Jesus
disse aos seus discípulos: "É inevitável que aconteçam coisas que levem o
povo a tropeçar, mas ai da pessoa por meio de quem elas acontecem.
Seria melhor que ela fosse lançada no
mar com uma pedra de moinho amarrada no pescoço, do que levar um desses
pequeninos a pecar.
Tomem cuidado. "Se o seu irmão
pecar, repreenda-o e, se ele se arrepender, perdoe-lhe.
Se pecar contra você sete vezes no dia,
e sete vezes voltar a você e disser: ‘Estou arrependido’, perdoe-lhe".
Os apóstolos disseram ao Senhor:
"Aumenta a nossa fé! "
Ele respondeu: "Se vocês tiverem fé
do tamanho de uma semente de mostarda, poderão dizer a esta amoreira:
‘Arranque-se e plante-se no mar’, e ela lhes obedecerá.
"Qual de vocês que, tendo um servo
que esteja arando ou cuidando das ovelhas, lhe dirá, quando ele chegar do
campo: ‘Venha agora e sente-se para comer’?
Pelo contrário, não dirá: ‘Prepare o meu
jantar, apronte-se e sirva-me enquanto como e bebo; depois disso você pode
comer e beber’?
Será que ele agradecerá ao servo por ter
feito o que lhe foi ordenado?
Assim também vocês, quando tiverem feito
tudo o que lhes for ordenado, devem dizer: ‘Somos servos inúteis; apenas
cumprimos o nosso dever’ ".
Lucas 17:1-10
No texto que
escrevi anteriormente vimos que alguns ensinamentos de Jesus deixam bem claro o
nosso dever de perdoar, nesta segunda parte vamos refletir em mais algumas
coisas para entendermos de uma maneira mais abrangente e profunda sobre o
perdão, desde já lhe digo que este texto é bastante comprometedor e exigirá de
nós maturidade para que não seja apenas mais um conhecimento teórico, mas que
se torne nossa maneira de viver.
No Evangelho
que escreveu Lucas, no capítulo 17.1-10 encontramos algumas instruções de Jesus
que são feitas diretamente aos seus discípulos, entender que Jesus não falava à
multidão, mas aos seus discípulos é um detalhe bem importante para que possamos
compreender algo sobre este ensino, pois quando leio algumas instruções que
Jesus nos deixou como regra de fé e prática, penso em um termo que eleva o
nível do nosso cristianismo, o “Evangelho Nível Hard”, pois o que parece
é que existem ensinamentos de Jesus que se tornaram mais aceitáveis do que outros, não é o caso do
perdão que iremos tratar neste texto, este ensinamento pode até ser bem
entendido teoricamente, mas em muitas situações acaba se tornando uma utopia, ou
seja, uma ideia perfeita, porém muito distante da realidade que está ao nosso
alcance.
Ao dizer que
este texto é comprometedor e que exigirá de nós maturidade, é exatamente por
conta disso, pois não se trata mais do leitinho materno, mas de um alimento
mais sólido.
Jesus começa
falando sobre escândalo, e o texto diz: “E disse aos seus discípulos (v.1)”.
Jesus diz que os escândalos são inevitáveis, mesmo se tratando de seus
discípulos, Ele nos deixa claro que por se tratar de humanos, muitos acabarão
cedendo ao pecado e se tornarão motivo de tropeço para alguns, porém Ele deixa
claro que dura coisa é cometer escândalo e ser motivo de tropeço para um desses pequeninos, e este texto me
traz muito temor, pois Jesus não está considerando apenas aquele que vai se
tornar escândalo para muitos, mas se
apenas um pequenino vier a tropeçar,
isso já seria uma tragédia para este discípulo que trouxe escândalo.
Isso deve
realmente nos chamar a atenção para o que significa ser um discípulo de Jesus e
de nossa responsabilidade no mundo, pois temos de ter a consciência de que
somos canal de benção para todos e que um passo errado que dermos pode
comprometer um pequenino. É interessante tanto a forma como Jesus fala daquele
que comete o escândalo, como também a forma que fala do que vai tropeçar, um
pequenino.
Quem seria considerado pequenino? Jesus é
muito sábio ao descrever aquele que tropeçaria, pois apenas aqueles que ainda
são pequeninos na fé, ou novos convertidos terão a fé abalada por causa dos
escândalos, porque é de se esperar que aqueles que são maduros na fé não se abalem
com esses escândalos que surgirão, visto que o próprio Jesus disse que era
inevitável que isso acontecesse. É fácil entender isso, é só imaginarmos um
obstáculo diante de uma criança que está aprendendo a andar e este mesmo
obstáculo diante de um adulto, os escândalos sempre aparecerão como pedras no
caminho, mas quem é maduro sempre vai passar por eles sem tropeçar.
Vale a pena
entender que nem sempre alguém que comete escândalo leva outros a tropeçarem por
conta dessas pessoas copiarem o seu erro, mas como vemos com tanta frequência
em nossos dias nas redes sociais, quando alguém que faz parte de algum
ministério e tem muita notoriedade na mídia causa um escândalo, vemos muitos
pecando com suas palavras que as vezes são pesadas, se envolvem em discussões
que promovem muito mais os escândalos.
“Melhor que se pendurasse uma pedra no pescoço e se lançasse ao mar
(v.2)”. Muitos ao lerem isso interpretam que Jesus está
incentivando o suicídio, mas bem sabemos nós que alguém que tira sua própria
vida está condenando a si mesmo, eu entendo que Jesus não incentiva um ato como
esse, mas está dizendo que “seria melhor”, não que alguém deveria fazer isso,
mas que “seria melhor a pessoa trazer condenação apenas para si mesmo, ao invés
de trazer escândalo e condenar a si e a outros”.
Muitos
acabam lendo a partir do versículo três separadamente dos dois primeiros
versículos, outros não, e quando eu li este texto, também não consegui
separa-los, pelo contrário, acho que é bem claro o quanto estão ligados um ao
outro e que não se trata de assuntos aleatórios, mas que desde o início Jesus
quer trazer lições que elevará o nível de cristianismo de seus discípulos com
relação ao perdão.
“Olhai
por vós mesmos ou tomem cuidado. (v.3)”. Ao falar aos seus discípulos,
creio que se tratava dos mais próximos, os apóstolos ou até mesmo um grupo
maior, porém discípulos que carregavam consigo a responsabilidade de
representá-lo, que deveriam ter cuidado para não serem motivo de escândalo e
agora ele continua falando que seus discípulos deveriam perdoar quando alguém
pecasse contra eles, ainda que sete vezes ao dia, mas que, vindo pedir perdão
deveriam perdoar.
Aqui nós vemos o desafio de um cristão
autêntico, se esforçar para ser perfeito em toda a sua vida e tomar cuidado
para não ser motivo de escândalo, tendo a consciência de que mesmo fazendo de
tudo para preservar os outros, haverá sempre quem peque contra nós. E isso não
nos dará o direito de exigir dos outros a mesma atitude como veremos a seguir.
“Eu nuca
falei de ninguém, não aceito que falem de mim.” (Fofoca).
“Eu nunca
tirei nada de ninguém, não aceito que tirem de mim” (Roubo).
O nosso
dever é perdoar sempre, então vamos entender com mais profundidade isso, pois como
eu disse, existem instruções que serão mais aceitas do que outras no Evangelho
por conta do grau do prejuízo sofrido.
“Eu nunca
tirei nada de ninguém, não aceito que tirem de mim” (Assassinato de alguém que
você ama ou até mesmo um acidente que provoca a morte de um ente querido, uma
perda por causa de uma negligência ou erro médico).
São muitas
situações que poderíamos descrever aqui, umas mais simples que outras, porém em
todas o mesmo dever de perdoar sempre.
Por isso não
consigo desmembrar um assunto do outro neste texto, pois primeiro Jesus fala do
dever que seus discípulos têm de serem irrepreensíveis, mas isso não dará a
esse discípulo o direito de exigir que todos sejam perfeitos para com ele, e
que ao errarem, ele deverá estar aberto a perdoar.
Os
discípulos então disseram “Senhor, aumenta a nossa fé! (v.5)”. O que
teria a ver fé com o nosso dever de perdoar? Entendo que perdoar é tanto uma
atitude pessoal, como algo sobrenatural, perdoar é algo que o homem natural não
poderia fazer sem uma intervenção divina, sem uma capacitação do Espírito
Santo. Através da fé genuína em Jesus nós podemos fazer coisas extraordinárias
e nós iremos aprender isso com o Mestre, mas precisamos colocar uma “lupa”
sobre esse pedido dos discípulos e sobre a resposta que Jesus deu a seguir.
A princípio
já percebemos que a instrução que Jesus está dando não é simples e nem fácil de
fazer, no outro texto deixamos bem claro os motivos que temos para perdoar em
qualquer situação, um deles é a compreensão da nossa dívida com Deus que era
infinitamente maior do que qualquer dívida que alguém possa ter conosco, e que
há uma expectativa em Deus ao nosso respeito, de que devemos perdoar assim como
Ele nos perdoou, pois mesmo sem merecermos recebemos o seu perdão, ao pedirem
para que Jesus aumente a fé deles, seus discípulos também estão reconhecendo
que o perdão que precisam liberar não depende da pessoa que pecou contra eles,
mas do grau da própria fé deles, ou seja, “Senhor, se minha espiritualidade for
pequena ou fraca eu não vou conseguir perdoar como o Senhor está mandando”.
Aqui está
uma lição importante e preciosa, perdão não
depende do que a outra pessoa vai fazer, se ela vai mudar, se ela merece,
depende exclusivamente de nós e da nossa fé. A verdade é que muitas pessoas
se tornam prisioneiras dos seus próprios sentimentos, mágoas e ressentimentos
durante anos esperando uma atitude daquele que errou, precisamos aprender que
isso não tem a ver com o outro, mas com nós mesmos.
Jesus respondeu: "Se vocês tiverem
fé do tamanho de uma semente de mostarda, poderão dizer a esta amoreira: ‘Arranque-se
e plante-se no mar’, e ela lhes obedecerá.
Lucas 17:6
Eu
confesso que quando eu li este versículo e o Espírito Santo ministrou ao meu
coração, eu fiquei impactado, pois existem aqueles dias que nós lemos a bíblia
e lemos juntamente com um livro de apoio, um comentário bíblico, ou até mesmo
pesquisando na internet, mas havia poucos dias que eu ministrei em minha igreja
sobre este assunto e numa leitura simples fui conduzido a este texto, mas ao
meditar nestes dez versículos pude perceber Deus me convidando a uma maior
profundidade sobre este assunto.
O versículo
6 nos parece muito familiar, Jesus mais uma vez usou como exemplo a semente de
mostarda, pois esta era uma referência muito comum utilizada por Ele quando
queria se referir a algo muito pequeno, só que em outro momento Jesus parece
dizer a mesma coisa, só que em outras palavras, refletindo na pequena diferença
que há encontraremos diferenças com significados preciosos. Veremos a outra
declaração de Jesus sobre a fé do tamanho do grão de mostarda.
Ele
respondeu: "Porque a fé que vocês têm é pequena. Eu lhes asseguro que se
vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte:
‘Vá daqui para lá’, e ele irá. Nada lhes será impossível.
Mateus 17:20
No texto de
Mateus Jesus não está se referindo ao dever de perdoar, mas da impossibilidade
que os seus discípulos encontraram ao tentarem expulsar um demônio e não
conseguirem, todos nós concordamos que expulsar demônios é uma questão
espiritual, e que precisamos de fé para “dizer ou ordenar” que eles saiam de
uma pessoa. Jesus quando fala sobre essa situação do demônio que oprimia o
rapaz usou o monte como exemplo, monte fala de barreiras, de impossibilidades,
fala de inimigos mais poderosos do que nós, veja o que o salmista diz:
Levanto
os meus olhos para os montes e pergunto: De onde me vem o socorro?
O meu socorro vem do Senhor, que fez os
céus e a terra.
Salmos 121:1,2
Mas quando
Jesus fala sobre a fé que os discípulos precisam ter para perdoar, Ele não fala
de um monte, mas de uma amoreira. Antes de falarmos da profundeza que há nessa
diferença, vamos considerar o tamanho da fé que precisamos ter, o grão de
mostarda.
Eu era novo
convertido quando alguns irmãos brincavam sobre o tamanho da fé que tinham, nem
sempre era 100% brincadeira, pois nunca vi ninguém com coragem para dar uma
ordem dessas a um monte, mas precisamos entender o que Jesus estava falando e
que Ele não está ensinando aos seus discípulos a ficarem mudando os montes de
lugar quando bem entendessem, Jesus está falando sobre questões espirituais. Se
eu te perguntasse hoje qual o tamanho da sua fé, o que você me responderia?
Lembre e considere o fato de que Jesus usou como exemplo talvez a menor semente
que aqueles discípulos conheciam para dar essa lição. O monte ou a amoreira te
obedeceriam hoje, caso desse a eles uma ordem?
Eu mesmo
nunca vi os discípulos de Jesus fazerem isso após essa instrução, mas eu li
sobre muitos sinais miraculosos que os discípulos fizeram por meio da fé, dos
demônios que expulsaram, como no caso de Filipe em Samaria e como no caso de
Estevão que perdoou aqueles que o apedrejavam e clamava pelo perdão de Deus por
eles, será que a fé deles ficou do tamanho de um caroço de manga? Claro quer
não! Não é sobre medirmos o tamanho da nossa fé esse versículo, Jesus está
deixando bem claro uma regra no mundo espiritual para nós, seus discípulos.
Quando expulsamos demônios, não é porque somos muito crentes, claro que precisamos
ter fé, mas na manifestação do poder e nos milagres não é o que nós temos, mas
sim o poder que há no nome d’Ele, ou seja, eu preciso ter fé n’Ele, pois o
efetuar é espiritual e isso depende de Deus a minha participação em tudo é só o
grão de mostarda.
O que então
seria o grão de mostarda?
Ele
respondeu: "Porque a fé que vocês têm é pequena. Eu lhes asseguro que se
vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, PODERÃO DIZER a este
monte: ‘Vá daqui para lá’, e ele irá. Nada lhes será impossível.
Mateus 17:20
Jesus
respondeu: "Se vocês tiverem fé do tamanho de uma semente de mostarda, PODERÃO
DIZER a esta amoreira: ‘Arranque-se e plante-se no mar’, e ela lhes
obedecerá.
Lucas 17:6
Precisamos
dizer, precisamos dar a ordem, precisamos declarar para que isso seja feito,
acabou que estamos em um tempo onde algumas palavras foram mal interpretadas,
uma dessas palavras é a afirmativa de que “há poder nas nossas palavras”, sim
isso precisa ser bem entendido, pois o poder não está simplesmente nas nossas
palavras, mas que, se as nossas palavras estiverem acompanhadas de uma fé
genuína, uma fé que condiz com as Escrituras, sim, haverá poder em nossas
palavras para que possamos dizer “Amoreira, arranque-se daqui e plante-se no
mar”, e assim será.
Quem
crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água
viva".
João 7:38
Agora
sim, quando Jesus está falando sobre a fé que precisamos ter para perdoarmos,
Ele usa a figura da amoreira, eu não irei falar sobre muitos detalhes que essa
árvore possivelmente nos traria como lições, mas considerarei apenas alguns.
A amoreira é
uma árvore com raízes tão grandes na terra quanto a árvore fora dela, em alguns
sites é possível observarmos que suas raízes são agressivas, isso nos remete à
mágoas e ressentimentos quando não tratados acabam se tornando raízes profundas
e destrutivas, essas raízes nos tornam pessoas amargas que acabam contaminando
outras.
Cuidem
que ninguém se exclua da graça de Deus. Que nenhuma raiz de amargura brote e
cause perturbação, contaminando a muitos.
Hebreus 12:15
Uma
vez plantada e enraizada, a amoreira vai continuar produzindo os seus frutos.
Jesus disse que com a fé do tamanho de um grão de mostarda, seus discípulos
deveriam dizer para a amoreira ser arrancada e plantada no mar. Primeiro que,
Jesus não disse para cortar a árvore, às vezes cortamos a árvore, mas deixamos
as raízes vivas onde ninguém vê e em alguns casos as raízes são maiores do que
a parte que aparecia no exterior, com isso ela acaba sobrevivendo e crescendo
novamente. Esse é o erro de muitos quando supostamente “perdoam” alguém, acabam
com os desconfortos exteriores, mas continuam ressentindo interiormente o mal
sofrido. Outra coisa a considerar é, Ele não disse “jogue-se ou lança-te no
mar”, mas “plante-se no mar” e isso sim valeu muito a pena pesquisar, pois
descobri que a amoreira nunca sobreviveria no mar, ou seja, não lance em
qualquer lugar sua mágoa, ela sai de você, mas pode brotar em outro lugar, olhe
o que diz o versículo escrito aos hebreus, a raiz de amargura, quando brota
causa perturbação e contamina a muitos. Às vezes acontece de perdoarmos alguém,
mas outras pessoas manterem os fatos vivos em seus corações e se não tomarmos
cuidado podem nos devolver a amoreira.
A aplicação
desse raciocínio é muito propícia para nossos dias, existem pessoas magoadas
com outras não porque viveram o problema, mas alguém próximo sofrendo a
contaminou com sua amargura, neste caso, muitos que entregam suas vidas para
Jesus encontram cura, mas amigos próximos que acompanharam sua caminhada
permanecem necessitadas de terem esses sentimentos arrancados, então quando
oramos e declaramos para que as mágoas e ressentimentos sejam arrancados, que
não oremos apenas por nós, mas por aqueles que junto conosco talvez desejou ou
deseja vingança e o pior ao ofensor.
Jesus no
início falou sobre a possibilidade de fazermos um pequenino tropeçar, veja o
que a raiz de amargura pode provocar, não apenas o tropeço de um pequenino, ela
pode contaminar muitos.
Na maioria
das vezes nós oramos e pedimos a Deus que tire de nós a amargura, que limpe o
nosso coração da mágoa, sim Ele vai fazer isso, sim isso é espiritual, mas
Jesus disse que isso é como uma amoreira que será removida, mas que, mesmo que
pequena como um grão de mostarda a nossa participação nessa obra, precisamos
fazer nossa parte, que é dizer a amoreira, “arranque-se, com suas raízes mais
profundas, arranque-se do meu coração e perca toda a sua capacidade de ainda
frutificar nos demais corações”, é realmente colocar um ponto final na
história.
Muitos também
interpretam do versículo 7 ao 10 separadamente, mas eu considero o contexto
deste ensinamento, pois nele encontramos mais um motivo que faz o perdão ser um
dever nosso, devemos perdoar porque isso é uma ordem de Jesus aos seus
discípulos, Jesus não nos deixa opção com relação a isso. Na verdade,
precisamos observar a quantidade de ensinamentos sobre esse assunto no
Evangelho, foi posto na oração do Pai Nosso como um critério essencial para o
nosso relacionamento com o Pai, então perdoar não faz de nós super-homens, mas
servos autênticos e obedientes.
E nesta
parábola usada por Jesus temos um servo que após trabalhar no campo todo o dia
não terá um “descanso” ao final do dia ou não receberá regalias, ele continuará
sendo servo em casa, e por fim, o servo não será parabenizado pelo que fez,
pois estará apenas fazendo o básico do que é propriamente seu serviço.
Aqui nos é
exigido maturidade para entendermos, pois não podemos misturar as coisas, nesta
parábola Jesus está tratando de perdão, o fato do servo não poder se assentar a
mesa com o seu senhor não significa que Deus não nos quer junto d’Ele à mesa,
pois temos a consciência de que Jesus na Ceia nos chama à mesa para
desfrutarmos de sua comunhão e amor. Jesus disse que “já não nos chamaria de
servos, mas de amigos (Jo 15.15)”, mas isso não significa que não somos seus
servos.
Em nosso
relacionamento com Jesus temos muitas figuras como analogia, somos a noiva,
ovelhas, amigos, servos, mas quando se trata de perdão somos servos que
receberam ordens de perdoar, setenta vezes sete se for preciso, mas quando
fizermos isso tudo, ainda assim Jesus está dizendo, vocês só fizeram o que
foram mandados a fazer. Perdoar não se limita a lugares e situações, com este
ensino Jesus está dizendo que não importa se somos discípulos que já fizemos
muito, ou que tenhamos certa intimidade com o Senhor, perdoar não nos coloca em
uma posição privilegiada, perdoar faz de nós servos de verdade.
Quem sabe
você leu este texto e essas palavras tocaram profundo nas “raízes da amoreira”
que você carrega no coração, espero que você tenha entendido que perdoar não é
sobre quem te ofendeu, é sobre você, que sim, é espiritual e Deus vai
fazer aquilo que é impossível, mas Ele vai realizar quando você usar sua
semente de mostarda, você precisa usar a fé e dizer a essa amoreira para que
seja arrancada do seu coração, arrancada com todas as suas raízes e que não
sobreviva mais em nenhum outro lugar, as mágoas que você sofreu, mas que seus
pais ou seus amigos também carregam, dê ordem para essa amoreira ser removida
agora.
Mas ao fazer
isso, não se sinta superior aos outros, mesmo que seja difícil e doloroso ser
irrepreensível, perdoe e saiba que ao fazer isso você será um perfeito servo de
Deus.
Que Deus te
abençoe!
Meu irmão q linda e saiba reflexão! Esse texto deveria chegar ao maior número de pessoas possíveis!
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