A mensagem era verdadeira e falava de uma grande guerra. E numa visão veio-lhe o entendimento da mensagem. 

2 Naquela ocasião eu, Daniel, passei três semanas chorando. 

3 Não comi nada saboroso; carne e vinho nem provei; e não usei nenhuma fragrância perfumada, até se passarem as três semanas. 

4 No vigésimo quarto dia do primeiro mês, estava eu de pé junto à margem do grande rio, o Tigre. 

5 Olhei para cima, e diante de mim estava um homem vestido de linho, com um cinto de ouro puríssimo na cintura. 

6 Seu corpo era como o berilo, o rosto como o relâmpago, os olhos como tochas acesas, os braços e pernas como o reflexo do bronze polido, e a sua voz era como o som de uma multidão. 

7 Somente eu, Daniel, vi a visão; os que me acompanhavam nada viram, mas apoderou-se deles tanto pavor que eles fugiram e se esconderam. 

8 Assim fiquei sozinho, olhando para aquela grande visão; fiquei sem forças, muito pálido, e quase desfaleci. 

9 Então eu o ouvi falando, e, ao ouvi-lo, caí prostrado, rosto em terra, e perdi os sentidos. 

10 Em seguida, a mão de alguém tocou em mim e me pôs sobre as minhas mãos e os meus joelhos vacilantes. 

11 E ele disse: "Daniel, você é muito amado. Preste bem atenção ao que vou lhe falar; levante-se, pois eu fui enviado a você". Quando ele me disse isso, pus-me de pé, tremendo. 

12 E ele prosseguiu: "Não tenha medo, Daniel. Desde o primeiro dia em que você decidiu buscar entendimento e humilhar-se diante do seu Deus, suas palavras foram ouvidas, e eu vim em resposta a elas. 

13 Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias. Então Miguel, um dos príncipes supremos, veio em minha ajuda, pois eu fui impedido de prosseguir ali com os reis da Pérsia. 

14 Agora vim explicar-lhe o que acontecerá ao seu povo no futuro, pois a visão se refere a uma época futura". 

15 Enquanto ele me dizia isso, prostrei-me, rosto em terra, sem conseguir falar. 

16 Então um ser que parecia homem tocou nos meus lábios, e eu abri a minha boca e comecei a falar. Eu disse àquele que estava de pé diante de mim: Estou angustiado por causa da visão, meu senhor, e quase desfaleço. 

17 Como posso eu, teu servo, conversar contigo, meu senhor? Minhas forças se foram, e mal posso respirar. 18 O ser que parecia homem tocou em mim outra vez e me deu forças. 

19 Ele disse: "Não tenha medo, você, que é muito amado. Que a paz seja com você! Seja forte! Seja forte! " Ditas essas palavras, senti-me fortalecido e disse: "Fala, meu senhor, visto que me deste forças". 

20 Então ele me disse: "Você sabe por que vim? Vou ter que voltar para lutar contra o príncipe da Pérsia, e, logo que eu for, chegará o príncipe da Grécia; 

21 mas antes lhe revelarei o que está escrito no Livro da Verdade. E nessa luta ninguém me ajuda contra eles, senão Miguel, o príncipe de vocês.

 

  Daniel é uma das grandes referências que encontramos na Bíblia Sagrada, o contexto de toda a sua história se encontra no período que seu povo atravessou o caminho do cativeiro na Babilônia e também a saída para retornarem para sua terra.

  Daniel era um jovem com aproximadamente 17 anos quando chegou, com certeza sofreu um choque cultural muito grande, mas pior do que isso, o impacto espiritual de uma grande batalha que acontecia mesmo que seus olhos humanos não conseguisse enxergar.

  Daniel teve de lidar com as mudanças impostas pelo novo mundo que fazia parte, mesmo assim não se contaminou. Sua vida íntegra, devota nos serve de exemplo num tempo tão parecido com o nosso, quando enfrentamos nossas maiores batalhas na mente, no campo das ideias, quando as filosofias sutis e ideologias tentam modificar nossa mentalidade. Precisamos urgentemente voltar as Escrituras, pregar a verdade a fim de que nossa sociedade seja influenciada pelas verdades eternas, e também tomando o cuidado com o "fermento", aquilo que parece inofensivo, mas que, muitas das vezes tentam acrescentar na doutrina, comprometendo o desenvolvimento saudável da igreja.

  O texto do livro de Daniel capítulo 10 já nos mostra um Daniel idoso, passado dos seus 80 anos, depois de décadas na Babilônia, superando os mais variados e difíceis desafios. Uma pergunta me vêm a mente: O que resta para o velho Daniel? 

O jovem que se tornou um dos maiores profetas da história de Israel, que renunciou o manjar do rei, que orou ferventemente em busca da interpretação de um sonho que não era seu, que confrontou o líder do império mais poderoso de seu tempo com as verdades de Deus, que trouxe o veredito ao governante que ousou tocar nos objetos sagrados para curtir sua festa imunda, viu o cumprimento de uma das suas revelações acontecendo diante dos seus olhos quando um novo governo assume a então poderosa Babilônia. 

Daniel orou ardentemente voltado para sua terra, suas janelas abertas, orou assim como o próprio Deus disse que deveria ser, se porventura o povo fosse levado cativo de sua terra por conta do pecado, deveria orar, ainda que distante, voltado para a terra e o santuário que Deus tinha escolhido para que seu nome estivesse, se fizessem isso, Deus os traria de volta, essa busca incessante levou Daniel para a cova dos leões, mas Deus esteve com seu fiel servo dando a ele livramento.

  No capítulo 10 já estamos no terceiro ano de Ciro, este rei que no seu primeiro foi responsável pela liberação do povo de Israel para que retornassem para sua terra, essa informação nós encontramos no Livro de Esdras capítulo 1, o povo retornou do seu cativeiro com o tesouro do templo, com a autorização para reerguerem o santuário do Senhor.

  A Bíblia Viva nos apresenta o versículo 2 de uma forma peculiar, pois no que parece quando lemos de forma simples, é que a visão de Daniel o fez entrar em um processo como que de um luto judaico, mas fica muito claro que esse sentimento fúnebre não se deu pela revelação, ao contrário disso, em resposta a esse luto Deus se revela a Daniel de forma gloriosa.


  Por que Daniel está tão triste?

  Daniel assumiu posições de autoridade, recebeu privilégios, mas ainda assim, isso não o fez perder o foco do seu propósito na Babilônia,  Deus havia revelado o seu plano através do sonho do rei com a estátua, no mundo espiritual havia uma guerra para que as coisas desalinhassem, uma guerra que se movia principalmente em meio a política e seus líderes. Era também plano de Deus que seu povo retornasse para sua terra, algo deixou Daniel profundamente entristecido, Daniel sabia que chegara ao fim o cativeiro, que a porta de saída havia sido aberta, que as orações de décadas enfim estavam sendo respondidas, muitos judeus saíram da Babilônia, mas uma grande parte de judeus permaneceram no conforto da vida que construíram ali, Daniel vê que apesar de suas orações terem sido respondidas, na vida de muitos elas não fizeram efeito na vida de muitos outros e é isso que o leva a viver esse sentimento fúnebre.

Eu aprendo algo muito precioso com essa experiência de Daniel, primeiro, que não devemos desanimar de orar, devemos perseverar, devemos também nos manter fiéis ao Senhor, entender que temos nosso trabalho material e nossas atribuições de um cidadãocomum, mas que isso é só um detalhe do nosso maior trabalho que nos foi dado por Deus, seja na nossa família, em uma escola, empresa, ou até mesmo no meio político como Daniel, somos representantes do Reino de Deus na terra, Daniel me ensina que, por mais que Deus tenha um plano, por mais que Ele queira trazer os seus de volta, por mais que estejamos orando pelo mundo, nem todos vão responder essa oração, veremos alguns deixando a Babilônia e tomando a direção de Jerusalém, mas veremos algumas pessoas presas as coisas materiais e aos prazeres desse mundo, certamente isso pode deixar-nos entristecidos.

  Há um chamado de Deus para nós, um chamado para sairmos da Babilônia, não dá geográfica, mas do sistema daquele reino que impera até hoje no mundo.

  Apocalipse 18:4 Então ouvi outra voz do céu que dizia: "Saiam dela, vocês, povo meu, para que vocês não participem dos seus pecados, para que as pragas que vão cair sobre ela não os atinjam!

  Precisamos estar atentos a essa voz, a esse chamado, entendendo que, entrar pela porta da salvação que nos foi aberta por Jesus é também sair pelas portas da Babilônia, não tem como viver ao mesmo tempo nessas duas realidades, ou somos do Reino ou somos do mundo. 

  Deus então abre os olhos espirituais do velhinho Daniel mais uma vez e lhe mostra o futuro, uma grande guerra que aconteceria. Deus com isso me ensina algo, nunca é tarde para uma nova revelação de Deus, não há idade que nos limite a isso, Deus não nos vê como o homem vê, aquilo que Deus não revelou ao jovem Daniel apesar de fiel e devoto desde cedo, estava reservado para aquele velhinho, sua capacidade física não é a mesma, isso fica claro em suas palavras, ele se sente fraco, suas pernas tremem, em alguns momentos não consegue respirar direito, fica doente pelo peso das revelações, mas seu espírito é forte, enrijecido pelas experiências espirituais que viveu. 

Paulo nos ensina que o exercício físico é bom, mas que deveríamos exercitar nosso homem interior, porque isso nos ajudará nessa vida e na vindoura (1Tm 4.8). Seu exercício diário de oração e seus jejuns elevaram Daniel a esse nível, quem vê por fora, vê apenas um velhinho, mas espiritualmente Daniel é um gigante.

  Outra coisa que me chama a atenção neste texto é a pressa de Deus em respondê-lo, no capítulo 9.20-23, vemos que na mesma hora que Daniel começou a orar, foi dada uma ordem para que o anjo trouxesse a resposta, e quando este trás a resposta, começa afirmando que a agilidade se deu  "porque você é muito amado". Antes de falar desse amor, entenda uma coisa, nem sempre  "demora" de uma resposta significa que Deus não está nos ouvindo, Daniel orou por décadas pelo retorno do seu povo, mas viu acontecer, no capítulo 9 ele começa a orar e o anjo chega imediatamente para trazer resposta, no capítulo 10 a resposta já não chega imediatamente, ou seja, tem respostas que chegarão imediatamente, tem outras que podem chegar em dias e outras que podem demorar décadas, mas Deus sempre está nos ouvindo.


  Agora sobre o amor de Deus.

  Como você  sabe que é muito amado por Deus?

  O que temos como evidência desse amor?

  A quem geralmente se fala: "Jesus / Deus te ama"?

  Você concorda que geralmente é comum isso ser dito a uma pessoa que está fora da presença de Deus? 

  Penso que aqueles que estão servindo a Deus por muitos anos correm o risco de se tornarem religiosos, muitos anos servindo, trabalhando, sofrendo, chorando, sorrindo e vencendo também, é claro, mas correndo o risco de formar uma mentalidade de um simples funcionário, a mentalidade do filho mais velho da parábola de Lucas 15.

  Enquanto o filho mais novo que pecou estava desfrutando do amor do Pai após ser recebido novamente em casa, o filho mais velho se sentia prejudicado, como se não estivesse recebendo o mesmo amor do Pai.

  Seria necessário vivermos pecando para recebermos o amor de Deus? Paulo diz que aqueles que não, que já morremos para o pecado e que agora não podemos viver nele (Rm 6.1,2), para o pecador sem Deus o amor de Deus é revelado no perdão, na justificação, na graça, para àqueles que já foram alcançados pela graça, o amor de Deus é manifesto na profundidade em que ele se revela a nós de acordo com as experiências que vamos vivenciando ao longo do tempo, pois Deus éuma fonte inesgotável, sempre haverá uma profundidade a mais para chegarmos.

  Deus se apressa quando o "velhinho" Daniel clama, a primeira coisa que o mensageiro faz é declarar o amor de Deus por Daniel. Entre o capítulo 9 e 10 Deus reafirmou isso pelo menos três vezes. É a prova que não é só o pecador que precisa ouvir isso, através deste texto eu gostaria de transmitir isso a você meu irmão, principalmente se você já é um veterano no exército do Senhor, Deus não nos vê como o homem vê um automóvel, que é muito valorizado no auge de sua força e desprezado ao surgir uma nova geração, ainda há um cântico novo, ainda há uma nova pregacão para ser revelada, tome posse disso.

  O mensageiro de Deus então fala a Daniel:

  Dn 10.18: Que a paz seja com você! Seja forte! Seja forte!

  Deus transmite a Daniel a Paz e a força que ele necessitava, eram palavras que se tornaram vida em seu corpo, o velhinho que quase não conseguia se colocar em pé agora diz:

  Daniel 10.19: "Fala, meu senhor, visto que me deste forças".

  Que a Palavra de Deus mais uma vez transmita a paz e a força que você precisa para caminhar e viver experiências incríveis que Ele reservou para os seus amados.

  Deus te abençoe!

 

terça-feira, 26 de abril de 2022

Os marinheiros de Jesus.

 


 

  "Se as águas do mar da vida quiserem te afogar

  Segura na mão de Deus e vai
Se as tristezas desta lida quiserem te sufocar
Segura na mão de Deus e vai" 
  

  Um dia desses ouvi um jovem da igreja que faço parte falar:

  "Águas tranquilas não fazem bons marinheiros".

  Hoje me veio a lembrança um vídeo que vi onde um navio navegava por águas muito revoltas, como nesse louvor da Harpa Cristã, às vezes parece a nossa vida com as adversidades que encontramos na caminhada.
  Penso no quanto seria desesperador minha primeira experiência no mar ao passar por essas ondas, mas também vejo o quanto situações tempestuosas são "comuns" aos marinheiros que estão acostumados a passar por essas ondas gigantes quase que sempre.
  A Bíblia fala de dois momentos em que os discípulos estão no barco e lutam contra as ondas, em ambas sem sucesso, em um dos casos Jesus estava presente no barco dormindo, já no outro, Jesus deu a ordem para os discípulos atravessarem enquanto ficou no monte orando (Mt 8.23-27 / Mt 14.22-33). São duas experiências no mar bravio, cada uma com sua particularidade, destacamos a lição da diferença de ter Jesus em nosso barco e poder recorrer a Ele na hora difícil, e também a expectativa de Jesus em nós, de que saberemos lidar com essas ondas. Em todos os casos ficou claro que nem todas as tempestades são naturais, existem lutas que não venceremos na força do nosso braço, com a nossa intelectualidade ou com recursos financeiros, somente com armas espirituais. 

  Mateus 14:24 Naquele momento o barco já estava no meio do lago. E as ondas batiam com força no barco porque o vento soprava contra ele.
 
  Ao ler esse texto penso que isso retrata a vida de muitos nesse momento da história, vento soprando forte, ondas batendo com força e dentro do barco os homens, depois de lutarem com todas suas forças e não conseguirem, os discípulos que já haviam passado por uma situação semelhante, se vêem repetindo a mesma reação de temor e desespero diante do mar revolto. 
  De onde Jesus estava o texto diz que "Ele os via e logo foi ao encontro deles".
  Jesus espera que aprendamos a passar pelas tempestades da vida usando não apenas nossa capacidade, mas a fé e as experiências de outras tempestades que atravessamos.
  Paulo é um exemplo de alguém que passou por muitas tempestades, literalmente e figuradamente falando, ele diz:

  2 Coríntios 11:25 Três vezes os romanos me bateram com porretes, e uma vez fui apedrejado. Três vezes o navio em que eu estava viajando afundou, e numa dessas vezes passei vinte e quatro horas boiando no mar.

  Na ocasião que encontramos no livro de Atos dos Apóstolos capítulo 27.21-26, Paulo se mostra tranquilo enquanto todos estavam sem esperança de se salvarem, Paulo nos dá o exemplo de que só poderemos ser testemunhas com forte influência se passarmos por experiências que nos marcarão profundamente, será dolorido, mas certamente sairemos mais fortes.
 
  Resumindo, que sejamos bons marinheiros do Senhor, que não percamos a calma, que nossa paz não seja dependente de dias ensolarados, que nossa confiança esteja em Jesus, que está sempre olhando para nós, se não pudermos vê-lo significa apenas que Ele nos quer ver vencendo as tempestades como nos ensinou e não que nos abandonou. 
  Diante de tudo o que possa estar vivendo hoje, pare, respire, troque seus remos por seus joelhos, não grite desesperado, cante louvores em adoração, pois você vai passar por esse momento e vai chegar ao seu destino. E saiba que talvez essa não seja a última tempestade que vai enfrentar, mas um treino para que passe com mais firmeza e confiança pelas próximas que surgirão. 
  Que Deus te abençoe! Um forte abraço de seu irmão José Carlos. 

Deus minha única opção.

    Geralmente agradecemos a Deus pelos livramentos que Ele nos dá, dizemos que somos gratos pelos livramentos que vimos e por aqueles que n...