Mateus 22:8 "Então disse a seus servos: ‘O banquete de casamento está pronto, mas os meus convidados não eram dignos.
9 Vão às esquinas e convidem para o banquete todos os que vocês encontrarem’.
10 Então os servos saíram para as ruas e reuniram todas as pessoas que puderam encontrar, gente boa e gente má, e a sala do banquete de casamento ficou cheia de convidados.
11 "Mas quando o rei entrou para ver os convidados, notou ali um homem que não estava usando veste nupcial.
12 E lhe perguntou: ‘Amigo, como você entrou aqui sem veste nupcial? ’ O homem emudeceu.
13 "Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrem-lhe as mãos e os pés, e lancem-no para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes’.
14 "Pois muitos são chamados, mas poucos são escolhidos".
Essa é uma parábola que expressa a graça que alcançou a todos nós gentios, pois os primeiros convidados (judeus) não eram dignos de entrar, pois rejeitaram o convite (Jo 1.11,12). O convite então foi estendido a "todo tipo de gente", pois bons e maus entraram na festa. Neste texto nós veremos o equilíbrio desta chamada de Jesus em nossas vidas, a manifestação de graça e de verdade como nos diz em Jo 1.14:
João 1:14 Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade.
A entrada foi liberada e a festa acontecia perfeitamente, apesar de ser o casamento do príncipe, o grande momento é a entrada do Rei e não da noiva como somos acostumados na nossa cultura, ao chegar fez uma vistoria nos convidados e notou que um deles não estava vestindo o traje adequado.
O Rei então o chama de amigo e pergunta como ele havia conseguido entrar, fica claro que na parábola ele esperava uma explicação simples e aceitável para o fato de não estar usando a veste nupcial, como alguns teólogos afirmam, essas vestes eram concedidas pelo próprio Rei aos convidados como de costume na época, o Rei o chama de amigo, pois Ele mesmo o convidou para estar ali, ninguém entrou sem ser chamado.
Ao perguntar para ele o motivo, ele ficou mudo. Aqui encontro um texto onde não havia justificativas capazes de tornar compreensível a atitude deste convidado, esse texto expressa que a roupa escolhida era de fato a que o convidado queria vestir, mesmo que sua roupa não combinasse com a ocasião, ou quem sabe, uma roupa para a ocasião, mas não necessariamente a que o Rei forneceu, isso fala do moralismo religioso daquela época, da justiça humana, que diante de Deus também é falha.
Esse texto fala expressamente sobre roupa, ou "o tipo de roupa adequada" para estarmos diante de Deus, apesar de eu entender que é bem mais profundo o significado dessa parábola, esse texto me traz temor ao coração, pois revela a tolerância dos servos do rei com relação aos que estão dentro da festa e do momento em que o próprio rei faz inspeção, e claro, aponta aquele que não está vestido adequadamente.
Falar sobre a maneira correta de nos vestirmos é muito mais do que falar de cultura, costumes denominacionais e etc; fala da nossa consciência, em nos adequarmos ao ambiente que agora estamos, talvez era muito normal para o convidado em questão as vestes que ele usava, talvez era a forma como ele se sentia confortável, mas fica claro até em nossos dias que, a ocasião é quem fala como cada um deve estar.
Lembro-me de um dia estar em uma igreja e naquele culto o Senhor meu deu uma visão, "eu via um homem vestido com roupas de patente alta das força armadas, ele olhava a todos, como se estivesse verificando se todos estavam fardados adequadamente". Eu falei para a igreja a visão no momento da pregacão e após o término do culto alguns irmãos me procuraram e disseram que não era a primeira vez que essa visão tinha sido dada naquela igreja, o próprio pastor anos antes tivera a mesma visão desse oficial de patente alta examinando os irmãos, com certeza isso não se resume aquela determinada igreja, mas a toda a igreja de Cristo na terra, pois como diz em Apocalipse, Ele é aquele que anda no meio dos sete castiçais (Ap 2.1).
Se Ele te examinar hoje, como estão suas vestes?
O convite era uma honra, estar na festa era sinal de graça, o mínimo que se poderia fazer, era agradar aquele que o chamou, aceitando as regras que Ele determinou.
Como eu disse, penso que o texto fala mais do que exclusivamente sobre roupas, mas também inclui roupas, é se adequar ao ambiente do Rei, ou do Reino, vestir-se com vestes que sejam condizentes a Ele. No Reino de Deus existe um padrão, moda, maneira de falar, comportamento, é de fato um engano e uma ilusão pensar que, "se Jesus me quiser, vai ter de me aceitar do jeito que eu sou e o que eu gosto", como se fosse um favor meu estar na festa, ou pensar que, "Ele me ama tanto que não vai me deixar de fora por conta de um detalhe", devemos aceitar a ideia de que, aquilo que é detalhe para nós, pode ser observado como fator significativo por Ele, porque não se trata simplesmente da "roupa", mas do coração que ainda é governado pelo nosso ego.
Após recebermos esse convite e aceitarmos entrar, significa que decidimos também crucificar o nosso "eu" e vestir as vestes que vieram junto do convite, estar dentro não significa estar salvo, veja que entraram pessoas de todos os tipos, pois Deus não faz acepção de pessoas, mas o dia do Senhor virá com muitas surpresas, falar de vestes que agradam ao Senhor vai além de estética, de moda, nossa roupa tem a ver com a nossa identidade, ela expressa quem somos por dentro e também quem fomos um dia e quem nos tornamos hoje. Deus fala a igreja de Laodicéia, que por sinal, se vestia muito bem, que deveriam comprar do Senhor vestes brancas, ou vestes de santidade, pois as vestes que usavam estava revelando a vergonha da tua nudez (Ap 3.18). O maior problema não é o que causa polêmica hoje na igreja quando falamos sobre este assunto, pois sempre há o questionamento se o problema está na roupa de quem usa ou nos olhos maldosos e julgadores de quem vê, o problema das roupas curtas, apertadas ou decotadas não é simplesmente o olhar maldoso de alguém, mas como nesta palavra em Apocalipse, o olhar Santo de Jesus, pois o problema não é a nudez em si, pois todas as vezes que vamos vestir uma roupa, ficamos nus, mas é o processo de quem está se vestindo, para Jesus o pecado está no caso de, nos vestindo continuarmos nus diante de seus olhos.
Por exemplo, eu ainda faço parte de uma igreja tradicional no Brasil, porém, é perceptível que, estamos com muito cuidado, equilibrando algumas coisas, porém para ambos os extremos ainda encontramos inclinações e isso acaba trazendo problemas, porém como pastor e líder de jovens neste tempo, deixo um conselho, o mesmo conselho que dou para os jovens de minha igreja: Se você faz parte de uma denominação e seu pastor te deu um direcionamento sobre a maneira de vestir, sobre comportamento, modo de falar, siga-o, pois ele é uma autoridade espiritual na sua vida, você decidiu fazer parte desse ministério, se você deseja fazer diferente, converse com ele, pode ser que haja um acordo, porém, se isso não acontecer, ou você deve sair deste ministério e procurar outra igreja ou deverá se submeter mesmo não concordando.
Mas leve em consideração uma coisa, em um exército existem os oficiais, as autoridades que direcionam os soldados, existe uma organização que nós podemos chamar de cadeia de comando, não há diferença alguma de peso em uma ordem de um superior, seja para buscar um objeto no refeitório ou em um ataque num confronto. Não é o detalhe de usar uma roupa, falar ou fazer certas coisas, ouvir determinadas músicas, dentre outras coisas que poderíamos listar, trata-se da dificuldade que temos de renunciar a nossa vontade e o nosso ego e termos prazer na obediência.
Obedecer nunca foi fácil e simples, isso está claro até em uma criança de um ano de idade, consideramos essas e outras questões, ser somente detalhes que não deveriam ser tão importantes, mas por esses detalhes, sem perceber, tomamos atitudes radicais, como por exemplo vemos algumas pessoas deixando o Caminho, pois são detalhes que revelam coisas grandes guardadas no coração.
Talvez os servos não impediram aquele convidado de entrar, talvez isso fale do livre arbítrio de cada indivíduo, mas aqui está um detalhe que merece nossa atenção, aquilo que a igreja aceita por educação não significa que Deus também aceitará naquele grande dia, corremos o risco de ser omissos ou permissivos quanto aquilo que Deus nunca aceitou, não estar adequado ao ambiente do Rei era uma afronta ao próprio Rei, então é mais do que agradar ao pastor, ao líder, a denominação, é agradar aquele que nos chamou a fim de ser também escolhido naquele grande dia, pois Ele nos chama "vestidos" como estamos, mas não nos quer da mesma maneira, Ele mesmo tem vestes para nós.
O silêncio do convidado diante do Rei expressa algo que me traz muito temor, pois diante deste Rei não há desculpas ou justificativas. É tempo de perguntar para Deus sobre o que vestimos antes de sair de casa (não apenas no dia do culto) , o que vamos publicar em nossas redes sociais, nossos pensamentos, nossas fotos, nosso comportamento nos ambientes, principalmente fora da igreja, a forma que trato minha mãe, cônjuge, filhos, patrões, autoridades.
O ambiente da igreja não é o único que deve nos deixar constrangidos a nos vestirmos adequadamente, o Reino de Deus já chegou para nós e nossa oração é que ele venha em sua plenitude. Estar na festa não significa estar no templo (igreja), estar na festa é estar no evangelho, estar no Reino, essa consciência precisa nos deixar constrangidos em todos os ambientes, pois o meu jeito mundano é incoerente com o ambiente do Rei, meu linguajar, meus modos, tudo que há em mim precisa fazer referência e refletir da melhor forma o Rei Jesus.
Talvez você leia este texto e concorde que ainda existe algumas coisas que precisa melhorar, Deus sabe e respeita isso, cada um tem seu tempo e processo, por isso o Rei foi educado ao perguntar aquele convidado como havia conseguido entrar e o chamou de amigo, outra coisa é realmente não melhorarmos ou mudarmos por decisão nossa, daí veremos esse triste final da história onde o Rei pôs para fora e condenou aquele convidado.
"Muitos são chamados, mas pouco escolhidos".
Muitos não conseguem entender essa palavra, mas quando entendemos toda a parábola, entendemos também o que Jesus disse, pois os judeus foram chamados, mas não aceitaram, não foram achados dignos, então não foram escolhidos, da mesma forma este convidado em questão, vemos amor e graça no convite e na forma em que o Rei se dirigiu a ele, mas apesar de ser chamado, não foi escolhido a permanecer, penso em situações semelhantes, de pessoas que entraram na festa, "ouviram a música, comeram dos salgadinhos que foram servidos", estiveram lado a lado com os demais convidados, mas receber um tratamento diferente na chegada do Rei. Muitos se surpreenderão com todo o tempo que viveram na igreja, mas nunca se vestiram como igreja. Talvez esse texto nos remeta ao tema relativismo, pois pode parecer que algumas questões "dependem do ponto de vista de cada um", talvez alguns digam que aquilo que um veste não deve ser regra para o outro, aquilo que é pecado para um não é para outro, esta parábola fala de um dia que os debates intermináveis sobre o que é certo ou errado acabará, pois as explicações e justificativas que nos servem hoje, não servirão diante do grande Rei.
Entregue o trono do seu coração ao Rei Jesus de forma que tudo o que faça seja a vontade dele e para agradá-lo.
Medite em tudo isso e que Deus te abençoe!
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