Nestes dias Deus falou muito ao meu coração quando estive meditando nas parábolas
que se encontram em Mt 24 e 25, por isso eu até escrevi no meu blog uma
série de mensagens sobre estas parábolas, da qual as nomeei como “Parábolas
de Prontidão”, prontidão para a volta de Jesus.
Não incluí a parte que Jesus fala
da figueira, que também tem um significado importante neste contexto
escatológico, mas falando das quatro posteriores me dirigi com uma aplicação direta
a nós como igreja no que tange a nossa responsabilidade como ministros da casa
de Deus (parábola dos servos),
nossa vida espiritual (parábola das
virgens), nosso serviço ao reino (parábola
dos talentos) e consequentemente, em como isso resultará em atitudes que
acrescentarão bondade a esse mundo mau (parábola dos bodes e ovelhas).
Hoje vamos falar sobre a parábola dos talentos considerando o contexto
das demais parábolas que estão conjuntas para o mesmo entendimento de que
devemos estar buscando em todo momento estarmos em prontidão para a volta de
Jesus.
Sobrecarga ou ociosidade.
Nesta parábola dos talentos vemos a confiança que este senhor tem em
seus servos em deixar tão alta quantia sob suas responsabilidades, vemos que
este senhor é sábio, pois mostrando conhecer perfeitamente não delibera de
forma desordenada os talentos, pelo contrário, têm o cuidado de não dar mais do
que os servos podem dar conta para não sobrecarrega-los e nem deixa uma quantia
inferior a capacidade deles para que não sejam ociosos.
Um talento valia naquela época um pouco mais de 16 nos de trabalho de um
servo comum, ou seja, o valor que foi confiado a todos era alto e precioso ao
senhor.
Os que receberam 5 e 2 saíram imediatamente para trabalhar com o que
haviam recebido, porém o que recebera 1 saiu e enterrou. O final dessa parábola
nós já sabemos, os dois primeiros foram bem sucedidos, pois dobraram o valor do
que lhes havia sido confiado e por isso foram levados para um lugar glorioso e
classificados como bons e fiéis, ao ponto que o que recebera 1 talento e
que escondera com cuidado, preciso ressaltar isso, pois a forma como este servo
guardou o talento é reconhecida como uma das formas mais seguras no passado de
se guardar riquezas, ou seja, ele realmente não estava disposto a perder nada e
não perdeu, e é nisso que consiste essa mensagem, pois se ele não perdeu nada,
por que teria então recebido tão duro juízo?
O tema desta mensagem é a resposta para essa pergunta, pois fazer nada é
fazer alguma coisa e nesta parábola “Fazer nada é fazer maldade”, pois
foi assim que o senhor daquele servo o classificou, servo mau e negligente
e acrescentou a inutilidade como outra característica presente na vida
daquele servo.
A bíblia nos dá muitos outros textos para que este assunto seja um tema
que nos leve a um estado de vigilância mais alto.
Exemplos:
A figueira sem frutos e o
comércio no templo (Mt 21-12-22)
A Parábola do Bom Samaritano
(Lc 10. 25-37)
Parábola dos Bodes e das ovelhas (Mt 25.31-46)
A parábola da figueira na
vinha (Lc 13.9)
A canção da vinha (Is 5)
Quando Jesus chega diante de uma figueira e vendo que havia folhas,
procurou frutos, mas não encontrando, amaldiçoou a figueira, talvez essa
atitude seja questionável, pois vamos nós também amaldiçoar toda árvore que não
encontrarmos frutos? De maneira nenhuma, a figueira é uma árvore curiosa, visto
que seus frutos nascem antes das folhas, ou seja, Jesus vendo folhas esperou
que encontraria frutos.
Aquela figueira representava o estado do templo e da religião judaica
quando Jesus esteve nesta terra, especificamente naquele momento em que entrou
no templo em uma época de festa solene, onde pessoas de lugares distantes
vinham para ter um encontro com Deus e viver uma experiência sobrenatural, o
templo continuava vistoso com cara de “Casa de Deus”, mas ao chegar ali, as
pessoas saíam mais vazias do que estavam quando entraram. O figo, que é o fruto
da figueira era uma fruta que não somente servia como alimento, mas muito
utilizada para fins medicinais, ou seja, alimentar e curar, isso não era algo
que se encontrava no templo, então esse estado de inutilidade da religião foi
claramente condenado por Jesus.
Outro texto que expressa omissão é o da parábola do Bom Samaritano, nela
vemos dois religiosos com funções importantíssimas, mas que, na hora de colocar
em prática o que ensinavam, foram omissos em não ajudar o homem que estava
caído necessitando de ajuda, vemos que na parábola das ovelhas isso está bem
expresso pelo Senhor, não sendo os bodes aqueles que cometem pecados aos nossos
olhos terríveis, mas aqueles que simplesmente não ajudam o necessitado.
Outra parábola que Jesus disse que expõe o pecado da omissão é a da
figueira na vinha (Lc 13.1-9), esta parábola é muito parecida com a palavra de
Isaías 5 quando falava da vinha que o Senhor havia plantado, pois o Senhor havia
dado todo o cuidado para que tanto a figueira, quando a vinha desse frutos de
valor, mas ambas “decepcionaram” não produzindo o esperado.
Tiago diz em sua carta que aqueles que sabem fazer o bem e não o
fazem, cometem pecado (Tg 4.17), e precisamos entender a ordem da prática
do bem em nossas vidas, pois muitos acabam invertendo a ordem das boas obras no
que diz respeito a nossa salvação, se a prática das boas obras estiverem em uma
ordem errada na nossa mentalidade cristã seremos então meros religiosos.
Ef 2.10: “Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para
fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que as
praticássemos”
O que este versículo nos ensina é que, nós não fazemos boas obras para
sermos salvos, isso é a prática das religiões que se baseiam em méritos, eu
faço para receber, mas o cristianismo é diferente, somos criação de Deus
através da obra redentora de Jesus para fazermos boas obras, ou seja, porque
fomos salvos, somos também levados por esta salvação à prática das boas obras.
Jesus disse que sem Ele nada podemos fazer, mas que, todo aquele que
está n’Ele dá muito fruto, ou seja, o normal é que venhamos a dar frutos,
muitos frutos e não dar fruto é uma grande indicação de que possivelmente não
estejamos n’Ele, isso é muito duro de se dizer e mais ainda de reconhecer
quando estamos enquadrados. Jesus disse que ao mesmo tempo que a iniquidade
aumenta o amor de muitos esfria, ou seja, os dias são maus e cada vez pior, nós
como igreja somos o corpo de Cristo, o meio pelo qual Deus vai manifestar sua
bondade aos homens, e nesta balança entre maldade no mundo e bondade por parte
da igreja em qual lado estamos pesando?
Isso serve para várias áreas da nossa vida, por exemplo, o casamento.
Existem aqueles que se gabam em dizer de si mesmos que são perfeitos, pois não
estão pelo mundo traindo, estão fazendo perfeitamente todas as suas obrigações
de casados, mas convenhamos que não é isso que levará o casamento a
estabilidade, pois muitos apesar de não trair também não praticam o amor dentro
de casa, note que na parábola dos talentos o homem guardou com cuidado para não
perder nenhuma parte do talento, mas foi considerado mau não por ter perdido
algo, mas porque não fez mais, Jesus disse que veio para nos dar vida, não
seria suficiente Ele dizer isso? Sim, se o que Ele tivesse para realizar na
nossa vida fosse só o ordinário, mas Ele acrescentou, “Eu vim para que
tenham vida, e a tenham em abundância, ou seja, uma vida extraordinária (Jo
10.10”
Então não fazer nada é ser mau, é ser negligente, é também assumir um
perfil de inutilidade quando Deus nos confiou coisas grandes nos revelando que
somos capazes sim de fazer o extraordinário, não porque somos bons, mas porque
estamos ligados e conectados na fonte de toda a bondade que é Ele.
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