O leproso purificado Mt8;Mc1

   Falar deste homem e desta doença pode parecer meio fora de nosso contexto no que diz respeito a doença já que hoje ela é controlada e também muito reconhecida por outro nome (hanseníase) e com grande possibilidade de ser controlada pela medicina. Mas quando olhamos para os tempos bíblicos existiam regras e todo um procedimento que as pessoas que contraíam essa doença deveriam seguir, por exemplo se afastar da família e de toda a sociedade, se afastar da vida religiosa no que diz respeito à frequentar o templo ou a sinagoga, todos os leprosos eram direcionados à uma cidade de refúgio onde passariam a conviver juntamente com outras pessoas leprosos.
   O leproso também deveria gritar alto "Leproso, leproso"  se avistasse alguém em seu caminho, pois caso permitisse que alguém se aproximasse sem avisar seria apedrejado, por a lepra ser uma doença contagiosa uma pessoa leprosa se tornava "radioativa" e gritar "leproso" era o mesmo que gritar "bomba" em um avião.
   Afastado do convívio familiar, irmãos de fé e dos amigos do seu dia a dia e também do trabalho deixava qualquer um desmotivado para com sua vida já que não existia possibilidade de cura de acordo com a medicina da época.
   Como sobreviver diante de um quadro tão terrível, de questões que  nos fogem ao controle e que destroem nosso psicológico? A lepra além de desfigurar esteticamente uma pessoa pelas feridas acabava com a esperança daqueles que a contraíam. Penso que quando contraímos uma doença aí da que incurável para a medicina moderna de nosso tempo a família e os amigos que ficam ao nosso lado nos dão forças para lutar, como deveria se sentir um leproso afastados de todos que o amavam, das reuniões no templo, dos momentos onde ouvia a lei? Ao olhar para seu corpo é olhar ao seu redor e tudo o que poderia ver eram outros leprosos? Dá onde viria a motivação de viver ou de lutar para sobreviver a isso?
   Um leproso ficava na cidade de refúgio até morrer ou ser curado da lepra, mas como ser curado de uma doença muito contagiosa vivendo todos os dias juntamente com pessoas cheias de lepra? Como se imaginar limpo vivendo todos os dias com pessoas cheias de feridas como as suas?
   Quem nunca se sentiu de certa forma radioativo? Quem nunca sentiu as pessoas se afastarem por pensarem que você faz mal? Ou que você pode ser uma má ideia fluência? E existe também a questão do pecado, pois ele realmente nos afasta das pessoas que buscam uma vida limpa e santa, viver no pecado é como ter lepra, nos leva ao convívio de pessoas que estão com as mesmas feridas que claramente nos tornam radioativos para aqueles que não desejam se contaminar com algo que não tem cura declarada por médico nenhum. Não existe remédio ou porção mágica para o pecado, por anos o homem teve de abrigar-se longe da pura adoração por conta disso, mas um dia tudo isso mudou, um dia uma luz brilhou no fim do túnel de uma humanidade inteira condenada pela lepra do pecado.
   A Bíblia diz que Jesus veio buscar e salvar aqueles que estavam perdidos, e quebrando todos os protocolos dos "santos" de sua época se assentou junto com publicanos e pecadores e neste texto, quando uma multidão o seguia permitiu que o leproso se aproximasse.
   A atitude deste leproso foi muito louca, pois se visse uma pessoa de longe deveria gritar sua lepra, porém ao avistar uma grande multidão guarda sua boca em silêncio para falar na hora certa com a pessoa certa, acredito que ao ver a multidão seu coração acelera, isso nos chama muito a atenção, pois ele precisou pela primeira vez não gritar seu problema mas teve de ir em silêncio em direção a Jesus, como é difícil tomar essa atitude hoje, como é difícil não falar do problema aos outros, não expor a situação é continuar caminhando em direção a Jesus, como é difícil não desabafar nossas lepras para alguém, porém existem momentos que se faz necessário calarmos, se faz necessário engolir nossas palavras e escolher falar apenas com Jesus.
   Ele continua caminhando na contramão de um risco eminente de ser exterminado com as pedradas de pessoas que cumpririam a lei ao mata- lo, mas seu foco não era a multidão, seu foco era o homem que estava a frente dela, Jesus de Nazaré, e ao se aproximar o adorou, como adorar nesta hora? De onde sairia essa adoração?
   Um homem diante de uma situação dessa adorando a Jesus deveria nos despertar para uma realidade, devemos saber como se aproximar do Senhor, independente de nossos problemas, aquele homem estava nervoso e desesperado, vivia um perigo eminente, poderia se apressar em falar de seu problema, pois demorar poderia ser levado ao apedrejamento antes mesmo de ter condição de falar do seu problema. Como nos aproximamos do mestre? Como chegamos? Como falamos? Em nossos dias com a disseminação da confissão positiva vemos muitos ordenar e decretar uma cura, vemos pessoas se aproximando de Jesus apenas pra resolverem seus problemas, e a bíblia é clara ao dizer que tem gente que pede e não recebe porque pede mal, não sabe pedir.
   Lembremos de quando Lázaro morreu e duas irmãs choravam e lamentavam pela mesma perda, ao chegar Jesus Marta correu ao encontro de Jesus e disse "se o Senhor estivesse aqui meu irmão não teria morrido", Maria diferente de Marta continuou em casa chorando e somente quando Jesus a chamou foi ao encontro de Jesus e chegando perto disse as mesmas palavras " se o Senhor estivesse aqui meu irmão não teria morrido", só que antes disso ela se lançou aos pés de Jesus e chorou, as palavras foram as mesmas, mas a atitude foi diferente, Maria esperou ser chamada, Maria se lançou aos seus pés, de forma que a atitude dela levou Jesus a chorar com ela. As duas choraram, as duas estavam tristes e eram chegadas a Jesus, mas foi a atitude de Maria que fez toda a diferença, as vezes choramos, sofremos, falamos com Jesus, mas não é suficiente, não o tratamos como Deus e Senhor de nossas vidas, o tratamos como um servo que é obrigado a fazer o que queremos e precisamos e tem ser na nossa hora e no nosso momento, mudemos de atitude, pois isso vai fazer toda a diferença.
   O leproso então diz "se o Senhor quiser pode tornar- me limpo". Caso Jesus não queira aquele momento pode ser o fim dele, pois era um leproso e uma grande multidão acompanhava a Jesus naquela hora, porém não importa o que a multidão vai fazer a seguir, ele confia a Jesus a sua vida naquele momento, sua atitude mostra que o que Jesus quiser é o melhor para ele, como é difícil pensar assim, viver o querer de Deus e não o nosso, Jesus com toda certeza queria ele limpo, na verdade quer todos nós limpos, curados e abençoados, mas como conseguiremos viver o querer de Jesus se ao nos aproximarmos somos dominados pela ansiedade que nos faz quebrar algumas regras do Reino de Deus onde devemos saber nosso lugar de servos e o lugar onde Ele é Senhor.
   "Jesus então o tocou e disse: Quero, sê limpo!"
   Antes de ordenar a cura do leproso Jesus o curou, talvez seja pouca coisa o que estou escrevendo, talvez se não olharmos atentamente, um leproso deveria ficar muito afastado das pessoas "limpas" da lepra, quanto tempo será que este leproso não recebia um toque de alguém "limpo"? Abraçar aqueles que são de nosso convívio é muito simples e fácil, porém existem pessoas agora que por causa da lepra do pecado se afastaram, talvez se sentem hoje tão leprosos que não conseguem mais se aproximar, não conseguem entrar em um templo, as vezes até saem de casa do convívio de suas famílias, e nisso nos comportamos como as pessoas daquela época, as tratamos com desprezo e rejeição, brigamos pra ver quem vai tacar a primeira pedra quando Jesus disse que aquele que não tem pecado atire a primeira pedra, existem pessoas que antes de qualquer benção, antes de qualquer cura ou milagre estão precisando de um toque, Jesus quebrou a linha que dividia a limpo do leproso e seu toque trouxe de volta à vida aquele homem, podemos pregar, ordenar bençãos sobre pessoas, mas não podemos fugir da responsabilidade de tocá-las.
   A primeira ordem de Jesus aquele homem foi que ele fosse ao Sacerdote e apresentasse a oferta exigida pela lei para lhe servir de testemunho, Jesus queria apenas lhe restituir a sua vida social, o convívio com a sua família e isso é mais do que qualquer um possa querer já que acometido por uma doença incurável e transmissível.
   A segunda ordem de Jesus está relatada apenas em Marcos, Jesus fala severamente a ele que não deveria falar a ninguém sobre o que havia acontecido com ele, apenas ao Sacerdote, mas ele diferentemente começa a divulgar a todos, e por isso diz a bíblia que Jesus não pôde mais entrar em lugares públicos, mas foi para lugares desertos e as pessoas que queiram encontrá- lo deveriam ir para esses lugares. Ele recebeu um milagre, uma cura, mas desobedeceu uma ordem direta de Jesus, e isso trouxe consequências muito negativas, ele encontrou Jesus em um lugar andando tranquilamente acompanhado por uma grande multidão, mas agora por causa de sua desobediência Jesus não estava mais em lugares públicos, não era mais tão fácil encontrar a Jesus, por não conseguir guardar silêncio ele tornou Jesus difícil de se encontrar, ou seja, era fácil encontrar o homem do testemunho, mas por causa dele ficou mais difícil encontrar Jesus. Nos nossos dias como é fácil encontrarmos grandes testemunhos, pregadores que falam de uma vida transformada da lepra para a restituição de todas as coisas, mas que tomam a cena, querem brilhar mais do que aquele que pode restaurar a vida do homem. Precisamos saber se o que fazemos hoje torna mais fácil as pessoas encontrar a Jesus ou torna mais difícil.
   Que essa palavra fale melhor em cada coração, que Jesus lhes abençoe.

Por que caem os valentes?

   Temos na palavra de Deus um versículo e nele gostaria de falar de onde vêm as quedas, as vezes até de grandes homens, verdadeiros valentes de Deus.

 "Sobre tudo o que se deve guardar, guarde o seu coração, porque dele depende toda a sua vida"

   Quem nunca ouviu a triste notícia de que um grande homem ou mulher de Deus caiu? Que alguém não resistiu aos ataques do adversário e literalmente caiu e se sujou na lama do pecado? Nos nossos dias esse tipo de escândalo tem se tornado cada vez mais "normal", sites de fofoca gospel que se promovem através de escândalos que envolvem servos de Deus e na boca do povo nos tornamos cada vez mais desacreditados e a seriedade de uma vida com Deus vai perdendo sua força no entendimento do mundo perdido. Existem diversos problemas que juntamente com essa situação ainda não cooperam para o ajuste, pois geralmente quando estamos ensinando nossos filhos a andar de bicicleta por exemplo, dizemos se cair levanta e tenta de novo, mas hoje quando um irmão cai existe uma disputa onde todos querem ser o primeiro a jogar a pedra, outra coisa difícil de ser tratada é a própria pessoa que sofreu a queda.
   Existe nessa situação do problema ser a pessoa que não é humilde o suficiente pra medir a gravidade do pecado e o quanto isso o afasta de Deus e que agora precisa se submeter a Deus e reconhecer seus erros se arrependendo do seu pecado.
   Ou também vemos a dificuldade de tratamento para a pessoa caída, geralmente existe um certo pré conceito, a pessoa parece que contraiu uma lepra e falta sabedoria para o tratamento de uma alma ferida e manchada pela sujeira do pecado.
   Ao ouvir da queda de Saul e de Jonathas Davi chorou muito e dizendo "Por que caem os valentes!!!" Saul o perseguiu durante anos, tentou o matar muitas vezes, mas ao receber essa notícia  Davi sofre a dor de saber que um valente havia caído. Como nos comportamos hoje ao ouvir de alguém, o que vem a seguir, que comentários fazemos ou o que pensamos, será que existe uma dor ou um pesar em nossos corações por um valente de Deus que caiu ou passamos a ser os mensageiros das desgraças?
   Saul morrera e Davi o homem que daria sua vida pela dele não estava por perto, não estava porque Saul un dia não guardou seu coração e deixou o ciúme tomar conta, junto com o ciúme o ódio e com isso sua vida era controlada por sentimentos maus que não provinham de Deus.
   Não foi simplesmente a guerra ou um exército inimigo que matou Saul, mas aos poucos foi morrendo na alma com verdadeiras dinamites depositadas em seu coração.
   Gostaria de lembrar de um evento que marcou a história da humanidade, todos os anos quando chega o dia 11 de setembro lembramos do ocorrido nos EUA, o atentado as duas torres, não eram apenas dois prédios, eram os mais altos, eram muito protegidos é fortes, os "terroristas" não apenas queria derrubá- los, não apenas matar aquelas pessoas, eles também queriam deixar uma mensagem, eles queria deixar claro que não importa quão grande seja ou o quanto sejam protegidos, eles podem derrubar.
   Depois de ver diversos documentários e de ler sobre o assunto vamos ver discussões sobre teorias de conspiração e de muitos outros fatos obscuros que ocorreram juntamente com o atentado as torres, porém uma coisa é clara quando eu vejo documentários, após a colisão dos aviões as torres permaneceram de pé e uma hora depois aproximadamente a primeira torre vai ao chão, muitas testemunhas e vídeos mostram que existiram explosões no prédio como de bombas, os vídeos mostravam claramente que isso de fato aconteceu, isso prova que no dia não foram apenas os aviões que vieram contra as torres, mas que sem que ninguém percebesse no interior dos prédios foram instaladas bombas em lugares estratégicos, muitos especialistas dizem que as torres não cairiam por conta dos ataques dos aviões, apesar da força do impacto da colisão e do fogo da explosão, isso não seria suficiente para derrubar aqueles prédios. O que derrubou então?
   As bombas

   As bombas instaladas no interior das grandes torres foram os principais motivos da queda e não os grandes ataques externos, sabe o que isso nos ensina? Não são os grandes ataques externos que sofremos que nos destroem, não são as feridas no corpo que sangram, não são as dívidas ou problemas insolucionaveis, mas as bombas que permitimos serem instaladas em nossos corações, por isso o conselho de guardar o coração, pois a nossa vida depende disso. Muito ouvimos que Deus não é açougueiro pra querer o nosso coração, verdadeiramente não é, mas se tem uma coisa que Ele quer antes de qualquer coisa na nossa vida é o nosso coração, Deus deseja cuidar do nosso coração, deseja mudá-lo, transforma -lo. Não adiantaria termos uma vida exterior que mostrasse força e grandeza se permitirmos que em nosso coração sentimentos negativos tomem conta de nós, podemos resistir um avião colidindo com nossas vidas, verdadeiras explosões, mas o que nos faz cair são as bombas no interior, quem sabe os terroristas não queriam apenas chamar a atenção para as torres com os aviões? Para quando todos estivessem olhando para as torres então apertarem os botões ativando as bombas? Quem sabe se as explosões de nossas vidas não são meios de acionarem as bombas que já estão em nossos corações? Precisamos entender que o diabo é o maior terrorista que existe e quando ouvimos de um valente que caiu ele nos manda a mesma mensagem, mensagem que muitos de nós acabamos acreditando, que se ele derrubou um pastor, um grande pregador ou cantor, quem somos nós pra conseguir vencer?
   Precisamos controlar quem entra e quem sai.
   As cidades do passado tinham grandes muralhas, e as vezes uma só porta onde se mantinha o controle de quem entrava e de quem saía, precisamos reerguer as muralhas de proteção como fez Neemias, reconhecer a importância de ter o controle de quem entra e saí em nossas vidas, das coisas que ouvimos e vemos, o que devemos guardar no coração e o que devemos ignorar.
   O terror imposto por satanás é uma arma que ele usa pra enfraquecer e até neutralizar as nossas forças já que as armas que usamos contra ele são espirituais e essas armas nós usamos através da fé, como ter fé com um coração bombardeado?
   Me lembro também da segunda guerra quando no ano de 1944 os franceses alistaram aproximadamente 1000 artistas a fim de usarem suas habilidades para impor terror ao inimigo, eles incenavam carregamentos de soldados em caminhões fazendo diversas vezes a mesma chegada de soldados, entravam em bares e falavam de tropas que que estavam chegando para os espiões alemãs ouvirem quando na verdade era só boatos e o principal, esses artistas plásticos fizeram muitos tanques de guerra de borracha que usaram para impor terror, tanques que três homens conseguiam levantar, mas que de longe fizeram os alemães recuarem muitas vezes. Na arte da guerra antiga vemos que uma das principais estratégias de um exército era abalar o psicológico do inimigo e pra isso eles tinham diversas técnicas de guerra, Deus mesmo deu vitória contra os midianitas no tempo de Gideão usando o terror como arma, com Eliseu quando estava com aqueles três reis no deserto, o terror paralização e neutraliza as pessoas, precisamos guardar nossos corações, ter fé em Deus, reconhecer que Nele estamos protegidos, vemos isso no Sl 3 quando Davi diz que são muitos os seus inimigos, mas ele deita e dorme por que o Senhor está com ele, no Sl 27 quando ele diz que está cercado por milhares, cercado por um exército que deseja comer as suas carnes, mas ele diz que confia em Deus. Davi quer dizer que não importa quantos sejam os adversários, qual seja a raiva deles, quão grande sejam os ataques, ele pede uma coisa no Sl 27 e buscará, que ele esteja todos os dias na casa de Deus.
   Por que caem os valentes?
   Quem sabe hoje possamos saber a verdade sobre isso, não são os grandes ataques, ou a fúria de satanás, pois ele apesar de fazer grandes ataques, apesar de impor grande terror, o que de fato derruba um grande homem não é uma grande mulher e sim o fato de não guardar devidamente o coração.
   Guarde o teu coração, pois dele depende toda a sua vida.

A minha graça te basta

   Miserável homem que sou, quem me livrará do corpo dessa morte? Rm 7

   Essa palavra soa muito forte ao ouvido de todos nós, não costumamos dizer isso das pessoas, nem mesmo daquelas que se encontram em situações deploráveis por ter um teor tão negativo essa palavra. Se fôssemos pensar nos maiores personagens da Bíblia e nos mais importantes homens usados por Deus com toda certeza citaremos o nome de Paulo, por suas inúmeras experiências sobrenaturais, por sua conversão milagrosa e por uma Caminhada longa e árdua. Paulo era mesmo um santo homem de Deus, mas como qualquer outro homem era sujeito as mesmas paixões como ele próprio declarou na cidade de Listra, Paulo julgava questão difíceis nas igrejas, por exemplo a igreja de Corinto que levou Paulo a ter de ser duro e inflexível com relação aos pecados de alguns, Paulo era o líder, o pastor que havia fundado aquela igreja e estava com a responsabilidade de tomar decisões e verdadeiramente tomou. Paulo agora ao escrever à igreja dos romanos fala de pecado e de lei e descreve de forma muito pessoal sobre a realidade da vida de qualquer servo de Deus, pois exemplifica a guerra que todos enfrentam no seu dia a dia contra o pecado que milita contra uma mente transformada pelo conhecimento que agora temos da palavra de Deus e de sua vontade para as nossas vidas.
   Paulo chega a dizer que é um miserável, e isso deveria nos fazer alertas quanto a nossa maneira de enxergar a vida das pessoas e principalmente a nossa própria vida, pois com o passar do tempo no caminho de Deus nos tornamos as vezes exigentes com relação ao modo dos outros de agir, somos extremamente exigentes e irredutíveis ao sabermos de alguém que errou e se sujou na lama do pecado. Paulo no capítulo 7 diz que aquilo que ele queria fazer ele não consegue pois tudo o que ele faz é o que não deve, pois o pecado se aproveita de seu corpo que diferente de seu entendimento que deseja servir fielmente a Deus anda na contra- mão da santidade nos imposta pela palavra de Deus.
   Por que não lembrarmos dos relatos no capítulo 12 da segunda carta aos coríntios onde ele diz que após ser arrebatado e ver coisas inefáveis não pode se gloriar, pois ele tinha um espinho na carne que o fazia ser ESBOFETEADO de forma que três vezes orou pedindo ao Senhor para que tirasse esse espinho, é bom levarmos em conta que o espinho é na carne e não na alma, não se trata de uma fraqueza mental ou pensamentos negativos ou desânimos, o que fica claro é que um mensageiro de satanás o está acusando por um pecado na sua carne, esse texto é muito discutido por muitos sobre o que poderia ser isso, porém estava claro que Paulo falava ao Senhor de uma fraqueza que tinha e que não importa se ele estivesse ido até o terceiro céu e tido revelações tremendas se ao voltar e assumir sua vida física estaria sempre sujeito as fraquezas dessa carne corruptível.
   Ficaria mais fácil entender o capítulo 7 aos romanos se olhássemos para 2 Co 12 ao ouvir Deus dizendo que a graça dele basta para Paulo e que o seu poder se aperfeiçoa na fraqueza de Paulo, ou seja, Deus conhece Paulo e usa das fraquezas de Paulo para primeiro colocá- lo no seu devido lugar e também para aperfeiçoar seu poder. Quando nos achamos superiores a alguém pelas obras que fazemos ou pela vida que geralmente chamamos de santa podemos estar cometendo um grande equívoco já que o próprio Paulo tem coragem de esclarecer de forma muito pessoal a realidade na vida de qualquer homem, seja ele o mais usado nas manifestações sobrenaturais de Deus.
   Este texto não nos mostra uma abertura para vivermos no pecado, pois na própria carta aos romanos ele diz que não devemos continuar pecando para a graça ser mais abundante, mas mostra que é a graça de Deus que nos basta, graça é o favor de Deus que recebemos sem merecer. Que cheguemos cada dia ao entendimento de que por mais que façamos muito, que venhamos nos tornar grandes homens na obra, sempre estaremos neste estado miserável de pecadores dependentes da graça e do favor imerecido de Deus, que saibamos como tratar pessoas com seus espinhos se temos os nossos próprios, pois Jesus mesmo disse que com a medida que medimos seremos medidos e que quando somos misericordiosos alcançaremos misericórdia.
  Também não posso com minha própria interpretação falar da suposta fraqueza que Paulo coloca diante de Deus é que traz aflição na sua alma, pois ele mesmo diz ser um espinho, pois como será que olhariamos para o grande apóstolo dos gentios se agora estivesse escrito sua fraqueza? É bem verdade que mudamos nossa maneira de olhar e até de tratar quando a vida de alguém é exposta, quando suas fraquezas e suas quedas são manifestas, talvez por isso mesmo Paulo chama de espinho. Que aprendamos a cada dia o que é graça salvadora de Cristo e que não temos mérito em nada que fazemos ou somos hoje. Que o Espírito Santo fale melhor em cada coração.
 

Cantares 5 " mais atitude"

Cantares de Salomão: 5. 2. Eu dormia, mas o meu coração velava. Eis a voz do meu amado! Está batendo: Abre-me, minha irmã, amada minha, pomba minha, minha imaculada; porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos das gotas da noite. 3. Já despi a minha túnica; como a tornarei a vestir? já lavei os meus pés; como os tornarei a sujar? 4. O meu amado meteu a sua mão pela fresta da porta, e o meu coração estremeceu por amor dele. 5. Eu me levantei para abrir ao meu amado; e as minhas mãos destilavam mirra, e os meus dedos gotejavam mirra sobre as aldravas da fechadura. 6. Eu abri ao meu amado, mas ele já se tinha retirado e ido embora. A minha alma tinha desfalecido quando ele falara. Busquei-o, mas não o pude encontrar; chamei-o, porém ele não me respondeu. 7. Encontraram-me os guardas que rondavam pela cidade; espancaram-me, feriram-me; tiraram-me o manto os guardas dos muros. 8. Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, se encontrardes o meu amado, que lhe digais que estou enferma de amor. 9. Que é o teu amado mais do que outro amado, ó tu, a mais formosa entre as mulheres? Que é o teu amado mais do que outro amado, para que assim nos conjures? 10. O meu amado é cândido e rubicundo, o primeiro entre dez mil. 11. A sua cabeça é como o ouro mais refinado, os seus cabelos são crespos, pretos como o corvo. 12. Os seus olhos são como pombas junto às correntes das águas, lavados em leite, postos em engaste. 13. As suas faces são como um canteiro de bálsamo, os montões de ervas aromáticas; e os seus lábios são como lírios que gotejam mirra. 14. Os seus braços são como cilindros de ouro, guarnecidos de crisólitas; e o seu corpo é como obra de marfim, coberta de safiras. 15. As suas pernas como colunas de mármore, colocadas sobre bases de ouro refinado; o seu semblante como o líbano, excelente como os cedros. 16. O seu falar é muitíssimo suave; sim, ele é totalmente desejável. Tal é o meu amado, e tal o meu amigo, ó filhas de Jerusalém.
  
  Todo o livro de cantares vai nos mostrando um lindo romance, uma história de amor entre um homem e uma mulher, vemos nas palavras a intensidade deste amor, a admiração compartilhada e recíproca entre eles, um casal apaixonado.     Sabemos que este livro trata do amor de Salomão por sua morena Sulamita (...), Porém neste capítulo vemos uma cena intrigante e emocionante, pois ela está já em sua cama pronta para dormir quando ouve seu amado chamar na porta, ele insiste em chamá-la, diz que está molhado da garoa da noite, acredito eu que com frio e ensopado espera confiantemente que sua amada vai abrir a porta, por fim passa a mão na fechadura em um ato final de fé acreditando que poderia ela estar esperando por ele e por isso deixara a porta aberta, porém não teve êxito na sua tentativa e acabou indo embora. Sua amada por sinal perfumada e ansiosa por saber que seu amado a chamava na porta se perguntava se deveria se levantar ou não de sua recâmara para recebe- lo, até que então se levanta, seu coração deveria estar acelerado, porém ao abrir a porta seu amado já não estava mais ali, seu coração dispara ao pensar onde poderia ter ido o meu amor, ao se condenar deveria se questionar o porquê demorar tanto para atendê-lo, pois ouvia perfeitamente a sua voz quando a chamava, ouvia a batida na porta mas por falta de atitude se vê perdida e só.
  Nessa primeira parte vemos uma coisa muito comum em nossos dias, em diversos relacionamentos encontramos esse problema de quando uma das partes se esforça e tenta de todas as formas a aproximação, faz algo para agradar ou para conquistar e o outro não esboça o mesmo empenho, quando então acontece a desistência da parte que se esforça o outro como na história dessa mulher se levanta e se arrepende de não ter aceitado antes todo o apreço devotado a ela.
  O orgulho dentro de um relacionamento acaba com maravilhosas possibilidades de um recomeço, possibilidades de momentos agradáveis que podem nutrir sentimentos que se tornarão mais resistentes as adversidades. Por orgulho um presente não é recebido com a mesma alegria como foi devotado, por orgulho um passeio ou um jantar acaba não sendo tão delicioso, por orgulho as coisas engraçadas podem não ter a menor graça, por fim, por nos faltar empenho em situações semelhantes podemos abrir a porta tarde demais.
  Pense comigo, essa porta estava fechada por dentro, o amado queria entrar, ele até acreditou que a porta estaria sempre aberta pra ele, ela o amava, mas lhe faltou atitude, a porta estava fechada por dentro, existem situações que não importa o que se faça, ou como alguém se esforce para agradar para se aproximar ou reaproximar, quando a porta está fechada por dentro não adianta. O coração age desta forma, quando ele está fechado para alguém não importa o que se faça não adiantará, assim como neste caso as vezes o coração se fecha para as pessoas que amamos, as mágoas e tristezas acabam trancando o coração por dentro e fazendo com que as coisas que poderiam ser maravilhosas se tornem em nada.
  Agora aquela mulher sai pela rua desesperada buscando seu amado, penso que não precisava disso se prontamente o recebesse abrindo a porta para ele entrar, ela sai e encontra os guardas na cidade que não a ajudam, pelo contrario, eles a espancam, machucam a moça que agora se vê em mais desespero. Eu vejo que a falta de uma atitude simples em um momento traz a essa moça dores inimagináveis, quando não permitimos coisas simples serem ajustadas acabamos causando problemas inimagináveis.
   Agora ela encontra com as mulheres e pede que dêem o recado ao amado caso o encontrasse, "digam que estou morrendo de amor", o amor deveria trazer vida e não morte, mas a dor da perda de um amor que não foi devidamente valorizado e que por nossa própria culpa se foi é devastadora. O ditado popular diz " que só se dá valor as coisas quando se perde", é verdadeiro e real na vida de muitos como essa Sulamita, ela não precisava estar sofrendo pelo amor perdido, o amor que batia na sua porta e a procurava, o amor que com sua doce voz a chamava.
Ela então diz o que tem de tão especial nesse amado, entre dez mil não existe tão bonito e tão forte, poderiam estar dez mil homens lindos e cheios de qualidade, mas nenhum se compararia a ele. Ela o amava, dizia "eu sou do meu amado e ele é meu...".
  Que linda história, um romance de verdade, mas queria chamar a atenção para o outro lado dessa história, uma interpretação simbólica já que Jesus é o noivo e a igreja é sua noiva, a igreja ama a Jesus, espera ele voltar, as pessoas que não servem a Jesus na Igreja, muitas delas também dizem amar a Jesus, porém ao ouvirem sua voz, ao sentir ele batendo na porta de seus corações pedindo para entrar não se movem, não esboçam reação, não abrem a porta pra que Ele entre e faça morada.

 Apocalipse: 3. 20. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.

Quantas vezes já ouviu o noivo Jesus te chamar? Quantas vezes já sentiu o toque de suas mãos no seu coração pedindo para entrar, ele deseja ter um relacionamento íntimo com todos aqueles que o recebem, não dá mesma forma que um homem e uma mulher, mas um relacionamento de cuidado e salvação. Jesus não força a porta para entrar na vida de ninguém, essa é uma decisão que nós temos de tomar.
  Quantos serão aqueles que abrirão a porta tarde demais, que abrirão e Ele já não estará ali esperando, penso no período da grande tribulação, quantos são aqueles que sairão pelas ruas e as autoridades que deveriam servir de proteção estarão sob um governo anticristão e farão mal aos que ainda insistirem em procurar o amado Jesus no período, quantos serão aqueles que reconhecerão tarde demais que entre milhares ninguém é como o Senhor...
   Se hoje ouvires a voz do Senhor seu Deus não endureçais os vossos corações (Hb3.7).