terça-feira, 15 de setembro de 2020

Série Parábolas de PRONTIDÃO - As dez virgens



Prontidão para a volta de Jesus:
        Mt 24.45-50 – Dos servos
        Mt 25.1-13 – As dez virgens 
        Mt 25.14- 30 – Dos talentos
        Mt 25. 31-46 – Bodes e ovelhas

A Parábola das dez virgens
  Nesta parte das parábolas de prontidão iremos falar de um detalhe extremamente importante ao observarmos considerando o contexto do número de desigrejados no Brasil, nela FALAREMOS A TODA A IGREJA.
Antes disso é importante ressaltarmos as semelhanças que há entre as dez virgens.
·        Todas eram virgens.
·        Todas tinham candeias / lâmpadas.
·        Todas saíram para encontrar o noivo, pois todas tinham ciência de que ele viria.
·        Todas tosquenejaram e adormeceram.
·        Todas ouviram o clamor que dizia “Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro!”
Agora vamos considerar as diferenças entre elas:
·        5 eram loucas e 5 sábias / prudentes.
·        5 levaram azeite reserva em vasilhas e 5 só levaram o azeite da própria lamparina.
·        As lamparinas das 5 prudentes permaneceram acesas, as 5 das loucas apesar de acesas, estavam se apagando.
·        As prudentes entraram pelas portas com o esposo, as loucas ficaram de fora.
  É muito importante observarmos que em toda a parábola Jesus não faz menção da noiva, pois ele usa a figura das virgens, que geralmente eram amigas da noiva que ficavam a espera do noivo no dia do casamento no meio do caminho, ele seguia o restante do caminho acompanhado com as virgens até o encontro com a noiva. Nós temos outros textos onde a figura que é usada para representar a igreja é uma noiva, uma mulher amada, mas aqui é usada a figura das virgens.
  O que mais me chama a atenção nesta parábola dentre tantas coisas que poderíamos falar, é que, as loucas eram loucas desde o início e as prudentes eram prudentes desde o início também, ou seja, ninguém mudou no meio do tempo em que esperavam, a forma que iniciaram a espera já estava revelando como seria o final de cada virgem.
  Por isso eu disse que esta parábola revela muito sobre a nossa situação no Brasil com relação aos desigrejados, pois existe um grande problema na forma como as pessoas ingressam sua carreira cristã hoje na nossa nação, muitos não estão tomando a decisão com a conscientização necessária de que antes de seguirmos a Jesus precisamos fazer as contas do preço que precisaremos pagar para continuar a obra até o fim, e que ao nos tornarmos parte da igreja, estaremos automaticamente entrando em uma guerra e que pra isso precisaremos sentar e pensar se estamos dispostos a lutar contra o reino do mal que será nosso adversário. Jesus fala sobre isso com muita clareza em Lc 14.25-34.
  Alguns acabam não aceitando nossa expressão ao dizermos que temos um preço a pagar, pois afirmam que Jesus pagou todo o preço, concordo que Jesus pagou o preço que nós não tínhamos condições de pagar, o preço da nossa salvação, porém é evidente o preço que cada cristão tem pagado ao longo da história para desenvolver a salvação que os foi dada pela graça de Jesus, muitos pagaram e pagam com a própria vida até hoje e das formas mais dolorosas que possamos imaginar.
  A deficiência que quero apontar aqui é a falta de fundamentação dos cristãos que ingressam a fé, irmãos que ao longo da jornada não terão combustível suficiente para permanecer no propósito, precisamos entender que isso geralmente não acontece no meio da caminhada, mas no início, ao começarem sem uma fundamentação sólida no conhecimento do Evangelho. O que quero dizer é que, por mais que comecemos nossa caminhada com fogo, com gás, mas sem buscar reservas para resistir a “demora”, independente do quanto tempo seja ela, certamente pereceremos no meio do caminho.
  Eu particularmente não sei quanto de combustível eu precisaria para ir de carro do Rio de Janeiro até São Paulo, mas tenho certeza que algumas pessoas que fazem essas viagens já tenham essa noção, então vamos exemplificar:
  Exemplo (as informações não são precisas, são apenas ilustrativas):
  “Um amigo me disse que com 1 tanque de combustível eu chego de carro em São Paulo, mas que é bom levar dinheiro para colocar mais um pouco, pois pode ser que precise abastecer novamente no caminho, mas eu vou por apenas um tanque e acreditar que conseguirei chegar lá e também não me preocuparei em levar dinheiro reserva para colocar combustível. Perceba que é uma decisão minha”.
  Você iria comigo para São Paulo nessas condições? Ou você consideraria isso uma loucura?.
  Muitos sem perceber estão cometendo loucuras ao começarem sua caminhada cristã sem reservas para suportarem e esperarem quanto tempo for necessário, mas permanecerem acesos com a mesma fé e esperança. Na parábola das virgens o conselho para que façamos parte do grupo dos sábios é que desde o início tenhamos o cuidado em ter reservas.
  Vale reparar que o problema das loucas não era o fato de elas estarem apagadas, pois ainda estavam acesas, mas apagando. Esse é um problema que precisa nos deixar atentos em nossa vida espiritual, pois ainda que estejamos acesos, ou seja, ativos de alguma forma na obra do Senhor, a chama em nosso coração pode estar apagando. Precisamos manter essa chama em constante ardor assim como era mantido o candelabro no Tabernáculo. Meu pastor Natanael sempre fala uma coisa muito interessante nesse sentido, ele fala que o ventilador, mesmo após ser desligado permanece girando por algum tempo, mas o fato de estar girando não significa estar ligado, na verdade ele está parando.
 Todas tosquenejaram e dormiram, Jesus disse que foi um processo, pois poderia dizer simplesmente que dormiram, mas tosquenejar é o mesmo que dizer que houve uma luta contra o sono que pesava nos olhos, como bocejos e cochilos. Eu costumo dizer que existe algo tão pesado que os homens mais fortes da terra não podem suportar, o peso dos olhos daqueles que estão com sono, não importa quão musculoso sejamos, quando o sono chega, não suportamos.
  Há uma outra passagem bíblica onde vemos essa grande luta, o momento em que Jesus está orando em forte angústia por sentir a aproximação do momento em que seria entregue nas mãos dos homens que o iriam crucificar, Jesus chamou os três discípulos mais íntimos e mesmo sendo eles os mais íntimos não conseguiram vencer o sono, creio que eles viveram essa luta, primeiro tosquenejaram e depois dormiram, é quando a carne vence o nosso desejo de espírito de ficar ligado, mas assim como as virgens os discípulos ouviram o clamor, no Getsemani “Levantai-vos, partamos; eis que é chegado o que me trai (Mt 26.46)”, na parábola das virgens “Aí vem o esposo saí-lhe ao encontro (Mt 25.6).
  Esta parábola também nos ensina algo muito importante, que a salvação é individual, pois por mais que essas virgens estiveram juntas em todo o tempo de espera, por fim ninguém podia compartilhar do seu próprio azeite. É muito triste saber que essa é uma realidade na igreja e que tem muito a ver também com a forma que ingressamos na caminhada, sempre existirão pessoas que se colocam em uma situação de dependência de outras, mas que no final essa forma de espiritualidade pode ser trágica.
  Não podemos deixar de considerar a importância do discipulado, onde estamos cuidando de “recém-nascidos na fé”, que são pessoas que vão precisar de acolhimento e acompanhamento, mas como no processo normal de desenvolvimento da vida, cada um em dado momento vai caminhar com suas próprias pernas e este é o chamado de Deus para nós, hoje somos cuidados para amanhã cuidar de vidas, existem pessoas que já deveriam estar cuidando de outras, mas se mantém em total dependência espiritual de outras.
  Eu entendo que todas essas parábolas que estudaremos ao longo dessa série fala diretamente para crentes e não para ímpios, pois o mesmo Jesus disse que “Todo aquele que crer e for batizado será salvo, mas quem não crer já está condenado (Mt 16.16) e no caso dessas parábolas é perceptível que todos tem consciência da volta de Jesus e o esperam, mas que, alguns se esforçam para entrar pelas portas, outros vivem como se essa porta não fosse real, como se Jesus não fosse voltar. Não se dê por satisfeito pelo fato de estar fazendo parte de uma comunidade cristã, ter conhecimento da volta de Jesus, fazer parte do ministério, essa parábola também nos deixa claro o sofrimento e a decepção daqueles que não poderão entrar, uma sensação reservada para todos aqueles que vivem em nossos dias inconsequentemente sua vida cristã. 
  “Portanto, vigiem, porque vocês não sabem o dia e nem a hora (Mt 25.13).”

  Acompanhe também as outras mensagens da série:
https://irmaojcarlos.blogspot.com/2020/09/serie-parabolas-de-prontidao.html


https://irmaojcarlos.blogspot.com/2020/09/serie-parabolas-de-prontidao-talentos.html



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