Provérbios 12:11 Quem trabalha a sua terra terá fartura de alimento, mas quem vai atrás de fantasias não tem juízo.
Já ouviu alguém dizer que "o quintal do vizinho é mais verde"? Então, hoje me deparei com esse provérbio que me fez pensar na nossa vida e ele fala algo muito parecido com esse ditado popular, em alguns momentos nos parece que queremos dar uma de "Indiana Jones", um certo espírito de aventureiro em busca de tesouros e emoções, na verdade esse é o nosso perfil em uma determinada fase da vida em que temos prazer naquilo que é incerto e perigoso.
Vejo neste texto alguém que não considera o potencial de sua própria terra e sai em busca de outras coisas que na verdade não passam de fantasias. A terra nesse texto pode ser muitas coisas, um relacionamento, seja ele um namoro ou até mesmo um casamento, seja uma empresa em que estamos empregados, seja uma localidade onde moramos, uma comunidade de fé que fazemos parte, essa terra pode ser qualquer coisa que nos foi dada por Deus.
Corremos o risco de não darmos o devido valor ao que temos e começarmos a correr atrás de algo que supostamente seja melhor, o sábio diz que essa é uma atitude de quem não tem juízo, não ter juízo é o mesmo que não julgar corretamente, fala de alguém que deixa de trabalhar em prol do que já possui, e sai em busca de algo ilusório. Claro que entendemos que viver de forma saudável é caminhar em direção a um lugar melhor, não se trata do caso descrito neste texto.
Será que conseguimos entender o por que de algumas terras não frutificarem? Talvez coloquemos toda a responsabilidade na própria terra pela falta de frutos, e sim isso é uma possibilidade, mas não precisamos ser tão sábios para entender que, se queremos comer dos frutos da nossa terra, precisaremos cuidar, preparar, plantar e cultivá-la. Se considerarmos o propósito original de Deus para o homem desde o princípio, Deus o criou com a capacidade de um agricultor, ordenou que cultivasse a terra.
O abandono de um lar ou de um ministério, por exemplo, não pode ser responsabilidade só de um dos lados, é claro que, precisa haver todo o trabalho de quem planta, como também a terra se permitir ser tratada e responder esse tratamento com bons frutos, é de fato uma via de mão dupla.
Vemos muitos divórcios onde cada um diz ter sua razão, sem perceberem estão deixando suas próprias terras (famílias) em busca de uma realização pessoal, a felicidade que na verdade se revelará no futuro como uma fantasia, pois feliz éo homem que encontrou seu prazer e felicidade em sua família, são ministérios e responsabilidades confiadas a nós na igreja que deixamos em busca de um lugar onde supostamente "seremos valorizados como merecemos".
Temos um exemplo muito comum nas Escrituras que mostra isso, o Filho pródigo em Lc 15, ele deixou a casa do Pai onde tinha fartura de pão, trabalho, família, sobre tudo, o cuidado do seu amado pai, tudo isso em busca de prazeres e aventuras que se revelaram como verdadeiras ilusões, uma pena que muitos vão perceber tarde que seu quintal era o melhor e mais bonito de todos, pois era seu, que deveria lutar e fazer de tudo para preservá-lo desde o início.
Vemos muitos com reclamações e justificativas saindo de suas congregações, uns vão para outros ministérios acreditando ter deixado os problemas para trás, mas acabam levando consigo o problema que está dentro deles, outros saem da congregação e acabam saindo também da presença de Deus, se vêem em dado momento como o filho pródigo, presos a uma realidade terrível e de consequências amargas, o pensamento é sempre o mesmo, "se eu pudesse voltar no passado, faria tudo diferente".
Por isso temos em mãos a Palavra de Deus e por isso pregamos, há sabedoria neste único versículo, sabedoria que pode nos salvar de cometer erros que nos arrependeremos pelo resto de nossas vidas.
Tomemos o cuidado para não nos tornarmos esse tipo de aventureiro, que deixando uma terra de valor saí em busca de fantasias, que Deus nos dê discernimento para não perdermos o juízo.
Outra questão que devemos considerar é que, o valor que muitas vezes não damos para aquilo que é nosso é visto por outro como algo de valor inestimável, não podemos cometer esse erro. Não preciso falar que existem pessoas de olho naquilo que é nosso, isso é um fato, mas gostaria de destacar o nosso adversário que deseja tomar ou destruir a nossa terra e as nossas plantações e transformar em outra coisa.
Essa é uma tática muito comum do nosso adversário, nos fazer olhar com mais apreço aquilo que não nos pertence, nos tentar a ponto de negociarmos o inegociável, essa foi a estratégia de Acabe para adquirir a vinha de Nabote, eu aprendo que nosso adversário não pode tomar na mão grande o que Deus nos deu, mas ele vai nos tentar até que tratemos como algo sem valor, até que nós mesmos entreguemos a ele.
A resposta de Nabote precisa ser observada e nos servir de lição, ele não disse um simples não para a proposta feita pelo rei Acabe, como se aceitar fosse algo fora de cogitação, mas disse: "Deus me livre de fazer tal coisa!", ou seja, a garantia de que não faremos negócio com a nossa terra não está simplesmente na nossa força ou determinação, no tempo que possuímos de crentes, talvez existam dias que tudo pode contribuir para que esse "não" seja repensado, por isso devemos tomar cuidado com a auto confiança e passar a orar como Jesus nos ensinou, e quando ensinou, sugeriu que fosse uma oração diária, "Não nos deixar cair em tentação, mas livrai-nos do mal".
Se é difícil reconhecermos que algo nos tenta, certamente será difícil fazer uma oração pedindo para Deus nos livrar da tentação, devemos fazer como Nabote, uma família, um casamento, um ministério, a liberdade como cidadão depende disso, pense quantas famílias e casamentos poderiam ainda existir se isso fosse considerado, pense quantos que estão no cárcere estariam livres se lutassem corretamente contra a tentação das propostas feitas pelo adversário.
A Bíblia diz que no tempo de Gideão os midianitas, os amalequitas e outros povos vinham sempre que os israelitas plantavam e destruíram toda a plantação do povo (Jz 6.3,4). Precisamos considerar o fato de que nosso adversário vai somar todas as forças para destruir o que temos cultivado em nossa terra, ele não quer ver flores e nem frutos em nossa terra, de tempos em tempo ele vai se levantar para destruir o que estamos cultivando, não podemos nos acovardar como fez o povo no tempo de Gideão, ser omissos referente ao inimigo que está destruindo aquilo que nos foi dado por Deus, é como as raposinhas que vinham destruir as vinhas do casal de Cantares (Ct 2.15). Claro que só faremos isso se realmente valorizarmos a nossa terra.
Outra coisa que precisamos entender de uma vez por todas é, a minha vida, família, ministério, pertencem a Deus, Ele é o meu Senhor, quando eu decidi servi-lo abri mão do meu livre arbítrio, então eu não tenho autonomia para fazer o que eu quero, preciso orar e pedir ajuda a Deus para fazer assim como Nabote, o rei Acabe fez propostas aparentemente melhores e por mais que os valores e as terras propostas eram reais e palpáveis (1Rs 21.1-3), precisamos levar em conta o valor daquilo que nos foi entregue por Deus e assumirmos a responsabilidade de cuidar até o fim.
Talvez esse espírito de aventureiro seja uma fase da nossa vida, uma característica da nossa juventude inconsequente, ou da nossa imaturidade não importando a idade que temos, talvez o cenário da nossa "terra" seja desanimador, mas que esse texto nos desperte e nos ajude a lutar com mais determinação e permitir sermos tratados, inclusive pelo nosso Deus que nos quer floridos e frutificando, Deus também trata de nós como se fôssemos uma terra fértil, em Isaías capítulo 5 Ele planta uma vinha e trata a terra, retira as pedras, cerca, usa as melhores mudas e fica na expectativa de colher as uvas mais doces, mas em resposta a todo esse tratamento Deus colhe uvas azedas.
Não podemos justificar nossa escolha de não produzir o fruto que Deus espera, já que ele está nos dando todas as condições, em Hebreus as Escrituras nos dizem:
Hebreus 6:7 Pois a terra que absorve a chuva, que cai freqüentemente e dá colheita proveitosa àqueles que a cultivam, recebe a bênção de Deus.
8 Mas a terra que produz espinhos e ervas daninhas, é inútil e logo será amaldiçoada. Seu fim é ser queimada.
9 Amados, mesmo falando dessa forma, estamos convictos de coisas melhores em relação a vocês, coisas próprias da salvação.
Este texto fala sobre uma terra que recebe e absorve a chuva, esta produz uma colheita proveitosa, mas o texto sugere a terra que recebe a mesma chuva, mas diferente da primeira produz espinhos e ervas daninhas, fala de alguém que escolheu produzir aquilo que faz mal a própria terra, preferiu a inutilidade que logo a levará a ser amaldiçoada por conta dessa escolha.
É triste pensar que algumas pessoas participam das mesmas programações, são ministradas pelo louvor, pela palavra, onde uns respondem positivamente às expectativas de Deus e outros não, pois aqueles que se fecham para essa chuva de graça estão escolhendo o fogo do juízo final. O escritor aos hebreus fala da expectativa de Deus aos seus leitores.
É tempo de responder a essa graça de Deus e produzir o fruto do Espírito.
Não perca o juízo!
Que Deus te abençoe!
(Assista essa mensagem pelo link no YouTube)
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