domingo, 29 de novembro de 2020

O desafio do ministério.

 


O desafio do ministério.

 

  “Então Jesus entrou numa casa, e novamente reuniu-se ali uma multidão, de modo que Ele e os seus discípulo não conseguiam comer.”

Mc 3.20

  Ao olhar este texto junto ao seu contexto vejo com clareza a vida das pessoas que Jesus chamou para assumir uma posição de autoridade na sua obra, nos é necessário ter uma visão equilibrada e coerente de acordo com a realidade de cada um, porém, aqui temos uma ideia do sentido real de fazer parte do ministério.

  Jesus acabara de dar autoridade aos doze discípulos (Mc 3.13-19), que nós conhecemos como apóstolos, é muito importante saber que, ser um apóstolo não era receber um título, mas sim uma autoridade diferenciada para serviço do Reino, entender isso pode nos ajudar a entender que ao fazer parte do ministério seja em qual função for, não temos como objetivo receber admiração ou reconhecimento pelo título, mas torna-se nosso maior objetivo o serviço com o máximo de engajamento possível, algo que de maneira nenhuma poderia ser menor ou igual aos seguidores comuns que acompanham Jesus.

  Neste texto de Marcos os discípulos estavam tão ocupados que não tinham condições ou tempo para comer, este detalhe nos chama muito a atenção, pois este texto vem logo após a “consagração” dos apóstolos, o que esperar dos dias seguintes após a consagração? Precisamos entender que seguir a Jesus e compor seu ministério irá exigir de nós muita renúncia, e renúncia em todos os níveis e em todos eles nós teremos como prioridade servir ao povo que é amado por Jesus.

  Eles não tinham tempo para comer, ou seja, eles não tinham tempo para eles mesmos, para as suas coisas.

  Jesus quando esteve com a mulher samaritana disse algo que se encaixa nesta situação, Ele disse que a sua comida é fazer a vontade do Pai e concluir a sua obra (Jo 4.34). Se nós não estivermos cientes disso podemos ter muitos problemas no ministério e causar muitos problemas também.

 

  Uma questão de equilíbrio e consciência.

  Quanto tempo durava um dia de Jesus e dos apóstolos, será que eles tinham mais ou menos horas no seu dia do que nós? Será que eles não tinham seus compromissos, seus afazeres? Sim, apesar de a sociedade e cultura serem bem distintas da nossa, eles também tinham suas ocupações quotidianas, porém, ao assumirem essa posição de autoridade, estavam também se comprometendo com tudo o que ela exigiria deles, hoje nós não temos nem condições de comparar o nosso nível de envolvimento com o desses homens, até por conta da diferença que há entre nós e eles e do nosso tempo com o deles, porém uma coisa aprendemos aqui e indefere de tempo e cultura, o fato de que ao fazer parte do ministério, haverá momentos que não teremos mesmo tempo para nós, pois estaremos muito ocupados cuidando das pessoas amadas por Jesus.

  Lembro-me de ter ouvido sobre a responsabilidade de um médico cirurgião, que este poderia estar em uma festa de aniversário de sua filha, mas ao receber uma ligação do hospital para uma cirurgia de emergência, teria de sair correndo para atender aquela pessoa que conta com sua instrumentalidade para salvá-la. Essa cena não nos parece estranha ou inaceitável, pois se trata de uma vida que pode ser salva. O ministério não é como o trabalho de um cirurgião, ele é mais sério, pois se trata da salvação de vidas e as vezes por conta disso pode acontecer de perdermos momentos que gostaríamos de participar.

  Isso é uma questão de consciência, ninguém deve ingressar no ministério sem essa maturidade, pois isso seria catastrófico tanto para o ministro, quanto para aqueles que deixarão de ser cuidados por conta das possíveis faltas deste ministro e é importante que o casal esteja consciente disso, que a esposa entenda o chamado do marido e seja seu suporte, pois já é difícil renunciar determinadas coisas e a cobrança da esposa pode trazer um peso muito grande ao ministro.

   O equilíbrio é também importantíssimo, pois ainda que naquele dia os apóstolos não tivessem tempo para comer, uma hora eles teriam que comer, pois senão, morreriam de fome. O ministro precisa entender que no cumprimento do ministério vai haver momentos que ele estará com fome sem poder parar para comer, pois estará alimentando a outros, mas ele não pode deixar de ter cuidado consigo mesmo, pois a bíblia também está cheia de conselhos que precisam ser levados em consideração.

  “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas, porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como as que te ouvem.”

1Tm 4.16

 

“Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma.”

1Jo v.2

 

  É aqui que precisamos encontrar o equilíbrio, não podemos deixar de cuidar de nós mesmos com a justificativa de que há muitas pessoas para cuidar, não podemos justificar a falta de cuidado com a nossa família por conta das muitas famílias que estamos cuidando, também não podemos negar o fato de que as coisas precisam estar equilibradas dentro de nós, pois não há sucesso real quando tudo está bem no nosso ministério e por outro lado a nossa alma está doente e cada vez mais doente.

  Existem dois extremos que precisam ser evitados, aquele que nos impede de abrir mão das nossas coisas para cuidar dos outros, e o que nos impede de abrir mão dos outros para cuidar das nossas coisas. É com sabedoria que serão postos alguns limites para que não deixemos de cuidar de nós, da nossa família e nem dos outros.

  Ao estudar sobre a vida destes homens em quem o Senhor depositou autoridade, percebo que não apenas neste capítulo da bíblia suas vidas foram        cheias de desafios, mas em todo o tempo em que serviram até a morte, pois morreram exatamente por conta do serviço do ministério.

  É preciso entender o que está acontecendo quando somos ordenados, quando o azeite desce sobre nossa cabeça, neste ponto estamos nos comprometendo com algo grandioso, algo que nos custará um alto preço, quem sabe a nossa própria vida, mas sobre tudo isso, somos privilegiados por receber tamanha honra de sermos contados entre os ministros de Jesus.

  Glorifico a Deus pelo reconhecimento e confiança de meus líderes, lembro-me de uma frase que ouvi do Pr Douglas Gonçalves, “Que por medo de consagrarmos um Judas deixamos de consagrar Pedros, Thiagos e Joãos”. Peço a Deus que seja eu contado entre estes três, fiéis até o fim.

Celebro a Deus pela honra do ministério pastoral.

29/11/2020

sábado, 14 de novembro de 2020

Filhos que chegarão em lugares que seus pais não chegaram.


 

  Existe algo que não me canso de falar para a minha filha, e agora para meu filho, mesmo sendo ele um bebê de três meses e não entendendo nada do que eu digo, que eles serão, irão e farão coisas maiores do que eu e Luzia, a mãe deles fizemos juntos, eu repito para que isso fique gravado e se torne uma realidade na história deles. Eu digo para a minha filha que assim é a ordem natural das coisas, que não há nenhum tipo de ciúme ou inveja (ou não deveria ter) da nossa parte com relação ao sucesso deles, sempre digo que o próprio Jesus não teve problema com isso, quando Ele mesmo disse que aquele que crê n’Ele fará as obras que Ele fez e até maiores do que essa (Jo 14.12).

  A bíblia tem algumas histórias que reforçam esse entendimento e eu queria compartilhar alguns com você, vamos começar pelo exemplo de Abraão. De acordo com o texto bíblico o próprio Abraão concluiu uma viagem que seu pai iniciara, Abraão chegou onde seu pai não conseguiu chegar.

  Mas gostaria de citar uma outra parte da história de Abraão como exemplo.

  Pela fé peregrinou na terra prometida como se estivesse em terra estranha; viveu em tendas, bem como Isaque e Jacó, co-herdeiros da mesma promessa.

Hebreus 11:9

  Abraão é um herói da fé por uma simples, mas não fácil atitude de obediência, Deus mandou ele sair de onde estava e ele assim o fez sem saber pra onde iria, como seria a viagem, se daria certo, ele somente obedeceu e foi.

  O texto aos hebreus nos mostra uma situação interessante, talvez Abraão já vivia em tendas antes de sair de sua terra, mas Deus disse para ele sair de sua casa, era um lugar fixo, bem estabelecido, mas agora ele vive em tendas como um peregrino que permanecia por um período em um lugar e com o passar do tempo levantava acampamento e seguia, é deixar uma situação estável para viver desconfortável, porém há outro detalhe importante, a terra por onde Abraão andava em sua peregrinação e posteriormente seu filho e seu neto, era a terra que Deus havia prometido, mas que Abraão pisava como se fosse terra estranha.

  Gerações se passaram até que os descendentes de Abraão possuíssem aquela terra, ou seja, a geração da conquista estava tomando posse de uma promessa feita a muito tempo a Abraão. Fico pensando se o que vivo hoje não se trata de promessas feitas a algum dos meus antepassados, se não estou conquistando o que Deus já havia dito a muitos anos atrás ou se eu sou o “Abraão” da minha descendência, se recebo promessas que se cumprirão na vida dos meus descendentes. Bem sabemos que Abraão não conquistou a terra porque Deus planejou um tempo oportuno para que isso acontecesse, neste caso podemos crer que existem coisas que Deus fala a mim, pai da Emanuele e do Pedro, mas que se cumprirão na vida deles, não porque eu não me esforcei para alcança-las, mas porque aprouve a Deus determinar o tempo oportuno.

  Mas existem outras situações que precisamos estar atentos, quando nós pais não agimos bem e deixamos de conquistar algumas bençãos do Senhor, bençãos que podemos chamar de bençãos gerais, ou seja, são para todos os filhos de Deus, mas que deixamos de receber por conta da nossa conduta reprovável, mas que nossos filhos podem mudar a história a partir da decisão deles em conquistar essas bençãos.

  Moisés enviou 12 espias à terra de Canaã, a fim de ter um relatório do que encontrariam e enfrentariam, estes eram líderes de cada tribo, mas que ao retornarem disseram que realmente a terra era excelente, mas 10 deles falaram negativamente e desencorajaram o povo, disseram que não havia condições de vencer o povo da terra, pois eram bem preparados para a guerra, haviam gigantes e as cidades eram fortificadas (Nm 13,14). Apenas Josué e Calebe continuaram acreditando na promessa e de fato conquistaram anos mais tarde.

  Esta geração que saiu do Egito pereceu no deserto e somente quando todos morreram o povo conquistou, ou melhor, os seus filhos. O mais interessante de tudo isso é que ao atravessarem o Jordão a primeira cidade que enfrentaram era a super fortificada Jericó, seus pais deixaram de conquistar por não acreditarem que conseguiriam vencer as muralhas, talvez isso fosse uma verdade, porém seus filhos viram Deus derrubar muralhas e venceram.

  É evidente que muitos pais não se sentiram capazes ou confiantes de realizar grandes conquistas, e pior, muitos não creram que Deus era poderoso para fazer derrubar as muralhas das impossibilidades, mas a história de seus filhos não precisa ser igual, se puderem crer, obedecer e fizerem o que deve ser feito poderão ir, fazer e chegar onde seus pais não conseguiram. E aí, está pronto para ver Deus agindo na sua história?

  No tempo dos juízes de Israel o povo passou por muitos altos e baixos, as vezes ficavam por muitos anos subjugados na própria terra que haviam conquistado, muitos pais neste tempo se tornaram maus exemplos para seus filhos, pois adoravam aos ídolos das nações vizinhas. Vamos observar a vida de Gideão (Jz 6). Seu pai tinha ídolos e um altar dedicado a Baal (Jz 6.25), mas quando Gideão teve um encontro com Deus ficou claro por quem a alma de Gideão anelava prestar adoração.

  Deus mandou Gideão destruir o altar e os ídolos, mandou queimá-los e mesmo com medo da sua família e da cidade Gideão obedeceu, ele destruiu o altar que pertencia ao seu pai e levantou um altar dedicado ao Senhor. Essa atitude de Gideão precisa ser observada e proclamada em alta voz para a nossa geração, pois lembro-me dos muitos jovens que chegaram até mim para falar de seus pais, sobre os erros que seus pais cometiam dentro de suas casas, erros que davam lugar e legalidade para o inimigo agir, testemunhavam as infidelidades, os conflitos, desrespeitos e até agressões, sempre vi essas atitudes como altares que acabamos levantando em nossos lares, altares que não louvam a Deus, mas louvam ao diabo.

  Sempre aconselhei aos filhos para que fossem corajosos e entrassem na guerra que era espiritual, que os erros de seus pais não deveriam ser repetidos em suas vidas e que eles poderiam ser instrumentos de Deus para que esse quadro mudasse. Muitos sentiam medo de chamar seus pais para conversarem e falar de valores e princípios que deveriam ser ensinados por eles, mas que eles (os filhos) é quem estavam passando para os pais, e muitos por medo acabavam se fechando, se culpando e entrando em depressão, de fato o estrago é muito grande quando nós pais levantamos altares que não louvam a Deus em nossas casas.

  Gideão é um exemplo de alguém que tem medo, mas que sua vontade de mudança é maior, percebemos isso no diálogo com o Anjo do Senhor, percebemos isso na hora em que oferece uma grande oferta a Deus mesmo num período de fome, vemos isso quando destrói os ídolos e o altar que eram dedicados a Baal e levanta um altar ao Senhor, com isso Gideão está nos dizendo: “Meus pais se deixaram levar pelas ilusões de Baal, mas isso vai parar em mim.”

  É isso, os filhos não precisam herdar as tragédias que ocorrem na vida dos seus pais, eles podem escolher viver como vencedores, podem também ser instrumentos de Deus para que altares sejam derrubados na casa de seus pais.

  Gostaria de falar de forma bem direta a você que está lendo este texto, quem sabe se meus filhos um dia lerão também, meu desejo é que entendam, acreditem e busquem ir mais longe do que seus pais foram, acertar naquilo que seus pais erraram e dizer que, na vida deles não se repetirá as tragédias que aconteceram na vida dos seus pais. Diga pra si mesmo que parou em você, mesmo após ver sua mãe sendo ofendida, desrespeitada e até agredida, diga que sua esposa será honrada e tratada como uma rainha, que seus filhos testemunharão um amor que reina no seu relacionamento e no seu lar, diga que parou em você, que seus pais podem ter escolhido gastar suas vidas em bares, drogas e outras possíveis coisas que também são terríveis, mas que você será um grande servo do Senhor.

  Espero que este texto tenha falado ao seu coração e edificado sua vida de forma poderosa, lembre-se das palavras de Jesus:

  “Aquele que crê em mim fará também as obras que eu tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai.”

João 14.12

  Deus te abençoe!

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Maria Madalena, libertação e liberdade.

 

(Imagem da novela Jesus da Record)

Depois disso Jesus ia passando pelas cidades e povoados proclamando as boas novas do Reino de Deus. Os Doze estavam com ele,

e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e doenças: Maria, chamada Madalena, de quem haviam saído sete demônios;

Joana, mulher de Cuza, administrador da casa de Herodes; Susana e muitas outras. Essas mulheres ajudavam a sustentá-los com os seus bens.

Lucas 8:1-3

  Ao lermos este texto vemos um detalhe importante concernente aos discípulos que fielmente seguiam Jesus por todos os lugares por onde passava, pois sabemos que se juntavam grandes multidões pelas cidades, mas nem todos se tornavam discípulos íntimos. Aqui temos a menção de que os doze estavam com Ele, mas Lucas não omite a presença e nem tão pouco a importância da participação das mulheres no ministério terreno de Jesus ao ajudarem a sustentá-lo com os seus bens.

  Neste texto vamos refletir sobre essa mulher tão destacada nos Evangelhos, que se tornou um exemplo de discípula e de vida transformada, Maria Madalena com certeza tem lições para nós quando falamos de LIBERTAÇÃO DEMONÍACA.

  Penso eu como uma pessoa pode ter sua vida atormentada por causa de um só demônio caso ela esteja possuída, em nossa nação temos a ação demoníaca com uma forte influência no que desrespeito a imoralidade sexual e corrupção, em todos os níveis e classes da nossa sociedade vemos a destruição causada na vida de muitas famílias, pensar que Maria tinha sete demônios a atormentando, não temos a informação de qual área de sua vida era prejudicada por conta disso, vemos pessoas em nossos dias com problemas de saúde física e emocional, problemas financeiros, problemas nos relacionamentos, dentre tantas coisas, penso que a vida de Maria Madalena era triste e perdida por conta disso.

  Não sabemos quanto tempo durou essa opressão na vida de Maria Madalena, uma coisa é certa, tudo mudou quando ela teve um encontro com Jesus, Jesus a libertou e isso com certeza mudou sua vida completamente, isso é maravilhoso, pois o que Jesus fez na vida de Maria, fez na vida do jovem lunático (Mc 9.14-27), do endemoninhado gadareno (Mc 5.1-15) e de muitas outras pessoas por onde passou (Mc 1.34,39/3.9-12), posteriormente seus discípulos deram continuidade ao ministério iniciado por Jesus que anunciava a libertação dos homens do reino das trevas para a Luz (At 8.4-8).

  Gostaria de chamar a atenção para um fato comum em nossos dias, eu particularmente sou convidado para pregar em algumas igrejas nos “cultos de libertação”, não tenho nada contra as temáticas dos cultos, desde que todos estejam cientes de que todo culto que prestamos a Deus é exclusivamente para adoração e que libertação é a obra de Jesus em qualquer momento. Ao pregar em algumas igrejas percebo que muitas pessoas acabam indo muitas vezes aos cultos e nunca conseguindo uma libertação definitiva do domínio dos demônios em suas vidas, acabam repetindo o mesmo processo semanalmente, onde os espíritos malignos se manifestam e precisam ser expulsos. Não sou um perito em assuntos espirituais e não me julgo no direito de julgar ninguém sobre isso, entendo que as experiências podem variar de pessoa para pessoa, mas que podemos chegar em uma conclusão efetiva a partir do que a Bíblia nos ensina, inclusive com a vida de Maria Madalena, existe uma diferença entre libertação e liberdade.

  Libertação é o que acontece quando Jesus nos salva, deixamos de ser dominados pelo pecado e o diabo e seus demônios não têm mais legalidade em nossa vida, esse fato ocorre uma vez para que após isso possamos viver em plena liberdade (Cl 1.13,14). Um exemplo disso é o que aconteceu com o povo de Israel quando foi liberto do Egito, eles foram libertos para nunca mais serem escravos lá (Ex 14.13). Assim deve ser nossa vida com relação ao pecado, ao sistema desse mundo e ao domínio espiritual que o inimigo possa ter em nossa vida, uma vez que Jesus entra na casa e a limpa, nunca mais os demônios terão legalidade para fazer bagunça (Lc 11.24-26).

  Isso é o que não faz sentido quando vejo pessoas toda semana buscando libertação, e então me pergunto o que pode estar ocorrendo para que algumas dessas pessoas estejam vivendo essa realidade? Maria vai nos ensinar a como passar pela libertação e viver em liberdade.

  Em Lc 8.1-3 a Bíblia diz que Jesus ia de cidade em cidade e povoado em povoado anunciando as Boas Novas do Reino de Deus e que Maria estava com Ele em todos os lugares. Como eu disse anteriormente, a vida de alguém possesso por sete demônios provavelmente é terrível, Maria uma vez liberta por Jesus não iria querer passar nem um momento distante d’Ele, por isso, se alguém quisesse achar Maria, era só descobrir onde Jesus estava.

  É uma verdade difícil de dizer tanto quanto de aceitar, que muitos desejam receber a benção da libertação, mas nem sempre desejam ou permanecem na presença de Jesus, recebem a libertação na igreja, mas após isso voltam a frequentar os mesmos lugares que não tem nada a ver com Jesus, se relacionar com pessoas e das formas mais variadas possíveis, e que nada tem a ver com Jesus. O que estou tentando explicar é que, se queremos viver em liberdade após a libertação, nossa vida precisa mudar, não será possível viver essa liberdade proposta por Jesus se não estamos dispostos a viver em novidade de vida.

  A bíblia fala que não devemos dar lugar ao diabo (Ef 4.27), só podemos dar lugar a quem não o tem, então quando Paulo fala aos efésios sobre dar lugar ao diabo ele não fala de alguém que vai se manifestar rolando no chão, falando com uma voz estranha com a mão para trás, ele está falando sobre algumas coisas que podemos fazer após sermos libertos que abrirá novamente a possibilidade do inimigo agir com legalidade em nossa vida, vamos ao que Paulo disse:

  Assim, eu lhes digo, e no Senhor insisto, que não vivam mais como os gentios, que vivem na futilidade dos seus pensamentos.

Eles estão obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus por causa da ignorância em que estão, devido ao endurecimento dos seus corações.

Tendo perdido toda a sensibilidade, ele se entregaram à depravação, cometendo com avidez toda espécie de impureza.

Todavia, não foi assim que vocês aprenderam de Cristo.

De fato, vocês ouviram falar dele, e nele foram ensinados de acordo com a verdade que está em Jesus.

Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos,

a serem renovados no modo de pensar e

a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade.

Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo.

"Quando vocês ficarem irados, não pequem". Apazigüem a sua ira antes que o sol se ponha,

e não dêem lugar ao diabo.

O que furtava não furte mais; antes trabalhe, fazendo algo de útil com as mãos, para que tenha o que repartir com quem estiver em necessidade.

Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem.

Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção.

Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade.

Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo.

Efésios 4:17-32

  O que nós não levamos em consideração é que podemos dar lugar ao inimigo com nossas atitudes insensatas de diversas formas e ainda nos acharmos dentro de uma guerra entre o bem e o mal com inimigos invisíveis.

  Aprendemos nessa primeira parte que só existe uma forma de vivermos uma libertação completa e permanente, se permanecermos na presença de Jesus, andar onde Ele anda, como Ele anda e fazendo conforme Ele faz.

  Maria junto a outras mulheres participavam ativamente do ministério de Jesus, ou seja, ela contribuía para que pessoas pudessem viver a libertação que ela viveu. Isso é fato, nós fomos libertos para ajudar pessoas a receberem o mesmo.

  Perto da cruz de Jesus estavam sua mãe, a irmã dela, Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena.

João 19:25

  Outro fato importante de Maria Madalena, ela estava junto de Jesus em todos os momentos em que Ele expulsava os demônios das pessoas, curava cegos, coxos, surdos, mudos, ressuscitava mortos, mas também não o abandonou quando estava na cruz, nos momentos mais difíceis Maria permaneceu com Jesus. O que ocorre em nossos dias em alguns casos é bem diferente disso, pois muitos ficam firmes enquanto as coisas vão bem, mas se esquecem do passado antes desse encontro com Jesus no momento da provação, acham a cruz pesada demais e o abandonam, Maria permaneceu.

  Os discípulos voltaram para casa.

Maria, porém, ficou à entrada do sepulcro, chorando. Enquanto chorava, curvou-se para olhar dentro do sepulcro

e viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e o outro aos pés.

Eles lhe perguntaram: "Mulher, por que você está chorando? " "Levaram embora o meu Senhor", respondeu ela, "e não sei onde o puseram".

Nisso ela se voltou e viu Jesus ali, em pé, mas não o reconheceu.

Disse ele: "Mulher, por que está chorando? Quem você está procurando? " Pensando que fosse o jardineiro, ela disse: "Se o senhor o levou embora, diga-me onde o colocou, e eu o levarei".

Jesus lhe disse: "Maria! " Então, voltando-se para ele, Maria exclamou em aramaico: "Rabôni! " ( que significa Mestre ).

Jesus disse: "Não me segure, pois ainda não voltei para o Pai. Vá, porém, a meus irmãos e diga-lhes: Estou voltando para meu Pai e Pai de vocês, para meu Deus e Deus de vocês".

Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: "Eu vi o Senhor! " E contou o que ele lhe dissera.

João 20:10-18

  Maria Madalena se tornou um exemplo para nós nestes aspectos que falei, porém existe outro fato que não podemos deixar de mencionar, Maria estava desolada ao pensar em seguir sua vida sem ter Jesus ao seu lado, ela estava indo ao sepulcro de Jesus quando um homem falou com ela, sua tristeza era tão grande que não pôde reconhecer seu Mestre, mas quando esse a chamou pelo nome ela exultou de alegria por reconhecer a Jesus, Maria foi a primeira a ver Jesus ressuscitado. Maria amou até o fim, mesmo quando aparentemente tudo parecia acabado e perdido, ela não aceitou o fato de viver sem Jesus e foi bem-aventurada por conta disso.

  Não sei se você que está lendo esse texto está buscando libertação, ou se já liberto(a) está pensando em desistir por conta das provações, o que eu posso te dizer na aplicação desta palavra é, aprenda com Maria Madalena, não esqueça de onde Jesus te tirou e como é a vida de alguém quando escrava do pecado e dos demônios, persevere, permaneça com Ele mesmo quando achar que a cruz é pesada e impossível de suportar, quando estiver doendo, sangrando ou mesmo que haja risco de perder sua vida, não aceite viver sem Ele, mesmo que tudo pareça perdido e acabado, por fim você verá que vai valer a pena, Jesus se revelou para Maria e vai continuar se revelando para aqueles que permanecem fiéis.

  Espero que esta palavra tenha edificado a sua fé. Deus te abençoe!

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Palavra de Saudação: Ec 4.5 -(NVI) O tolo cruza os braços e destrói a própria vida.

 



Percebe-se que por mais que no campo das idéias os políticos tenham boas intenções, na prática isso não acontece, ou quando acontece, não dura muito, seja porque aquele que assumiu posição se desviou da justiça ou porque saindo de tal posição alguém razoavelmente correto, assume um corrupto e tudo se desfaz.
  Pensando sobre isso me parece um tanto desanimador dar meu voto a alguém, pois um voto na urna é um voto de confiança em mais um com mais promessas de melhorias e anti-corrupção.
  Na história vemos que no desenvolvimento econômico e social e das políticas de governo sempre tivemos lados opostos, guerras de idéias e de poderes, sempre tivemos os menos favorecidos lutando por direitos e valorização da vida em detrimento da grande carga de trabalho, também tivemos os "senhores", cada vez mais ricos e buscando de todas as formas permanecerem dominando as classes pobres.
  Porque considero desanimador os lados, pois o homem de coração caído nos países capitalistas (salvo uma minoria) continua impondo uma carga difícil de carregar, as classes pobres por sua vez se vêem desprovida de cuidado do Estado que não oferece os direitos mais básicos que encontramos na constituição do país. Vemos os discursos socialistas de homens com o coração caído também, cada vez mais belos na defesa da classe trabalhadora em busca por melhorias nas políticas de governo, porém temos perfeitas palavras e quase nenhuma credibilidade.
  Como cristão, crente na Palavra de Deus e cidadão, continuo dando meu voto de confiança a alguns, entendo a minha responsabilidade, pois não escolher alguém é dar a qualquer outro vantagem nessa corrida pelo poder, não vendendo meu voto e usando meu direito de votar secretamente.
  Independente da história, de todas as lutas ideológicas, partidárias e políticas que encontro por exemplo, ao estudar História Contemporânea e que, sinceramente, me faz desanimar diante de mais uma escolha dentre tantas já feitas por mim e por gerações passadas, mas sem sucesso. Entendo que nesse ponto da história é o tempo que eu estou participando e que não posso ficar inerte aos fatos, pois o que virá atingirá diretamente minha casa.
  Seja cristão, seja espiritual, mas não deixe de exercer seu direito de cidadão, ainda que seja isso muito difícil, quem cruza os braços é o tolo como diz Ec 4.5.
  Sobre tudo, oremos para que corações caídos sejam transformados, pois ainda que a idéia seja perfeita, nas mãos de homens gananciosos, será mais uma vez terrível, principalmente para o lado mais fraco.

#PenseNisso

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Cartas para um novo mundo. Que tipo de carta você quer ser?

 


Será que com isso, estamos começando a nos recomendar a nós mesmos novamente? Será que precisamos, como alguns, de cartas de recomendação para vocês ou da parte de vocês?

Vocês mesmos são a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos.

Vocês demonstram que são uma carta de Cristo, resultado do nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de corações humanos.

2 Coríntios 3:1-3

  Paulo neste trecho de sua mensagem aos coríntios está falando que não precisa de que pessoas falem bem dele para que seu ministério seja reconhecido, ele diz que existiam alguns que se utilizavam desta estratégia para receberem reconhecimento, ele diz que não precisava de um documento escrito para que seu ministério fosse validado, mas que eles mesmos (os coríntios) eram esse documento, que a vida transformada e o testemunho deles como igreja era como se o mundo os estivesse lendo, era uma evidência da originalidade do seu ministério. Paulo ressalta que eles são CARTA DE CRISTO, resultado do ministério dele, e como carta de Cristo eles deveriam trazer a mensagem do próprio Jesus, ou seja, o Evangelho, as Boas Novas de salvação aos perdidos.

 Existe algo que não podemos negar diante de tudo o que temos visto em nosso mundo, que nós vivemos em um tempo diferente dos tempos passados e que precisamos saber lidar com as diferenças que são apresentadas a nós e ser mais uma vez essa CARTA DE CRISTO ao mundo. Porém, precisamos considerar o fato de que não é a primeira vez que isso acontece, o mundo sempre esteve em constante transformação e em todas as eras os homens precisaram se adaptar ao formato que a sociedade tomou, seja no que diz respeito à cultura local de cada povo, como na sua religiosidade. Mas quando pensamos nessa adaptação religiosa ao novo mundo precisamos considerar o fato de que Deus deixou bem claro para o seu povo quando iam entrar na terra prometida:

 “Não façam como os moradores dessa terra, pois por isso foram vomitados, se fizerem como eles, vocês também serão vomitados”(Lv 18).

   E quando entraram:

  “Se abandonarem o Senhor e servirem a deuses estrangeiros, ele se voltará contra vocês e os castigará. Mesmo depois de ter sido bondoso com vocês, ele os exterminará"(Js 24:20).

   Fica claro que eles estariam entrando em uma nova fase da vida e que precisavam se adaptar ao novo, porém Deus deixou bem claro, sem perder os princípios por Ele estabelecidos.

  Isso se repetiu em todos os tempos em que a nação escolhida precisou se adaptar ao novo, por exemplo, na Babilônia o povo mais uma vez estava diante de uma influência grandiosa e negativa de um novo mundo, um mundo que nada tinha a ver com os princípios que Deus estabelecera, no cativeiro da Babilônia o povo não era escravo como no Egito, não eram forçados a trabalhar diante de condições precárias, na Babilônia eles até se tornaram ricos, tiveram seus próprios negócios, tanto que quando o povo voltou para a terra, muitos não retornaram, pois já estavam com a vida estável. Mas a Babilônia que não escravizava impunha sua cultura, de forma estratégica introduziu seu pensamento, sua cultura, sua cosmovisão na mente e coração dos povos que dominavam incluindo o povo de Deus.

  Daniel e seus amigos, por exemplo, eles mudaram o endereço, mudaram as roupas, mudaram o idioma, mudaram até mesmo o nome, e queriam mudar a dieta de Daniel e seus amigos, mas quando chegou nessa parte não houve possibilidade de aceitar, havia limites para as adaptações ao novo mundo, e esses limites não eram estabelecidos por Daniel e seus amigos, eram estabelecidos pelas Escrituras, não havia a possibilidade de reinterpreta-las, ou atualiza-las a fim de que algumas coisas se tornassem aceitáveis para que houvesse uma possibilidade para boa convivência entre aquela sociedade, aqui nós encontramos o limite, isso serve para Daniel na Babilônia assim como serve para nós no Brasil no Séc. XXI e precisamos entender que isso também será difícil para nós como foi para eles.

  Quando temos esse tema “Cartas para um novo mundo”, precisamos decidir que tipo de cartas queremos ser, pois neste momento Daniel deixou claro que não comeria a comida, certamente na comida haviam alimentos considerados impuros e era também apresentada aos ídolos da Babilônia, Daniel viu o limite e deixou bem claro que não o ultrapassaria e isso era inegociável, mais pra frente seus amigos estavam mais uma vez diante de uma situação onde todos eram obrigados a se curvarem diante da estátua, mas isso também era inegociável, poderiam tirar a vida deles, mas não passariam por cima dos princípios que Deus havia estabelecido, mesmo que isso lhes custasse a vida.

  Ao acompanhar o Evangelho veremos também o nascimento de um novo mundo, um novo mundo anunciado desde o princípio, mas que exigia a adaptação e a aceitação de quem vivia em determinado período da história, Jesus ensinou sobre o vinho novo em odre velho, que não se põe o vinho novo em odre velho (Mt 9.14-17), ou seja, para que Israel pudesse receber o Reino de Deus, ou seja, viver o novo de Deus, precisavam abrir mão da fé antiga, não porque e fé antiga era ruim, mas porque eles perderam a essência das Escrituras.

  Jesus reinterpretou, ressignificou as Escrituras em seu tempo, pois no Sermão da Montanha ensinava “Ouviste o que foi dito pelos antigos? Eu, porém, vos digo.” (Mt 5.21-48).   Jesus deixa bem claro que havia a necessidade de uma adaptação, uma atualização na maneira de interpretar as Escrituras, não porque agora a Antiga aliança havia perdido o valor, pelo contrário, porque a religião havia se perdido do propósito revelado nas Escrituras, note que ele não diz: “Ouviste o que diziam as Escrituras”, Ele diz: “Ouviste o que foi dito pelos antigos”, Jesus reinterpretou a interpretação dos antigos interpretando as Escrituras e revelando os mistérios que estavam ocultos aos olhos deles, Paulo diz:

   “O mistério que esteve oculto durante épocas e gerações, mas que agora foi manifestado a seus santos.

A eles quis Deus dar a conhecer entre os gentios a gloriosa riqueza deste mistério, que é Cristo em vocês, a esperança da glória.”

Colossenses 1:26,27

  Jesus atualiza para que seu povo (agora a igreja) se adapte ao formato estabelecido no propósito eterno do Pai, isso foi tão complicado que gerou perseguição por parte dos líderes da religião judaica, Jesus foi morto por conta dessa perseguição (claro que isso fazia parte do plano), posteriormente seus discípulos e sua igreja também foram perseguidos e mortos das maneiras mais brutais, até que mais uma vez chegou um novo tempo, um novo mundo, onde o império romano que perseguia a igreja se tornou oficialmente cristão. Isso se deu no tempo em que o imperador Constantino disse ter tido uma experiência com Jesus e que havia se convertido no ano 313 d.C, até este ponto os cristãos sofreram muito, porém nunca deixou de crescer o número de pessoas que se rendiam ao Evangelho. Já no ano de 380 d.C o cristianismo se tornou a religião oficial do império romano pelo imperador Teodósimo I  e os cristãos que sofreram com a perseguição passaram a perseguir todos aqueles que organizasse ou participasse de um culto pagão, fosse público ou particular.

  Neste novo mundo foi necessário haver uma adaptação, seja cultural, assim como religiosa, houve uma mescla entre a crença cristã baseada na doutrina dos apóstolos e a crença romana baseada em sua mitologia, criavam-se imagens de personalidades da igreja, mas que também representavam os deuses romanos, fora as muitas concessões que trouxeram para o seio da igreja práticas pagãs completamente detestáveis ao Senhor e que desrespeitavam seus princípios.

  Neste ponto da história vemos um comportamento da igreja muito parecido com o do povo de Israel quando entrou na terra prometida e bem diferente do comportamento de Daniel e seus amigos. Precisa ficar claro que seja no Antigo, seja no Novo Testamento, Seja na Lei ou na Graça, os princípios por Deus estabelecidos são inegociáveis. Existe sim a necessidade de adaptação com a realidade atual, mas em todo caso a Graça se encarregará de se manifestar em sua multiforme maneira (1Pe 4.10) trazendo salvação aos homens.

   “Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens.

Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente,

enquanto aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo.”

Tito 2:11-13

  A Graça é o dom de Deus, o favor imerecido, o meio pelo qual somos salvos, mas não só isso, a Graça também nos capacita a vivermos uma vida reta através do Espírito Santo, ela é didática, nos ensina como viver de maneira agradável a Deus. O Evangelho é a Boa Notícia de Jesus ao mundo, o vinho novo e podemos dividir essa boa notícia em partes.

  A primeira: Todos nós somos pecadores, inimigos de Deus, indignos e destinados ao inferno por causa disso.

A segunda: Jesus tomou essa culpa pra si nos reconciliando com Deus, acabando com a inimizade que havia entre nós e Deus e que nós não pagamos e nem tínhamos condições de pagar por isso. ISSO É A GRAÇA!

A terceira: Porque somos salvos, somos capacitados e ensinados a viver como tal, porque fomos regenerados pelo Espírito e nos tornamos uma nova criatura.

  Porque é importante entendermos isso? Porque não existe um evangelho verdadeiro se não houver transformação de vida, ou seja, o cristianismo de Cristo não se adapta ao contexto ou ao curso de uma sociedade perdida, ainda que essa tenha evoluído em diversos aspectos, ao contrário disso, o Evangelho de Jesus transforma as pessoas para o padrão do Reino, pois seu padrão é imutável, aquilo que Deus considerava abominável no passado continua sendo considerado abominável. As sociedades tomaram sua forma, mas a igreja tem sua forma própria, pois essa é a forma do corpo de Cristo, e não somos nós quem decidimos como deve ser o corpo, mas Ele mesmo faz isso em harmonia entre aquilo que está escrito com a obra do Espírito que nos converte a imagem perfeita d’Ele pelo processo da santificação que dura toda nossa vida.

  Na primeira carta de Paulo aos coríntios, ele os chamou a atenção para muitas coisas erradas que estavam acontecendo na igreja, Paulo os repreendeu e disse que haviam práticas que excluíam pessoas do Reino de Deus.

  Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos,

nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus.

Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus.

1 Coríntios 6:9-11

 

  O que Paulo diz aqui serve para os coríntios, serviu para Israel ao entrarem em Canaã e serve para nós quase dois mil anos depois de essa carta ser escrita, pois se trata de práticas comuns aqueles que não foram lavados e santificados em Jesus. Nós não odiamos as pessoas por conta de tais práticas, o próprio Paulo disse que algumas pessoas viviam nessas práticas anteriormente, mas que agora são novas criaturas (ou deveriam ser) em Jesus. Deus ama o mundo e seu amor está revelado em Jesus, mas não podemos negar o fato de que permanecendo na prática do pecado nos mantemos inimigos de Deus e Deus ao seu tempo destruirá seus inimigos.

  Para Paulo, falar da Graça em seu tempo era ser uma carta para um novo mundo, um mundo onde judeu e gentio seriam filhos do mesmo Pai, era pregar a igualdade entre povos distintos que viviam em culturas completamente distintas, porém, no que diz respeito ao que diante de Deus era pecado, tanto para judeus como para gentios era pecado, não havia concessões para que os gentios se adaptassem ao cristianismo, isso precisa ficar claro para nós em nossos dias.

  Existem duas cartas na Bíblia que me chamam muita atenção, a Carta de Paulo à Filemom e a carta de Davi à Joabe ((2Sm 11.14). Nestas cartas existem uma diferença grandiosa no resultado final após serem lidas, na carta de Paulo à Filemom o final resulta em perdão e vida para Onésimo, o servo que havia errado mas que agora arrependido estava voltando para casa, Paulo traz nas palavras escritas na carta uma mensagem de perdão, reconciliação e graça, assim como nós devemos ser ao mundo, aquele que nos lê precisa ser alcançados pela graça, precisam reencontrar um lugar na casa do Pai novamente, mesmo que seus pecados os façam merecedores de condenação e morte.

   Na carta de Davi o resultado final é morte. Davi entrega a Urias uma carta que o levaria a sua própria destruição, quando o mundo lê em nós uma mensagem que não foi Jesus quem escreveu, o final será destruição e morte.

  Eu escolho ser uma carta para o novo mundo como a de Paulo a Filemom, salvando quantos estiverem ao meu alcance, quem me lê precisa encontrar Jesus e seu Evangelho de amor.

Deus minha única opção.

    Geralmente agradecemos a Deus pelos livramentos que Ele nos dá, dizemos que somos gratos pelos livramentos que vimos e por aqueles que n...