Números 20:14 De Cades, Moisés enviou mensageiros ao rei de Edom, dizendo: "Assim diz o teu irmão Israel: Tu sabes de todas as dificuldades que vieram sobre nós.
15 Os nossos antepassados desceram para o Egito, e ali vivemos durante muitos anos. Os egípcios, porém, nos maltrataram, como também a eles,
16 mas quando clamamos ao Senhor, ele ouviu o nosso clamor, enviou um anjo e nos tirou do Egito. "Agora estamos em Cades, cidade na fronteira do teu território.
17 Deixa-nos atravessar a tua terra. Não passaremos por nenhuma plantação ou vinha, nem beberemos água de poço algum. Passaremos pela estrada do rei e não nos desviaremos nem para a direita nem para a esquerda, até que tenhamos atravessado o teu território".
18 Mas Edom respondeu: "Vocês não poderão passar por aqui; se tentarem, nós os atacaremos com a espada".
19 E os israelitas disseram: "Iremos pela estrada principal; se nós e os nossos rebanhos bebermos de tua água, pagaremos por ela. Queremos apenas atravessar a pé, e nada mais".
20 Mas Edom insistiu: "Vocês não poderão atravessar". Então Edom os atacou com um exército grande e poderoso.
21 Visto que Edom se recusou a deixá-los atravessar o seu território, Israel desviou-se dele.
Neste texto temos duas nações, parentes, descendentes de Esaú que também é Edom e os descendentes de Jacó que também é Israel, houve um problema entre esses irmãos no passado, Jacó de forma astuta tomou a benção da primogenitura de seu irmão e fugiu, pois Esaú queria matá-lo. Muitos anos se passaram, ambos se tornaram homens de família e maduros, o jovem Jacó ambicioso, oportunista e inconsequente teve um encontro com Deus, teve esposas e se tornou pai de muitos filhos, seguiu o plano de Deus que era retornar para sua casa e de forma surpreendente se reconciliou com Esaú.
O que mais nos chama a atenção é o fato de eles ficarem bem, mas a descendência deles permanecerem em conflito, é exatamente o texto que lemos. Após os anos de escravidão no Egito, Deus liberta seu povo e os guia pelo caminho do deserto, Deus sempre esteve cuidando do povo, suprindo suas necessidades básicas, porém agora os edomitas podiam ser um instrumento para facilitar o caminho do povo somente permitindo a passagem.
Moisés humildemente envia uma mensagem, mas o rei dos edomitas se mostra irredutível e pronto para a guerra, uma imagem clara de alguém que não superou as indiferenças do passado, o problema foi resolvido entre Jacó e Esaú, mas seus parentes permaneceram com seus corações fechados, exemplo de pessoas que encontram em Deus a graça para perdoar alguém, mas que a mágoa permanece no coração de amigos e familiares.
Gostaria de abrir um parêntese neste ponto da história para falar de uma tendência nossa, característica do pecado em nós, em Gn 28.6-9 vemos a atitude de Esaú (Edon) após perder a benção quando Jacó se antecipou enganando seu pai, vemos a inclinação comum do caráter do homem caído em desobedecer e desonrar na atitude de Esaú ao fazer aliança com uma filha de Ismael, considerando as indiferenças que a família de Ismael também nutria contra a descendência de Isaque, quero destacar essa facilidade que temos em nos juntarmos a pessoas que também abrigam em seus corações as mesmas indiferenças que nós, contribuindo assim para que a inimizade continue e até aumente nos corações daqueles que são próximos a nós.
Jacó e Esaú se acertaram, mas no que parece, seus descendentes continuaram com aquela mágoa.
Um exemplo para ilustrarmos isso, uma mãe que se magoou por algo que aconteceu com sua filha após ser violentada ou por uma traição do seu genro, às vezes acontece dessa filha viver uma experiência real com Deus e liberar o perdão e ter as raízes de amargura removidas do seu coração, mas seus pais ou os amigos mais próximos continuarem com a mágoa guardada, com essa história entre Israel e Edom temos uma breve noção do quanto isso pode ser danoso.
É provável que encontremos pessoas que passam por esse mesmo problema, por mais que tentemos ser gentis, até mesmo nos humilharmos, não encontraremos lugar nesses corações, pois gente como os edomitas são movidas pelas emoções, não existe "gentileza que gera gentileza", não importa o quanto sofremos, se depender deles, nosso caminho não se tornará mais leve. Algumas pessoas já me fizeram a seguinte pergunta:
"Quando eu peço perdão, sou gentil com alguém, mas essa pessoa não me perdoa, não me trata da mesma maneira, o que devo fazer?"
Essa é a instrução prática que encontramos nessa história para as nossas vidas, devemos fazer o que Deus ordenou a Israel em Dt 2.4-8:
Dt 2:4 E diga ao povo: Vocês estão passando pelo território de seus irmãos, os descendentes de Esaú, que vivem em Seir. Eles terão medo de vocês, mas tenham muito cuidado.
5 Não os provoquem, pois não darei a vocês parte alguma da terra deles, nem mesmo o espaço de um pé. Já dei a Esaú a posse dos montes de Seir.
6 Vocês lhes pagarão com prata a comida que comerem e a água que beberem".
7 Pois o Senhor, o seu Deus, os tem abençoado em tudo o que vocês têm feito. Ele cuidou de vocês em sua jornada por este grande deserto. Nestes quarenta anos o Senhor, o seu Deus, tem estado com vocês, e não lhes tem faltado coisa alguma.
8 Assim, passamos ao largo de nossos irmãos, os descendentes de Esaú, que habitam em Seir. Saímos da rota da Arabá, de Elate e de Eziom-Geber. Voltamos e fomos pela rota do deserto de Moabe.
Deus já tinha dado a ordem, não quero que vocês lutem com seus irmãos, caso eles estejam fechados e prontos para a briga, passem de largo, desviem deles, ou seja, por mais que o caminho seja mais longo ou difícil, escolha esse caminho para evitar problemas.
A verdade é que sempre temos essa opção, mas dificilmente escolhemos o certo, pois vale mais um caminho longo e difícil com paz, do que atalhos cheios de contenda.
Israel neste caminho mais longo acabou ficando impaciente, a Bíblia diz que quando contornava a terra de Edom seus ânimos se alteraram e começaram a falar contra Moisés e o Senhor com palavras pesadas e grosseiras.
Números 21:4 Partiram eles do monte Hor pelo caminho do mar Vermelho, para contornarem a terra de Edom. Mas o povo ficou impaciente no caminho
5 e falou contra Deus e contra Moisés, dizendo: "Por que vocês nos tiraram do Egito para morrermos no deserto? Não há pão! Não há água! E nós detestamos esta comida miserável! "
6 Então o Senhor enviou serpentes venenosas que morderam o povo, e muitos morreram.
7 O povo foi a Moisés e disse: "Pecamos quando falamos contra o Senhor e contra você. Ore pedindo ao Senhor que tire as serpentes do meio de nós". E Moisés orou pelo povo.
8 O Senhor disse a Moisés: "Faça uma serpente e coloque-a no alto de um poste; quem for mordido e olhar para ela viverá".
9 Moisés fez então uma serpente de bronze e a colocou num poste. Quando alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, permanecia vivo.
A impaciência do povo nesse ponto da caminhada revela o abalo emocional que sofreram na situação com os edomitas, eles evitaram o problema com Edom, mas criaram problemas com o líder Moisés e com Deus e isso trouxe para eles consequências terríveis.
Vou ilustrar mais uma vez essa situação, trazendo para os nossos dias.
Às vezes temos pessoas que nos tratam como os edomitas no trabalho, na escola, na vizinhança, na família ou até mesmo na igreja, o conselho prático é, evite problemas com quem está pronto para a guerra, mas talvez evitar esses problemas nos trará algum tipo de dificuldade ou prejuízo, e por mais que consigamos administrar essa situação nesses ambientes, focados no compromisso de manter a "boa vizinhança", temos que manter também as emoções equilibradas, pois a guerra que conseguimos evitar com os edomitas, podemos travar com quem não tem nada a ver, neste caso, as lideranças, cônjuges, filhos e até com o próprio Deus.
É tempo de fazer uma autoavaliação de nossas emoções, as ações e reações que estamos tomando ao ser movidos por elas.
Que essa palavra te abençoe, te ajude com essas questões tão importantes da nossa vida.
Que pregação abençoada isso nos ensina a entender muitas das batalhas travadas no nosso dia a dia!
ResponderExcluir