Existe algo que não me canso de falar para a
minha filha, e agora para meu filho, mesmo sendo ele um bebê de três meses e
não entendendo nada do que eu digo, que eles serão, irão e farão coisas maiores
do que eu e Luzia, a mãe deles fizemos juntos, eu repito para que isso fique
gravado e se torne uma realidade na história deles. Eu digo para a minha filha
que assim é a ordem natural das coisas, que não há nenhum tipo de ciúme ou
inveja (ou não deveria ter) da nossa parte com relação ao sucesso deles, sempre
digo que o próprio Jesus não teve problema com isso, quando Ele mesmo disse que
aquele que crê n’Ele fará as obras que Ele fez e até maiores do que essa (Jo
14.12).
A bíblia tem algumas histórias que reforçam
esse entendimento e eu queria compartilhar alguns com você, vamos começar pelo
exemplo de Abraão. De acordo com o texto bíblico o próprio Abraão concluiu uma
viagem que seu pai iniciara, Abraão chegou onde seu pai não conseguiu chegar.
Mas gostaria de citar uma outra parte da
história de Abraão como exemplo.
Pela fé peregrinou na terra prometida como se
estivesse em terra estranha; viveu em tendas, bem como Isaque e Jacó,
co-herdeiros da mesma promessa.
Hebreus 11:9
Abraão é um herói da fé
por uma simples, mas não fácil atitude de obediência, Deus mandou ele sair de
onde estava e ele assim o fez sem saber pra onde iria, como seria a viagem, se
daria certo, ele somente obedeceu e foi.
O texto aos hebreus nos mostra uma situação
interessante, talvez Abraão já vivia em tendas antes de sair de sua terra, mas
Deus disse para ele sair de sua casa, era um lugar fixo, bem estabelecido, mas
agora ele vive em tendas como um peregrino que permanecia por um período em um
lugar e com o passar do tempo levantava acampamento e seguia, é deixar uma situação
estável para viver desconfortável, porém há outro detalhe importante, a terra
por onde Abraão andava em sua peregrinação e posteriormente seu filho e seu
neto, era a terra que Deus havia prometido, mas que Abraão pisava como se fosse
terra estranha.
Gerações se passaram até que os descendentes
de Abraão possuíssem aquela terra, ou seja, a geração da conquista estava
tomando posse de uma promessa feita a muito tempo a Abraão. Fico pensando se o
que vivo hoje não se trata de promessas feitas a algum dos meus antepassados,
se não estou conquistando o que Deus já havia dito a muitos anos atrás ou se eu
sou o “Abraão” da minha descendência, se recebo promessas que se cumprirão na vida
dos meus descendentes. Bem sabemos que Abraão não conquistou a terra porque
Deus planejou um tempo oportuno para que isso acontecesse, neste caso podemos
crer que existem coisas que Deus fala a mim, pai da Emanuele e do Pedro, mas
que se cumprirão na vida deles, não porque eu não me esforcei para alcança-las,
mas porque aprouve a Deus determinar o tempo oportuno.
Mas existem outras situações que precisamos
estar atentos, quando nós pais não agimos bem e deixamos de conquistar algumas
bençãos do Senhor, bençãos que podemos chamar de bençãos gerais, ou seja, são
para todos os filhos de Deus, mas que deixamos de receber por conta da nossa
conduta reprovável, mas que nossos filhos podem mudar a história a partir da
decisão deles em conquistar essas bençãos.
Moisés enviou 12 espias à terra de Canaã, a
fim de ter um relatório do que encontrariam e enfrentariam, estes eram líderes
de cada tribo, mas que ao retornarem disseram que realmente a terra era
excelente, mas 10 deles falaram negativamente e desencorajaram o povo, disseram
que não havia condições de vencer o povo da terra, pois eram bem preparados para
a guerra, haviam gigantes e as cidades eram fortificadas (Nm 13,14). Apenas
Josué e Calebe continuaram acreditando na promessa e de fato conquistaram anos
mais tarde.
Esta geração que saiu do Egito pereceu no deserto
e somente quando todos morreram o povo conquistou, ou melhor, os seus filhos. O
mais interessante de tudo isso é que ao atravessarem o Jordão a primeira cidade
que enfrentaram era a super fortificada Jericó, seus pais deixaram de
conquistar por não acreditarem que conseguiriam vencer as muralhas, talvez isso
fosse uma verdade, porém seus filhos viram Deus derrubar muralhas e venceram.
É evidente que muitos pais não se sentiram capazes
ou confiantes de realizar grandes conquistas, e pior, muitos não creram que
Deus era poderoso para fazer derrubar as muralhas das impossibilidades, mas a
história de seus filhos não precisa ser igual, se puderem crer, obedecer e
fizerem o que deve ser feito poderão ir, fazer e chegar onde seus pais não
conseguiram. E aí, está pronto para ver Deus agindo na sua história?
No tempo dos juízes de Israel o povo passou
por muitos altos e baixos, as vezes ficavam por muitos anos subjugados na própria
terra que haviam conquistado, muitos pais neste tempo se tornaram maus exemplos
para seus filhos, pois adoravam aos ídolos das nações vizinhas. Vamos observar
a vida de Gideão (Jz 6). Seu pai tinha ídolos e um altar dedicado a Baal (Jz
6.25), mas quando Gideão teve um encontro com Deus ficou claro por quem a alma
de Gideão anelava prestar adoração.
Deus mandou Gideão destruir o altar e os
ídolos, mandou queimá-los e mesmo com medo da sua família e da cidade Gideão
obedeceu, ele destruiu o altar que pertencia ao seu pai e levantou um altar
dedicado ao Senhor. Essa atitude de Gideão precisa ser observada e proclamada
em alta voz para a nossa geração, pois lembro-me dos muitos jovens que chegaram
até mim para falar de seus pais, sobre os erros que seus pais cometiam dentro
de suas casas, erros que davam lugar e legalidade para o inimigo agir,
testemunhavam as infidelidades, os conflitos, desrespeitos e até agressões,
sempre vi essas atitudes como altares que acabamos levantando em nossos lares,
altares que não louvam a Deus, mas louvam ao diabo.
Sempre aconselhei aos filhos para que fossem
corajosos e entrassem na guerra que era espiritual, que os erros de seus pais
não deveriam ser repetidos em suas vidas e que eles poderiam ser instrumentos
de Deus para que esse quadro mudasse. Muitos sentiam medo de chamar seus pais
para conversarem e falar de valores e princípios que deveriam ser ensinados por
eles, mas que eles (os filhos) é quem estavam passando para os pais, e muitos
por medo acabavam se fechando, se culpando e entrando em depressão, de fato o
estrago é muito grande quando nós pais levantamos altares que não louvam a Deus
em nossas casas.
Gideão é um exemplo de alguém que tem medo,
mas que sua vontade de mudança é maior, percebemos isso no diálogo com o Anjo
do Senhor, percebemos isso na hora em que oferece uma grande oferta a Deus
mesmo num período de fome, vemos isso quando destrói os ídolos e o altar que
eram dedicados a Baal e levanta um altar ao Senhor, com isso Gideão está nos
dizendo: “Meus pais se deixaram levar pelas ilusões de Baal, mas isso vai parar
em mim.”
É isso, os filhos não precisam herdar as
tragédias que ocorrem na vida dos seus pais, eles podem escolher viver como
vencedores, podem também ser instrumentos de Deus para que altares sejam
derrubados na casa de seus pais.
Gostaria de falar de forma bem direta a você
que está lendo este texto, quem sabe se meus filhos um dia lerão também, meu
desejo é que entendam, acreditem e busquem ir mais longe do que seus pais
foram, acertar naquilo que seus pais erraram e dizer que, na vida deles não se
repetirá as tragédias que aconteceram na vida dos seus pais. Diga pra si mesmo
que parou em você, mesmo após ver sua mãe sendo ofendida, desrespeitada e até
agredida, diga que sua esposa será honrada e tratada como uma rainha, que seus
filhos testemunharão um amor que reina no seu relacionamento e no seu lar, diga
que parou em você, que seus pais podem ter escolhido gastar suas vidas em
bares, drogas e outras possíveis coisas que também são terríveis, mas que você
será um grande servo do Senhor.
Espero
que este texto tenha falado ao seu coração e edificado sua vida de forma
poderosa, lembre-se das palavras de Jesus:
“Aquele que crê em mim fará também as
obras que eu tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu
estou indo para o Pai.”
João 14.12
Deus te abençoe!
Nenhum comentário:
Postar um comentário