Todo o livro de cantares vai nos mostrando um lindo romance, uma história de amor entre um homem e uma mulher, vemos nas palavras a intensidade deste amor, a admiração compartilhada e recíproca entre eles, um casal apaixonado. Sabemos que este livro trata do amor de Salomão por sua morena Sulamita (...), Porém neste capítulo vemos uma cena intrigante e emocionante, pois ela está já em sua cama pronta para dormir quando ouve seu amado chamar na porta, ele insiste em chamá-la, diz que está molhado da garoa da noite, acredito eu que com frio e ensopado espera confiantemente que sua amada vai abrir a porta, por fim passa a mão na fechadura em um ato final de fé acreditando que poderia ela estar esperando por ele e por isso deixara a porta aberta, porém não teve êxito na sua tentativa e acabou indo embora. Sua amada por sinal perfumada e ansiosa por saber que seu amado a chamava na porta se perguntava se deveria se levantar ou não de sua recâmara para recebe- lo, até que então se levanta, seu coração deveria estar acelerado, porém ao abrir a porta seu amado já não estava mais ali, seu coração dispara ao pensar onde poderia ter ido o meu amor, ao se condenar deveria se questionar o porquê demorar tanto para atendê-lo, pois ouvia perfeitamente a sua voz quando a chamava, ouvia a batida na porta mas por falta de atitude se vê perdida e só.
Nessa primeira parte vemos uma coisa muito comum em nossos dias, em diversos relacionamentos encontramos esse problema de quando uma das partes se esforça e tenta de todas as formas a aproximação, faz algo para agradar ou para conquistar e o outro não esboça o mesmo empenho, quando então acontece a desistência da parte que se esforça o outro como na história dessa mulher se levanta e se arrepende de não ter aceitado antes todo o apreço devotado a ela.
O orgulho dentro de um relacionamento acaba com maravilhosas possibilidades de um recomeço, possibilidades de momentos agradáveis que podem nutrir sentimentos que se tornarão mais resistentes as adversidades. Por orgulho um presente não é recebido com a mesma alegria como foi devotado, por orgulho um passeio ou um jantar acaba não sendo tão delicioso, por orgulho as coisas engraçadas podem não ter a menor graça, por fim, por nos faltar empenho em situações semelhantes podemos abrir a porta tarde demais.
Pense comigo, essa porta estava fechada por dentro, o amado queria entrar, ele até acreditou que a porta estaria sempre aberta pra ele, ela o amava, mas lhe faltou atitude, a porta estava fechada por dentro, existem situações que não importa o que se faça, ou como alguém se esforce para agradar para se aproximar ou reaproximar, quando a porta está fechada por dentro não adianta. O coração age desta forma, quando ele está fechado para alguém não importa o que se faça não adiantará, assim como neste caso as vezes o coração se fecha para as pessoas que amamos, as mágoas e tristezas acabam trancando o coração por dentro e fazendo com que as coisas que poderiam ser maravilhosas se tornem em nada.
Agora aquela mulher sai pela rua desesperada buscando seu amado, penso que não precisava disso se prontamente o recebesse abrindo a porta para ele entrar, ela sai e encontra os guardas na cidade que não a ajudam, pelo contrario, eles a espancam, machucam a moça que agora se vê em mais desespero. Eu vejo que a falta de uma atitude simples em um momento traz a essa moça dores inimagináveis, quando não permitimos coisas simples serem ajustadas acabamos causando problemas inimagináveis.
Agora ela encontra com as mulheres e pede que dêem o recado ao amado caso o encontrasse, "digam que estou morrendo de amor", o amor deveria trazer vida e não morte, mas a dor da perda de um amor que não foi devidamente valorizado e que por nossa própria culpa se foi é devastadora. O ditado popular diz " que só se dá valor as coisas quando se perde", é verdadeiro e real na vida de muitos como essa Sulamita, ela não precisava estar sofrendo pelo amor perdido, o amor que batia na sua porta e a procurava, o amor que com sua doce voz a chamava.
Ela então diz o que tem de tão especial nesse amado, entre dez mil não existe tão bonito e tão forte, poderiam estar dez mil homens lindos e cheios de qualidade, mas nenhum se compararia a ele. Ela o amava, dizia "eu sou do meu amado e ele é meu...".
Que linda história, um romance de verdade, mas queria chamar a atenção para o outro lado dessa história, uma interpretação simbólica já que Jesus é o noivo e a igreja é sua noiva, a igreja ama a Jesus, espera ele voltar, as pessoas que não servem a Jesus na Igreja, muitas delas também dizem amar a Jesus, porém ao ouvirem sua voz, ao sentir ele batendo na porta de seus corações pedindo para entrar não se movem, não esboçam reação, não abrem a porta pra que Ele entre e faça morada.
Apocalipse: 3. 20. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.
Quantas vezes já ouviu o noivo Jesus te chamar? Quantas vezes já sentiu o toque de suas mãos no seu coração pedindo para entrar, ele deseja ter um relacionamento íntimo com todos aqueles que o recebem, não dá mesma forma que um homem e uma mulher, mas um relacionamento de cuidado e salvação. Jesus não força a porta para entrar na vida de ninguém, essa é uma decisão que nós temos de tomar.
Quantos serão aqueles que abrirão a porta tarde demais, que abrirão e Ele já não estará ali esperando, penso no período da grande tribulação, quantos são aqueles que sairão pelas ruas e as autoridades que deveriam servir de proteção estarão sob um governo anticristão e farão mal aos que ainda insistirem em procurar o amado Jesus no período, quantos serão aqueles que reconhecerão tarde demais que entre milhares ninguém é como o Senhor...
Se hoje ouvires a voz do Senhor seu Deus não endureçais os vossos corações (Hb3.7).
Que não corramos para o encontro do nosso Senhor quando já for tarde demais!!
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