quinta-feira, 16 de junho de 2022

Os quatro capítulos do livro de Jonas.

 


  Hoje vamos falar sobre o profeta Jonas, com uma visão panorâmica dos 4 capítulos que há no livro, a princípio gostaria de já chamar atenção para o capítulo 4 e dizer que, o livro de Jonas termina de forma indefinida, pois em cada capítulo podemos destacar um estado diferente no comportamento do profeta.

  No capítulo 1 temos um profeta rebelde e fujão,  no capítulo 2 temos um profeta no "fundo do poço" e arrependido, clamando por misericórdia a Deus, no capítulo 3 temos um profeta pregando e uma cidade inteira sendo impactada, no capítulo 4 temos um sujeito indefinido, com uma demonstração fortíssima de insensibilidade e egoísmo. Ao olhar de forma panorâmica para esses 4 capítulos tentei definir quem seria então o profeta Jonas no final, um rebelde fujão, um homem arrependido e obediente, cumpridor de sua missão, ou um egoísta que não conseguia acompanhar e nem aceitar a vontade de Deus.

  Precisamos destacar que a história de Jonas com Deus e o ministério profético não começa no capítulo 1, Jonas já era um profeta antes de receber essa missão de ir a Nínive, isso nos fala de vocação, preparo e experiência, pois Deus não iria mandar qualquer profeta para essa missão, pois Nínive tratava-se da capital do império da Assíria, um império que tinha um poder muito grande, inclusive sobre o povo judeu naquela época, eram reconhecidos pela sua maldade, isso também fica claro no livro de Jonas, então não era uma missão simples e isso nos leva a conclusão de que Jonas não era um profeta iniciante e inexperiente. 

  No capítulo 1.2 encontramos duas vezes a informação de que Jonas estava fugindo da presença do Senhor, a minha pergunta é: "A presença de Deus estava em Nínive?".

  Provavelmente Nínive se encontra no Iraque, a pergunta é, seria suficiente irmos até este ponto geográfico para estarmos na presença de Deus? Eu aprendo algo muito precioso com Jonas, pois a nossa maior busca e preocupação deveria ser essa, ao contrário do que Jonas fez, deveríamos buscar com todas as nossas forças estar na presença de Deus, mas precisamos entender que a presença de Deus não se limita a um lugar geográfico ou a um santuário, nós conseguimos chegar ou estar neste lugar quando em obediência estamos no centro da vontade de Deus, ao fugir da direção e do objetivo que Deus havia estabelecido para sua vida, Jonas estava fugindo da presença de Deus.

  Então, conclui-se que, não importa o lugar, Jonas estaria na presença de Deus em Jope ou em Társis se esses fossem o lugar que Deus tinha direcionado para ele ir, não se trata simplesmente do ambiente "igreja", pode ser em casa, na escola, no trabalho, na rua, em um transporte, pode ser um relacionamento, um negócio, uma área de atuação até mesmo na obra de Deus, se estivermos caminhando conforme a vontade de Deus, estaremos em sua presença naquele ambiente e isso fará toda a diferença.

  Jonas tinha seus motivos para não ir, mas precisamos entender que a vontade de Deus está a cima dos nossos motivos, da nossa opinião a cerca de algo ou alguém, um dos motivos de Jonas não querer ir era a sua fé na misericórdia de Deus, ele sabia que a misericórdia de Deus era tão grande que até mesmo Nínive poderia se beneficiar dela e de fato Deus agiu com misericórdia quando se arrependeram.

  Quando a tempestade acontece no capítulo 1 Jonas está dormindo profundamente, podemos perceber um paralelo muito interessante entre a passagem em que Jesus também está no barco com seus discípulos, onde uma grande tempestade também se levanta e Jesus nessa ocasião também estava dormindo no barco, existe uma diferença muito grande entre sono de Jonas e o de Jesus. Jonas dorme o sono da indolência, a causa da tempestade é a desobediência, é ir para a direção contrária ao que Deus havia estabelecido, por outro lado, o sono de Jesus é o sono da paz, a tranquilidade daquele que está em obediência, que sabe que Deus vai cuidar do barco, pois está caminhando na direção que Deus havia estabelecido.

  São várias coisas que me chamam a atenção neste Livro, mas uma eu queria destacar, o momento do arrependimento de Jonas, o texto diz que a tempestade só aumentava, mas no que parece, por mais que Jonas estivesse passando por ela junto com a tripulação, não demonstra qualquer esforço para mudar o quadro, diz que eles mesmo deveriam lançá-lo no mar, ou seja, eles deveriam tirar Jonas do barco.

  Jonas ao ser lançado do barco, não está arrependido, não está pensando em ir para Nínive,  Jonas foi engolido por um peixe, e então,  no ventre do peixe, no fundo do poço, ele clama pela misericórdia de Deus. No capítulo 2 conhecemos um Jonas quebrantado, arrependido, um Jonas que nos faz acreditar que recebendo uma nova chance faria tudo diferente, Deus realmente deu uma nova chance para Jonas, ordenou o grande peixe para lançá-lo o mais próximo possível de Nínive e Jonas seguiu para o lugar que antes havia evitado.

  No capítulo 3 encontramos o profeta e pregador, seria ótimo que o Livro de Jonas tivesse apenas esses três capítulos, pois temos aqui o Jonas que Deus queria no início do livro, penso na força da mensagem pregada, a Bíblia diz, que para alcançar toda a cidade, Jonas precisava caminhar três dias, mas sua mensagem foi tão impactante que um dia foi suficiente para tocar os corações de todos (Jn 3.3,4), nem todo mundo precisou ouvir dos lábios de Jonas,  pois aqueles que ouviam compartilhavam a mensagem, de forma que chegou ao rei (Jn 3.6).

  Penso que nossa mensagem com características próprias de cada pregador, mas o detalhe que tornará nossa mensagem poderosa e impactante deve ser o mesmo, o quanto entendemos e o quanto somos movidos pela misericórdia e graça que nos alcançou, por mais que a mensagem de Jonas era de juízo e sentença, estava sendo pregada por alguém que havia acabado de receber um banho de misericórdia, acabado de sair do fundo do poço. Que ao pregar a palavra não nos esqueçamos quem éramos e de onde Deus nos tirou.

  Chegamos agora no capítulo 4 e encontramos o profeta indefinido, no que tudo indica, o mesmo do capítulo 1, com um tom muito forte de egoísmo em suas palavras e atitudes, Jonas se alegra por ter uma sombra sobre sua cabeça, mas fica furioso quando vê cento e vinte mil pessoas recebendo a misericórdia de Deus, ele pensava que a misericórdia que o tirou das profundezas do inferno não deveria ser dada aos pecadores ninivitas, sente-se furioso pela aboboreira ter morrido levando assim a sombra que estava sobre sua cabeça, o mundo parece girar em torno dele, seus problemas são sempre maiores do que os dos outros.

  Talvez o problema do egoísmo não tenha ficado tão evidente no capítulo 1, mas agora Deus esteja deixando claro para nós no capítulo 4, Jonas fugiu da presença de Deus ao tomar a rota da sua preferência, mas vemos Deus insistindo nele, uma das provas disso é a tempestade, ela era um sinal de que Deus não queria perdê-lo, mesmo assim Jonas não saiu do barco porque queria obedecer a Deus, foi expulso de lá.  Existem situações que não eram para estarmos, lugares, relacionamentos, dentre tantas coisas que poderíamos citar, e estar neles só nos levarão para o meio de tempestades e outros que estãoao nosso redor acabarão vivendo por causa de nós, que saber disso seja suficiente para mudarmos de rota sem precisar passar por elas e tomarmos a direção que Deus nos deu, muitos só saíram do "barco errado" que estavam porque alguma coisa muito ruim aconteceu, não saíram com suas próprias pernas, foram empurrados por algo que deu errado, infelizmente a maioria de nós  só repensaremos as decisões erradas que tomamos quando estivermos no fundo do poço como Jonas, quando nos sentirmos perto da morte e do inferno como ele declarou em seu clamor desesperado.

  No capítulo 2.9 em que vemos Jonas quebrantado e arrependido clamando, ele diz que cumprirá totalmente o que prometeu, assim somos nós no momento do desespero, mas é triste pensarmos que só funcionaremos corretamente dentro do propósito de Deus quando estivermos na pior, pois quando tudo volta ao normal, voltamos a ser a mesma pessoa que antes, parece que precisamos de problemas para colocarmos os pés no chão da humildade e da obediência, no ventre do peixe não havia questionamentos sobre a vontade de Deus,  não havia justificativas, já no conforto de casa havia tudo isso(Jn 4.2), o ventre do peixe pode ser muitos lugares para nós, pode ser uma doença, desemprego e dívidas acumuladas, uma decepção amorosa, enfim, cada Jonas tem seu peixe.

  Que esse texto seja benção para você, que nos ajude a olhar para dentro de nós, nos avaliarmos, pois Deus tem expectativa em nós de que mudemos, melhoremos.No capítulo 3 Jonas estava pregando e uma cidade inteira estava se convertendo, mas no capítulo 4 temos um Jonas estranho, era o mesmo rebelde egoísta do capítulo 1, que nossa vida não esteja baseada em coisas que fazemos, até mesmo no uso dos dons e nos resultados que alcançamos, mas em quem estamos nos tornando a cada dia, a experiência do peixe que podemos considerar dolorosa não foi suficiente para mudar o coração e a mentalidade de Jonas, a pergunta é: "O que será necessário para nos tornarmos a pessoa que Deus quer que sejamos?".

  Eu sei da importância e da urgência dessa mensagem nesses dias, que você guarde essa palavra e se achar importante e necessária para outras pessoas, compartilhe, assim como fez o povo de Nínive e quem sabe milhares de pessoas não serão impactadas também. 

  Deus te abençoe!

2 comentários:

  1. Boa palavra
    Que possamos evitar os nossos peixes e fazer a vontade de Deus de imediato

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  2. Que venham as tribulações... obrigado Deus misericordioso que não quer nos perder... O QUE AINDA PRECISA ACONTECER PARA COMPREENDERMOS ISSO?

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