Em
meio a tantas histórias inspiradoras que encontramos na Bíblia, gostaria de
refletir junto com você na história de Gideão e em particular, algumas lições
preciosas que podemos aprender com ele, sua vida, cultura e tempo eram tão
diferentes e distantes da nossa realidade, só que, mais uma vez, vemos como a
Palavra de Deus é atual, como ela continua poderosa para nos abençoar não
importa o tempo que vivemos.
O texto que usaremos como referência se encontra no Livro de Juízes, nos capítulos 6 e 7, se puder leia o texto bíblico antes de continuar essa leitura.
Sempre que ouço
pregações sobre Gideão sempre tem uma parte da vida deste guerreiro e juiz de
Israel que é enfatizada, Gideão se mostra inconformado diante do Anjo do Senhor
sobre a situação de opressão em que o povo se encontrava diante dos midianitas,
questiona a ausência dos sinais que Deus fizera no passado.
Antes de
entrarmos neste detalhe que sempre é dada uma atenção maior, gostaria de falar
um pouco deste contexto do qual Gideão se refere, pois já faziam 7 anos que
Israel se encontrava em uma situação precária por conta das investidas dos midianitas,
amalequitas e de outros povos, porém o texto nos diz que os midianitas
dominavam israel. Este domínio levou Israel a viver um tempo de pobreza,
viviam em cavernas escondidos e com medo, e cá pra nós, medo é algo que veremos
do começo ao fim dessa história.
É importante
lembrarmos que Israel neste período já está vivendo na Terra Prometida, a terra
que Deus o entregou após os libertar da escravidão de tantos anos no Egito e
que não foi fácil, Deus os entregou, porém houve muita guerra, Josué liderou o
povo nas batalhas e conquistas. Mas Deus havia deixado muito claro desde o
início que o povo estava sendo expulso da terra por conta dos pecados que
cometiam e que Israel não deveria cometer esses pecados, pois aconteceria o
mesmo com eles. É muito importante entendermos que a libertação do povo e a
conquista da terra não seria possível pela própria força do povo, isso é uma
demonstração da intervenção divina e de sua Graça no Antigo Testamento, mas que
cabia ao povo permanecerem fiéis ao Senhor, isso é uma mensagem direta e clara
a nós em nossos dias sobre a nossa libertação e atual situação diante de Deus e
dos desafios no nosso dia a dia.
No tempo de
Gideão podemos ver que a opressão que Israel vivia, era simplesmente por conta
do seu afastamento de Deus, o povo havia virado as costas para Deus e levantado
altares e ídolos, por conta disso Deus tirou a mão de sobre o povo e sempre
seus esforços eram inúteis para o que plantavam e na criação dos seus animais.
Deus levanta
um profeta e deixa isso bem claro:
ele lhes
enviou um profeta, que disse: "Assim diz o Senhor, o Deus de Israel:
‘Tirei vocês do Egito, da terra da escravidão.
Eu os livrei do poder do Egito e das mãos
de todos os seus opressores. Expulsei-os e dei a vocês a terra deles.
E também disse a vocês: Eu sou o Senhor, o
seu Deus; não adorem os deuses dos amorreus, em cuja terra vivem, mas vocês não
me deram ouvidos’ ".
Juízes 6:8-10
Então quando
Gideão faz aquele questionamento sobre a ausência dos sinais de Deus,
precisamos levar em conta o que o profeta já havia falado, as vezes nos pegamos
fazendo o mesmo questionamento a Deus sobre algumas coisas que passamos e essa
será a primeira e grande lição que aprenderemos com Gideão, de tomarmos o
cuidado de esperarmos um posicionamento de Deus quando este já deixou bem claro
que está esperando um posicionamento nosso. A miséria e opressão que o povo
está vivendo não é culpa de Deus, mas do próprio povo.
O Anjo então
diz a Gideão que ele vai livrar Israel das mãos dos midianitas, mas ele se
esquiva e diz que isso é improvável, pois o clã dele era o menor e ele era o
menor de sua casa (Jz 6.15). Gideão nos mostra que, as vezes somos grandes
questionadores da ausência dos sinais de Deus e quando Deus nos chama para
sermos instrumentos para realizar, nos esquivamos e recuamos. As vezes isso
acontece na igreja, questionamos algumas coisas que julgamos estar faltando,
mas nem sempre nos colocamos a disposição para taparmos aquela brecha, sem
dúvida essa é uma grande lição para nós.
O que acontece
a seguir é que eu gostaria de te chamar atenção, pois, mais do que o inconformismo
de Gideão é seu nível de entrega e o coração adorador e isso vai ficar bem
claro agora, no meu ver, diante da história contextualizada, o que mais chamou
a atenção de Deus para este homem foi isso, um coração pré-disposto a se
entregar sem reservas no meio de um povo completamente tomado pela idolatria.
Gideão pede ao
Anjo para esperar até que ele vá em casa preparar uma oferta, fica claro que
não se trata de um anjo comum, mas do próprio Deus que se manifestara, pois
anjo não recebe oferta ou adoração para si. Fica claro também em toda a
história de gideão que este gostava da experiência de ser pai, pois teve 71
filhos, creio eu que neste momento do encontro não havia tido todos esses
filhos ainda, mas creio que já eram muitos. Precisamos levar em consideração o
fato de a terra estar em grande pobreza, pois as plantações e criações de animais
eram devastados pelos midianitas, mas Gideão não se rendia facilmente.
Talvez não
exista um exemplo melhor para nós na bíblia para falar de alguns guerreiros
nesta pandemia, Gideão representa os pais de família, aqueles que precisam
levar o sustento para casa e num momento de tamanha miséria e precariedade, ele
se reinventa, se não dá para trabalhar no campo, vai trabalhar no lugar de
prensar uvas, pode ser arriscado e não ser exatamente como gostaria, mas uma
coisa é certa, não vai ficar de braços cruzados e escondido enquanto a família
precisa de comida na mesa, por isso Gideão estava tratando o trigo no lagar.
Naquele
período, nada era mais precioso do que comida e animais, pois era um tempo de
muita escassez, mas Gideão nos dá um grande exemplo de adorador, de que podemos
e precisamos dar o nosso melhor para Deus na pior fase da história, Gideão
chega em casa e (creio eu) chama a sua esposa para preparar pães, ele usa
aproximadamente 10kg de trigo para preparar esses pães e mata um cabrito e
prepara com um caldo, arruma tudo e leva para o Anjo.
Se você é
mulher e esposa, pense como agiria em uma situação dessas, com tantos filhos
para alimentar, vem seu esposo e usa uma quantidade tão grande de trigo e ainda
mata um cabrito para oferecer a Deus. O que Gideão estava fazendo ao entregar
aquela oferta era simplesmente isso, entregando o seu melhor para Deus, isso
aconteceu com o profeta Elias quando concertou o altar e fez uma vala, derramou
água sobre o altar e encheu toda a vala ao redor e depois clamou ao Senhor (1Rs
18.30-38), em ambos os casos o fogo consumiu o altar e toda a oferta, Deus
recebeu como cheiro suave em suas narinas, no tempo de Elias a água era a coisa
mais preciosa para todos, pois já haviam três anos sem chover.
O melhor que
Gideão pôde apresentar em sua oferta foi comida, o melhor que Elias pôde
colocar no altar foi a água, coisas que para nós podem ter algum valor, mas talvez
não o mesmo que tinha para eles, nós sabemos o que na nossa vida pode ser a
maior oferta, com Abraão a maior oferta não era Ismael seu primogênito, mas o
seu Isaque que tanto amava, não sei o que Deus espera de você como oferta e
adoração, mas eu aprendi na Bíblia e com Gideão principalmente, que o tamanho
da sua entrega hoje vai determinar o tamanho da sua vitória amanhã.
Mas uma vez
digo de acordo com essa lição que aprendemos com Gideão, dê o seu melhor
para Deus na pior fase da história.
No
momento que o Anjo tocou com a ponta do seu cajado na oferta de Gideão, ela foi
consumida pelo fogo, que coisa tremenda, mas a história desse encontro não
parou por aí. O Anjo desapareceu e Gideão entendeu que se tratava do próprio
Senhor que falava com ele, por isso achou que sua vida havia terminado, pois
como Isaías bem disse que ia perecendo quando viu o Senhor, pois Deus é Santo e
nós pecadores diante d’Ele não resistimos (Is 6).
Mas
Deus continuou a falar com Gideão e agora iria começar a obra de restauração da
nação de Israel, só que Deus é organizado, e não iria tirar Gideão “do lagar para
o mundo”, a obra de restauração iria começar pela sua família. A lição aqui é: Do
que adianta se levantar pela nação e deixar altares e ídolos erguidos na nossa
casa e na nossa família?
Deus
manda Gideão destruir o altar de Baal e o ídolo que pertence ao seu pai e matar
um touro de sete anos para oferecer sobre o novo altar que seria erguido, mesmo
com medo da reação da comunidade, Gideão reúne alguns servos durante a noite e
destrói o altar e o ídolo, sacrifica o animal (mais uma grande oferta em
período de pobreza) e oferece sobre o altar que levantou ao Senhor. Realmente a
comunidade quando viu, desejou matar Gideão, mas o máximo que ele conseguiu foi
um “apelido”, pois seu pai interviu e disse que, “se Baal é deus, que ele se
defenda”, então chamaram gideão de Jerubaal que quer dizer “que Baal lute”, o
seu apelido era uma declaração de inimizade com o ídolo cananeu, “Gideão o
destruidor de altares de Baal”.
A grande lição
que aprendemos aqui é que, antes de destruirmos os altares de Baal que
existem pelo mundo, precisamos destruir aqueles que estão erguidos dentro da nossa
casa e antes de levantarmos altares em qualquer lugar do mundo, precisamos fazer
isso em nossa casa primeiro.
Essa atitude
de Gideão automaticamente contagiou muita gente e muitos se posicionaram a
partir do seu exemplo e o enxergaram como um líder a ser seguido.
E
Gideão disse a Deus: "Quero saber se vais libertar Israel por meu
intermédio, como prometeste.
Vê, colocarei uma porção de lã na eira. Se
o orvalho molhar apenas a lã e todo o chão estiver seco, saberei que tu
libertarás Israel por meu intermédio, como prometeste".
E assim aconteceu. Gideão levantou-se logo
cedo no dia seguinte, torceu a lã e encheu uma tigela de água do orvalho.
Disse ainda Gideão a Deus: "Não se
acenda a tua ira contra mim. Deixa-me fazer só mais um pedido. Permite-me fazer
mais um teste com a lã. Desta vez faze ficar seca a lã e o chão coberto de
orvalho".
E Deus assim fez naquela noite. Somente a
lã estava seca; o chão estava todo coberto de orvalho.
Juízes 6:36-40
A prova que
Gideão pede para Deus é uma forma de saber se Deus guardaria o seu povo em
qualquer situação, a lã seca quando tudo estava molhado indica que Deus
guardaria o seu povo, mesmo que tudo estivesse sendo abalado ao redor e que não
haveria situações em que Deus não pudesse livrar o seu povo.
Gideão então
consegue trinta e dois mil soldados para a guerra contra os midianitas, mas
Deus disse que havia gente demais e que eles vencendo a guerra diriam que foi
com a força do próprio braço e que deveriam voltar para casa os covardes. Fico
pensando nessa palavra e como foi para aqueles homens lidar com esse status.
Vinte mil covardes, o exército de covardes era maior que o exército de corajosos,
claro que para vencer essa guerra não era suficiente apenas a coragem ou
valentia, isso nós veremosmos mais à frente.
Mas fico a
pensar que muitos retrocedem por conta disso, muitos não participam de grandes
feitos de Deus por conta disso, me coloco no lugar deles e me pergunto, como
era eu voltar para casa e dizer que voltei porque sou covarde enquanto outros
ficaram para lutar? É muito difícil me imaginar nessa situação, mas ao olhar
para o texto, vejo que a maioria dos homens estavam tomando para si esse status
de covarde, pois isso era o que haviam se tornado neste período de opressão, é
muito triste mas essa é uma realidade na vida de muitos que fazem de seus
quartos verdadeiras cavernas, as vezes saem para lutar, mas desistem na
primeira oportunidade.
Um dia aprendi que ter medo é algo natural de
todo ser humano, o medo deve ser até considerado importante e essencial para
nossa vida quando equilibrado, pois, por outro lado a ausência desse
cuidado pode nos fazer inconsequentes e todo inconsequente acaba se
prejudicando fatalmente em algum momento da sua história.
Sobraram dez
mil e mais uma vez Deus disse que havia muita gente e deu mais uma prova, que
ao beberem água, Gideão deveria separar aqueles que se abaixavam para beber daqueles
que, trazendo água com a mão até a boca, bebiam como um cão, estes que traziam
com a mão e lambiam foram os trezentos que Deus escolheu para continuarem junto
de Gideão.
Muitos se
perguntam sobre essa prova e eu pesquisei um pouco sobre isso, no Comentário
Bíblico Beacon diz algo interessante, que ao trazerem a água a boca com a palma
da mão eles estavam mostrando que estariam atentos e vigilantes em todo o tempo
para lutarem caso inimigo atacasse repentinamente. Pensei muito sobre isso e
também me veio algo ao coração, pois quem se abaixava tinha água em abundância
e quem levava a boca com a palma da mão, bebia de pouco a pouco, ou seja,
quando eu aplico isso na minha vida, não vou deixar de vigiar para satisfazer as
minhas necessidades, essa é uma lição tão importante quanto as outras, pois
muitos são aqueles que são pegos de surpresa pelo inimigo, pois estão mais
voltados para seus anseios e necessidades materiais e carnais, aprendemos
aqui que não precisamos de muito, se esse muito nos deixará fracos diante do
inimigo, melhor aquilo que mesmo de pouco em pouco, mas suficiente para nos
suprir.
Dos
dez mil somente trezentos permaneceram com Gideão e mais uma vez Deus mostra
que sua maneira de agir está muito além da nossa compreensão humana, que não
depende de muitos ou de situações favoráveis para nos dar vitória. Naquela
noite o senhor manda gideão ir até o acampamento dos inimigos como um espia e é
neste ponto que tudo fará sentido nesta história gloriosa que temos em mãos
sobre a vida e as experiências de Gideão, pois este talvez estava com medo,
Gideão não era um covarde, mas seu exército era aparentemente inferior
ao exército dos midianitas.
Ao chegar no acampamento
dos inimigos, onde estavam midianitas, amalequitas e outros povos que vinham do
leste, eles eram como a areia da praia de tão numerosos que eram (Jz 7.12),
Gideão junto de um servo chamado Pura pararam ao lado de uma tenda no exato
momento em que um homem contava sobre um sonho que tivera e eu creio que estava
bem desesperado ao acordar. Ele dizia que:
Tive um sonho", dizia ele. "UM
PÃO DE CEVADA vinha rolando dentro do acampamento midianita, e atingiu a tenda
com tanta força que ela tombou e se desmontou".
Seu amigo respondeu: "NÃO PODE SER OUTRA
COISA SENÃO A ESPADA DE GIDEÃO, filho de Joás, o israelita. DEUS ENTREGOU OS
MIDIANITAS E TODO O ACAMPAMENTO NAS MÃOS DELE".
Juízes 7:13,14
Como fico
impactado com esses versículos, pois no que parece, Gideão está com medo e
então Deus o leva até o acampamento inimigo para ver de perto como está o
coração do inimigo com muito mais medo dele, Glória a Deus!!!
Mas gostaria
de chamar sua atenção para algo magnífico, pois para mim Gideão venceu esta
guerra no dia que encontrou com Deus, pois o sonho deste homem é muito
sugestivo, ele poderia sonhar que uma pedra rolava, ou que uma bola de fogo, ou
quem sabe, uma espada como o amigo dele interpretou, mas não, ironicamente ele
viu um pão, lembra da oferta de Gideão? Por isso o título desse texto é OFEREÇA
O SEU MELHOR NA PIOR FASE DA HISTÓRIA, o nível da sua entrega hoje pode definir a sua vitória amanhã e por que não dizer, o nível da sua entrega neste
ano difícil de 2020 pode definir o tamanho da sua vitória em 2021?
Deus deu
vitória a Gideão, e foi algo sobrenatural, pois seus inimigos acabaram se
voltando uns contra os outros e não houve dificuldades tão grandes que não pudessem ser superadas.
Espero que
todas essas grandes lições que aprendemos com Gideão fiquem gravadas em seu
coração e que esse ano de 2021 seja um ano de vitórias como essa grande vitória
de Gideão.
Que Deus te abençoe!!!
Amém. Eu recebo essa palavra em nome de Jesus. Que Deus abençoe sempre vc e sua família. Paz!
ResponderExcluirPalavra de resposta! Glória a Deus! Deus abençoe!
ResponderExcluirBoa palavra!
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