Esses dias me perguntaram se nós na eternidade nos
lembraremos da vida que tivemos na terra e principalmente das pessoas que conviveram conosco, como sempre não achei tão fácil
responder essa pergunta, precisei usar fundamentos básicos e importantes do
cristianismo e uma das coisas que mais me chamou a atenção nessa minha busca foi
a Gratidão e eu gostaria de falar sobre isso com você. O que você acha? Vamos lembrar ou não?
Jesus ao
ressuscitar apareceu aos seus discípulos e só pôde ser reconhecido a partir das
marcas que haviam no seu corpo, mesmo sendo este corpo glorificado.
João 20: 19 Ao cair da tarde daquele primeiro dia da
semana, estando os discípulos reunidos a portas trancadas, por medo dos judeus,
Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: "Paz seja com vocês!
"
20 Tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os
discípulos alegraram-se quando viram o Senhor.
Jesus ao
ressuscitar em seu corpo trazia as marcas dos pregos e da lança que o feriu
para que fosse reconhecido pelos seus discípulos, mas será que apenas isso? Não
seria certo pensarmos que o corpo glorificado de Jesus terá por toda a
eternidade aquelas marcas? E que elas seriam um motivo claro para aceitarmos a
idéia de que nunca esqueceremos o que vivemos, pois aquelas marcas nunca nos
deixarão esquecer o motivo e que nos possibilitou estar na eternidade com o
Pai.
Assim
consegui responder a pergunta, porém algo ainda precisava ser entendido e
explicado, pois não é concebível a idéia dessa eternidade ser manchada pelas
tristezas de algumas lembranças, uma em especial e que achei importante de
ressaltar vou usar como exemplo.
Como
aceitaríamos a idéia de estar em um lugar onde a morte, fome, injustiça e
tristeza não haverá mais, mas que nos lembraremos de pessoas que amávamos,
amigos, familiares e que não estarão ali? Como não sentir tristeza pelas pessoas
que amamos ao saber que estão em eterna condenação?
Não é fácil
responder essas perguntas, temos a tendência como humanos de sermos pessimistas
ou otimistas com relação ao que pensamos, porém quando se trata da justiça de
Deus, Ele não é otimista ou pessimista, o julgamento de Deus é justo e por isso
somos levados a não ficarmos presos ao otimismo e nem ao pessimismo quando a
eternidade, mas a sermos realistas que todos estamos caminhando em uma dessas
direções, para junto de deus ou para a condenação. Hoje ainda somos tomados por
emoções que nos impedem de entender em sua totalidade a justiça de Deus, que é
implacável sobre a impiedade e injustiça (Rm 1.18), mas na eternidade essa
justiça será plena e entendida por nós, assim como Deus desejou que todos
fossem salvos e viessem ao conhecimento da verdade (1 Tm 2.4) e mesmo assim
abriu os livros das obras e lançou todos os que não tinham seus nomes escritos
no Livro da Vida no lago de fogo e enxofre (Ap 20.11-15). Percebam que os livros das obras
não especifica que essas obras são ruins, talvez entre tantas obras existam
obras boas, obras maravilhosas, mas entenda que não são obras que determina
quem é salvo ou não, mas ter o nome escrito no Livro da Vida é o que determina
isso.
Aquele que
estará na eternidade com Deus entenderá que não foram suas obras que o
salvaram, daí pensaremos nas Solas da Reforma Protestante, “Só a Graça”, “Só as
Escrituras”, “Só a fé”, “Só Cristo” e “Só a Ele dai Glória”. Entenderemos que
não foram nossas obras, que não há mérito em nós, e que a mesma Graça que nos
foi oferecida e nos possibilitou estar na presença de Deus na eternidade foi
também oferecida aos nossos amigos e familiares, a justiça de não aceitarem e
se condenarem a si próprios não a aceitando será entendida por nós com uma
clareza que ainda não podemos experimentar no tempo presente.
Mas ao falar
de eterna gratidão, penso que não haverá tristeza pelas lembranças na
eternidade, mas sim, gratidão. Pois as marcas da dor do Filho de Deus nos farão
entender seu grande amor e entrega para abrir nosso caminho para esse gozo
eterno.
Vivemos em
um mundo repleto de ingratidão, de diversas formas e níveis diferentes, vou
citar um fato histórico que nos mostra com precisão isso, durante a Guerra do
Golfo, milhares de pessoas oravam, pedindo para que Deus tivesse misericórdia
delas, todos os dias agradeciam ao mesmo tempo que pediam misericórdia,
agradeciam por milagrosamente nenhum míssil cair sobre suas cabeças, pois
caindo em outros lugares matavam centenas de pessoas. Pouco tempo depois os
mesmos comentavam sobre Sadan Hussein ser um completo idiota e incapaz de
acertar seus alvos. Esse fato histórico é contado por judeus sobre os judeus,
mostra que após passarem o aperto não consideravam com tanta força que Deus os
estava guardando.
Assim somos
nós também, com Deus e com as pessoas que nos ajudam nos momentos difíceis, mas
gostaria de chamar a sua atenção para essa característica que será uma marca
dos salvos na eternidade, a gratidão, ninguém vai chegar lá e dizer, “ainda bem
que eu parei de beber!”, “ainda bem que parei de envenenar as pessoas com meu
coração amargurado”, “ainda bem que eu mudei”, não haverá “eu” na eternidade,
mas gratidão por Ele, gratidão eterna, pois eternamente olharemos para suas
marcas e lembraremos do seu sacrifício, entrega e amor.
Dizem que
gratidão é a memória da alma, eu creio em uma eternidade marcada por coisas
maravilhosas, uma delas é a gratidão dos salvos.
Pense Nisso!
Deus te Abençoe!
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