sexta-feira, 24 de maio de 2019

Fruto do Espírito: Alegria.



 Gálatas 5: 22. Mas o fruto do Espírito é amor, ALEGRIA, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, 23. mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.
 Sempre podemos começar de forma semelhante ao explicar sobre cada uma dessas características do fruto do Espírito, gostaria de iniciar este texto lhe fazendo algumas perguntas.
 Você já sentiu alguma alegria hoje?
 Existem coisas que normalmente te alegram?
 Situações que são momentos de alegria para você?
 Poderíamos pensar agora em coisas que não nos alegram, pelo contrário, elas nos entristecem, nos deixam chateados, podem às vezes provocar sentimentos que nada tenham a ver com a alegria.
 Mais uma vez gostaria de mostrar que a alegria descrita aqui no Fruto do Espírito, não é uma alegria comum, pois esse tipo de alegria comum todos os homens podem ter, porém, esta alegria somente aqueles que têm o Espírito fazendo morada em sua vida podem ter.
 No último texto falamos sobre ter o Espírito, que isso significa que Deus derramou do seu amor em nossos corações quando nos deu o seu Espírito (Rm 5), e que ter o Espírito Santo é a prova de que somos filhos de Deus.

 Romanos 8: 15. Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temer, mas receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos: "Aba, Pai".

 Só existe uma maneira de essa alegria estar presente em nossas vidas, se passarmos pela experiência do novo nascimento, e isso acontece quando abrimos a porta do nosso coração para Jesus governar a nossa vida. Entendendo este princípio, se a alegria do Fruto do Espírito não é uma alegria comum, de que alegria então estamos falando?
 Precisamos a partir de então darmos uma observada também nas obras da carne, pois todas as características do Fruto do Espírito sempre irão conflitar ou superar as obras da carne.
 Gálatas 5: 19. Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem;
 20. idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções
 21. e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus.

 Uma pessoa por exemplo que tem sua alegria na imoralidade sexual, impurezas e na libertinagem, esta pessoa busca sua satisfação pessoal nestas coisas, logo sua alegria está relacionada a esses tipos de pecados sexuais, por exemplo, vemos pessoas que saem nos fins de semana para buscarem a satisfação desse apetite e de outros vinculados a ele, se por acaso não puderem sair no fim de semana por algum motivo, se sentirão incompletas e não sentirão alegria, sentirão frustração, como se o fim de semana fosse incompleto.
 Temos na lista das obras da carne também a inveja, este aqui é um dos motivos que levam pessoas a se entristecerem e se alegrarem por motivos errados, lembre que o Fruto do Espírito vai produzir em nós uma alegria que humanamente não poderíamos sentir, já o invejoso sente alegria quando a pessoa que ele inveja não é bem sucedida no que faz, o invejoso se alegra com o casamento desfeito de alguém, com uma batida de carro, dentre muitas outras coisas, por outro lado, o invejoso se entristece quando aquele que ele inveja consegue ser bem sucedido.
 O Fruto do Espírito “Alegria” vai fluir em nós a fim de produzir a alegria no sucesso do próximo, mesmo aqueles que nos prejudicaram de alguma forma. Por exemplo, um namorado que traiu uma moça e agora vive em um outro relacionamento, a menina traída ao olhar algumas fotos no Facebook, o que ela vai pensar e sentir naquele momento? Como não reagir negativamente? Como não sentir tristeza por conta da decepção ou não desejar que este relacionamento que iniciou a partir de uma traição não termine da mesma forma? A resposta é clara, somente através do Fruto do Espírito, como falamos no texto anterior, o Amor que passamos a viver, amor no Espírito, este amor vai aperfeiçoar nosso amor por Deus, e isso fala de um amor que vai nos preencher a ponto de não sentirmos vazios em nossa alma que possam dar lugares para sentimentos tão terríveis e claro, vamos conseguir amar ao próximo, mesmo aqueles que não são amáveis e perdoar o imperdoável, este amor também vai nos fazer amar a nós mesmos, a ponto de nos fazer entender que temos valor, mesmo que um dia alguém tenha nos tratado da pior forma.
 Quando temos o Fruto do Espírito “Alegria” na nossa vida, não somos mais atingidos por essas coisas que vemos, não damos mais lugar à inveja, a inveja está sempre de mãos dadas ao egoísmo e a soberba, não ter essa alegria do Espírito que deve ser constante em nossa vida é perigoso, podemos abrir uma brecha que pode se tornar uma cratera devastadora em nossa alma, pessoas que não percebem que seu ânimo muda após ver alguém desenvolver com sucesso alguma área, se entristecem por ver alguém assumindo uma posição ou fazendo algo que ela pensa no seu interior que faria melhor, ou que ela deveria estar naquele lugar, esses sentimentos, essas características não são características que nos assemelham ao Filho de Deus, lembrando que o Fruto do Espírito é o caráter de Cristo, produzindo este fruto na nossa vida seremos parecidos com Cristo, já as obras da carne são características do diabo, a inveja, o egoísmo e a soberba, são estes os sentimentos que levaram satanás à queda, não somente isso, estes sentimentos o levaram a convencer uma terça parte dos anjos a se voltarem contra Deus.
 Uma pessoa que não consegue se alegrar com a vitória do próximo, está correndo um grande perigo, pois não somente ela pode desenvolver esses sentimentos, mas após ser dominada por eles, ainda pode contaminar muitos outros.
 Tenho observado algo nas igrejas principalmente, o motivo que nos faz sentir alegria ao fazer parte dela, o que você poderia dizer que te alegra em fazer parte da igreja?
 O salmista disse assim:

Salmos 122: 1. Alegrei-me com os que me disseram: "Vamos à casa do Senhor! "

 Ao ler este texto vejo a expressão de alguém que tem o Fruto do Espírito “Alegria”, vejo que esta pessoa que se alegra apenas quando recebe um convite para ir à casa do Senhor, como disse anteriormente, muitas coisas tem se tornado a motivação que leva uma pessoa à casa de Deus, nem sempre a motivação é correta e nem sempre a pessoa vai com essa mesma expressão de alegria, aqui vamos colocar luz sobre um problema de caráter que o Espírito ao entrar em nosso coração deseja resolvê-lo, pode não parecer algo tão relevante no início, porém, lá na frente podemos ver o quanto o pequeno desvio no início nos leva para tão distante no futuro.
 A alegria de alguém que vai ao culto para participar ativamente de uma reunião nem sempre é a mesma quando essa mesma pessoa não vai participar, quando a expectativa de um culto está tão somente no que ela vai apresentar, aqui nós estamos falando de todos os ministérios e  departamentos que se apresentam na igreja, tanto o louvor que inclui músicos e cantores, como pregadores, grupos de dança, dentre outras apresentações, a animação de alguém que tem seu nome ou foto em um cartaz nem sempre é a mesma quando ele será apenas uma pessoa que vai participar do culto em adoração a Deus, só que em seu banco. Coisas como essa são difíceis de se ensinar, pois toca em nossas feridas e expõe pecados que não gostaríamos de revelar.
 Lembro-me quando era bem jovem e eu ainda namorava, na minha igreja apenas quem era casado era levantado ao ministério, eu tinha uma vida consagrada a Deus, era dedicado à obra, mas ainda me faltava maturidade, eu me entristeço hoje ao lembrar de ter manifestado este sentimento, por não conseguir me alegrar com a bênção do próximo. Eu fazia parte da liderança dos jovens na minha igreja e um dos jovens que também fazia foi convidado pelo ministério ao diaconato, pois este era casado, e eu não havia sido por conta de ser jovem e também muito imaturo, apesar de já pregar e ser líder da mocidade. Fiquei muito triste, talvez eu poderia ficar triste sem manifestar este sentimento ruim, mas aquela situação serviu para revelar algo que existia em meu coração e o quanto eu ainda precisava de uma transformação em minha vida, eu até poderia ficar triste pelo fato de o ministério estar chamando para o diaconato um líder que não dava testemunho, pois aquele jovem era casado, mas ainda falava palavrão, dentre alguns outros desvios que o fazia não ser um referencial para a igreja, isso me entristeceu profundamente, pois eu achei que estava em melhor condição que o irmão, de fato ao passar de um tempo aquele irmão veio a cair na fé e se desviou, não porque eu tenha contribuído para isso, e também não fiquei feliz por ele ter caído, apenas aconteceu o que a bíblia diz, quem não edificar sua casa na Rocha, ou seja, quem não estiver bem fundamentado desde o início da sua caminhada, quem não passar por este processo de transformação de caráter, chegará o dia que o vento, a chuva e a tempestade virá e tudo acabará desabando, o detalhe mais importante de tudo isso é que ao sentir aquela tristeza eu mesmo estava revelando em mim uma falta que poderia me fazer cair da mesma forma em algumm pois foi este o caminho da queda de satanás.
 Todas as vezes que chamavam o diácono, eu sentia aquela tristeza, me perguntava e perguntava para Deus em meu coração o por quê de eu não ter sido chamado, hoje depois de 10 anos ou mais (não lembro), vejo o quanto eu estava despreparado para assumir tamanha responsabilidade, assim como o jovem que foi levantado na época. Estas coisas acontecem o tempo todo e as vezes não percebemos que essa tristeza que toma conta de nosso coração é uma manifestação da nossa carne, é obra da carne, junto com o egoísmo de acharmos que deveria ser “eu” e não o “outro” a assumir algo, a pregar, a cantar, isso revela que as próprias coisas que são feitas na igreja e que deveriam ser feitas como ofertas à Deus, passaram a ser as nossas coisas, as nossas apresentações, a nossa satisfação e não propriamente algo que é feito para a Glória de Deus.
 Se não nos alegramos por um amigo ter casado pelo simples fato de eu ainda estar solteiro, se eu não me alegro pela viagem do amigo, porque eu não viajo a muito tempo, se eu não me alegro com o sucesso de um irmão, certamente eu não tenho essa alegria que é fruto do Espírito, como eu disse no início deste texto, nós temos muitos motivos para nos alegrarmos, mas humanamente falando, dificilmente o homem natural se alegra com o sucesso do outro, principalmente quando este outro ocupa um lugar que acreditamos ser nosso.
Quando eu era novo convertido ouvia falar algo e não entendia muito quando falavam, talvez eu era inocente quanto a alguns assuntos, ao falarem sobre o texto:

Romanos 12: 15. Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram.

Diziam que era mais fácil chorar com os que choram, não entrava na minha cabeça que chorar era mais fácil que se alegrar, mas entender sobre todos esses sentimentos que as vezes parecem normais de todos os humanos, percebemos o quanto nossa natureza caída vem nos sabotando ao longo de nossas vidas e o quanto a ação do Espírito em nós é importante para nos trazer de volta a imagem e semelhança de Deus pelo fruto do Espírito que é o caráter de Cristo.
 Quem escolheria com prazer o pior lugar para que outros pudessem ser felizes?

 Não é difícil responder essa pergunta, não foi fácil para Jesus assumir a Cruz, mas ele fez, assumiu o nosso lugar para que hoje pudéssemos ter essa alegria que somente o Espírito pode nos proporcionar, sem o sacrifício de Jesus, sem entrarmos pela porta da Graça só poderíamos nos alegrar se nos nossos dias o nosso bolso estivesse cheio de dinheiro, porém se tivéssemos dinheiro e não tivéssemos saúde? Se tivéssemos um lindo cônjuge, mas não tivéssemos saúde? Acho que mesmo tendo tudo na vida, ainda nos faltaria a alegria. Quero com essa explicação dizer que a alegria que vem do Espírito, é uma alegria em meio a dor, em meio as faltas que essa vida pode nos trazer, disse o apóstolo Paulo:

Filipenses 4: 11. Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
 12. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.
 O apóstolo diz que aprendeu a estar contente (alegre, realizado) com o que ele tinha, às vezes tendo e às vezes não tendo, mesmo assim a alegria não iria ser tirada de seu coração.
 A alegria do Espírito não provém de coisas materiais, não depende de situações favoráveis, a alegria vem de uma visão completa do Reino, quem tem o Fruto do Espírito caminha em direção ao céu, sua alegria maior não está nas coisas da terra, e sim na certeza de que tem um Reino preparado desde a fundação do mundo e o aguarda.
 Acaba sendo muito arriscado não viver com essa alegria de forma constante em nossa vida, seria muito trágico confundirmos essa alegria. Sentir alegria de fazer parte de uma denominação evangélica, sentir alegria por estar ativo na obra, dentre tantas outras alegrias que podemos sentir fazendo parte da igreja e participantes do Reino de Deus é uma honra e um privilégio, precisamos entender que esta alegria não tem nada a ver com o prazer do pecado, pelo contrário, podemos perceber o quanto o pecado pode nos roubar a alegria do Espírito.

 Salmos 51: 8. Faze-me ouvir de novo júbilo e alegria; e os ossos que esmagaste exultarão.
 9. Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniqüidades. 10. Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito estável.
 11. Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito.
 12. Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto a obedecer.

 Essa é a oração de Davi após cometer pecado de adultério e arquitetar a morte de Urias, esposo da mulher com quem pecou. Tenho certeza que Davi sentiu muito prazer ao deitar com Bate-Seba, tenho certeza que seu coração se alegrou enquanto pecava, este é um ponto decisivo onde corremos o risco de confundir as alegrias de forma que não sintamos a alegria do Espírito se esvaindo de nossas vidas, Davi perdera a alegria da salvação ao substituí-la pela alegria ou podemos chamar, prazer da carne, esta alegria da carne só se tornou um peso na alma de Davi quando ele foi confrontado pelo profeta Natã, da mesma forma ainda acontece na igreja, uma pregação tem poder de alegrar o coração de quem busca viver uma vida no Espírito e ao mesmo tempo entristece quem vive segundo a carne, e para nós que andamos em um constante aperfeiçoamento de regeneração contra o pecado, seja qual for, sempre seremos confrontados, a fim de que seja revelada a verdade sobre o pecado.
O pecado só pode nos trazer alegria passageira, alegria que nos condena no final, é bom quando sentimos essa tristeza na explanação de uma pregação, pois teremos também a oportunidade de nos arrependermos, largarmos o pecado que nos "alegra" de forma enganosa e poderemos viver esta alegria que Davi desejava sentir novamente ao expressar seu profundo arrependimento.
 Jesus um dia amou um homem que o questionou sobre o que precisava fazer para ser salvo, com toda certeza este jovem não tinha a alegria da salvação, pois esta é também a certeza de que somos salvos, por exemplo, se você hoje me perguntar se você mesmo é salvo ou não, estará claro que não, pois a salvação é uma certeza que nos alegra, a nossa eternidade com Deus é a esperança que nos mantém alegres, pois ela nos faz olhar para a eternidade e entender que tudo o que passamos nesta terra é passageiro e que nada vale a pena quando coloca em jogo nossa eternidade.

 Marcos 10: 21. Jesus olhou para ele e o amou. "Falta-lhe uma coisa", disse ele. "Vá, venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me". 22. Diante disso ele ficou abatido e afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas.

 Uma coisa tem acontecido muito nas igrejas, digo por experiência própria, pois estou sempre ministrando a palavra de Deus em igrejas diferentes, tenho me esforçado para ser fiel a esta Palavra, entendendo que Deus tem me chamado para pregar sobre a formação de um caráter cristão bem fundamentado nas Escrituras, e quando há este confronto, vejo que de fato há esse abatimento, pessoas se entristecem exatamente porque suas feridas foram tocadas, Deus tem exigido que renunciemos o que julgamos ser a nossa “alegria”, nos oferecendo a alegria do Espírito, muitos saem da igreja após um sermão como esse da mesma forma como o jovem rico, saem tristes, pois não conseguem abrir mão da alegria que algumas coisas os proporcionam.
Queria terminar este texto falando do nosso maior motivo de alegria, motivo esse que situação alguma poderia nos trazer tristeza, o amor de Deus. Se o amor de Deus não nos é suficiente para que tenhamos alegria em nossa vida, seremos pessoas muito inconstantes , pois na vida muitas coisas boas e ruins irão sempre acontecer e ainda teremos pessoas que acabarão passando por situações bem mais complicadas e com tudo isso naturalmente podem ser pessoas infelizes.
 Gostaria de ilustrar o amor de Deus através do amor de um marido para com sua esposa, e vamos usar como figura Ana e Elcana que encontramos em 1Sm 1-20.
 Ana era uma das esposas de Elcana, homem muito valoroso diante de Deus, Elcana tinha outra esposa chamada Penina que tinha filhos e filhas, já Ana era estéril, e isso colocava Ana em uma situação muito difícil, pois no entendimento dos israelitas a esterilidade em uma mulher era considerado maldição, pois Deus abençoou o homem e a mulher no Éden e disse para que frutificassem e multiplicassem sobre a terra, ter filhos era sinal de benção, não tê-los era sinal de maldição, sem falar que na cultura daquele povo, Ana poderia ser devolvida para seus pais como um objeto que veio com defeito, de fato a situação de Ana era muito complicada. Não bastar a dificuldade que Ana tinha em não poder gerar, Ana tinha de conviver com as provocações de Penina, a bíblia a chama de competidora, não havia a possibilidade de Penina ser competidora de Ana se a própria não entrasse nessa competição, Ana colocou todo o seu coração neste sonho de ter um filho, todas as suas expectativas estavam nisso, nada mais poderia satisfazer seu coração, como a bíblia diz, o próprio Deus estava impedindo Ana de gerar, não havia nada que Ana pudesse fazer para vencer a competição que tomou conta da sua vida, com toda certeza Ana nunca sentiria alegria em seu coração, se ela estivesse dependendo apenas de ter um filho.
 Todos os anos Elcana subia até o lugar onde estava a Arca para oferecer sacrifícios a Deus, ele fazia questão de levar toda a sua família, chegando lá Elcana oferecia a Penina e aos seus filhos e filhas porções do alimento, mas para Ana, Elcana sempre separava uma porção mais excelente. A bíblia diz que a tristeza de Ana tomou conta de seu coração de forma que não tivesse nada que Elcana fizesse que pudesse alegrá-la, ela não comia, chorava e permanecia tomada por tamanha tristeza, até que Elcana lhe fez uma pergunta e com ela que vamos refletir sobre o grande amor de Deus.

 1 Samuel 1: 8. Então Elcana, seu marido, lhe disse: Ana, por que choras? E por que não comes? E por que está mal o teu coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos?

 Tenho certeza que Elcana sabia o motivo da tristeza de Ana, mas sua pergunta nos faz entender algo sobre a alegria que está descrita no fruto do Espírito, Ana é questionada sobre a forma de expressar tristeza, quando Elcana estava sempre lhe oferecendo seu amor, lembrando que Ana era estéril e que outro homem poderia ter lhe rejeitado, mas ela, ainda que nesta condição onde não podia gerar nenhum fruto era muito amada. Este amor nos expressa a Graça de Deus, a demonstração do amor do Pai entregando seu Filho para nos salvar, mesmo não sendo merecedores, mesmo que não possamos oferecer ou gerar frutos para Ele.
 Deus nos amou e nos escolheu para sermos igreja, a noiva do Cordeiro, não tínhamos beleza, não tínhamos pureza, mas Ele nos escolheu e sempre nos ofereceu a melhor parte, mesmo assim, ainda conseguimos estar na presença de Deus com tristeza, pois olhamos para o mundo, ou para a vida alheia e nós colocamos em uma competição para termos coisas que nos trarão satisfação pessoal ou carnal, Ana queria um filho, não há nada de mal nisso, mas quando a motivação é errada, até as coisas que aparentemente não tem nada a ver se tornam causadores de tristezas na alma.
 Não sou melhor que dez filhos?
 A pergunta de Elcana pode até parecer que ele estava sendo convencido, mas pensemos bem nela, pois se entendermos o que esta pergunta quer dizer, seria mais ou menos assim:
 O meu amor (que você tem) não é melhor do que dez filhos (o que você não tem)?
Quando entramos nesta competição, entramos em uma luta desleal onde nossa alma sempre estará aprisionada em tristezas, a insatisfação com o que se tem e o coração naquilo que não se tem, essa maneira de viver nos tornará pessoas ingratas, toda pessoa ingrata é infeliz, toda pessoa grata é feliz, a Bíblia nos diz :
 1 Tessalonicenses 5: 18. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
 O amor de Deus deve ser suficiente na vida de todos aqueles que se tornaram filhos de Deus, para preencher o vazio de sua alma pelas ausências das coisas que naturalmente são desejadas, esta alegria que flui do amor de Deus é poderosa para superar e desfazer as tristezas da vida, até as mais intensas e destrutíveis como a depressão.
Todas as vezes que Ana subia ao lugar da adoração havia tristeza em seu coração, não havia um coração pronto a adorar a Deus, não havia demonstração de prazer em ser amada por seu esposo, não diferente de nós quando as coisas não acontecem como queremos, se temos problemas, isso acaba interferindo em todas as áreas da nossa vida, nosso comportamento diante de Deus e das pessoas ao nosso redor, Deus nestes momentos de tristeza nos pergunta algo semelhante ao que Elcana perguntou a Ana, "Meu amor por você não é melhor do que tudo o que você não tem, mas gostaria de ter?"
Este texto nos deve fazer pensar se existe algo que tem tomado o primeiro lugar em nossa vida, pois devemos amar a Deus sobre todas as coisas, somente assim, todas as coisas nunca seriam suficientes para nos tirar a alegria deste amor.
No dia que Ana deixou de querer o filho para ela, ela saiu da competição, neste dia ela recebeu uma palavra, saiu dali, comeu, teve relações com Elcana e teve um filho, o segredo desta alegria de Ana, foi que ela deixou de querer para si, e agora aquilo que sempre quis para si, seria para Deus. Nossa alegria real está em vivermos para louvar a Deus, é cumprir o seu propósito, Ana descobriu e nos deixou um exemplo de como vivermos uma vida alegre.

Espero que com este texto sua mente tenha sido aberta e que tenha percebido o quanto o Espírito transforma nossa vida ao tomar o governo do nosso coração e produzir o seu fruto em nós.
O segredo de uma alegria do céu é sermos cheios do Espírito Santo.
#PenseNisso

3 comentários:

  1. Consegui ler o texto aleluia kkkk vou procurar absorver o máximo desse texto irmão, que jesus continue te iluminando graciosamente fica na paz 😊😊

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  2. Deus continua te ajudando a ministrar a palavra para que outras pessoas possam ser alimentadas.

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  3. Amei esse texto Deus te abençoe sempre.

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