Quem não deseja ser notado nesta vida? Ser admirado pelas suas características, sejam elas estéticas ou no desempenho daquilo que fazem?
Todos nós desejamos ser notados e que seja da melhor forma possível! Um exemplo disso é um baile de formatura, que sejamos lembrados por sermos um dos que dançaram a valsa mais perfeitamente e não pelo tombo no meio da pista de dança. A verdade é que não importa muito a opinião alheia, o que falam e pensam ao nosso respeito, o que damos importância mesmo é para a opinião das pessoas que amamos, o que acham do que fazemos, do nosso desempenho, da roupa que vestimos ou se estamos bem ou mal, é dessas pessoas que esperamos esse olhar de cuidado e um tratamento de carinho diferenciado. Mas quando todas as coisas estão contra e sofremos por nos sentir impotentes diante das frustrações da vida?
Queria entrar no meio da história de uma mulher que de todas as formas sofreu e se magoou, mas que por fim o fruto que nos deixou faz toda a diferença e mesmo assim continua oculta na história como apenas mais um vulto sem importância do passado, quero mostrar que ela está presente mesmo que seu nome não apareça e que tem um papel tão importante seja na história de Israel, assim como pra toda a humanidade.
Ao ler a história de Jacó fugindo de sua casa da ira de seu irmão Esaú que buscava matá-lo por ter roubado a benção de seu pai e o direito de primogenitura através de uma mentira, vemos uma história que deixa de ser simplesmente dramática e se tornando romântica. Jacó chega em um poço onde os pastores esperavam que todos os outros pastores se reunissem para juntos poderem remover a pedra do poço, porque era muito pesada, Jacó ao avistar a pastora Raquel de longe ficou apaixonado, o que chamamos de amor a primeira vista, e movido pela paixão empolgante, sozinho removeu a pedra do poço para chamar a atenção da moça e impressioná-la, de fato conseguiu, pois a Bíblia diz que ele a beijou, levantou a sua voz e chorou (Gn 29.11).
Realmente o sentido desta história mudou completamente, temos agora um casal apaixonado e com um futuro cheio de possibilidades pela frente, porém ao chegar na casa de Labão (tio) precisou dizer o que queria como pagamento pelo trabalho que prestaria na casa, disse que trabalharia sete anos pela mão da moça que estava apaixonado, a Raquel, Labão concordou com este acordo, porém ao fim dos sete anos e na noite do casamento enganou Jacó mandando a filha mais velha chamada Léia/Lia no lugar de Raquel, como era uma tradição o véu sobre a noiva naquele tempo e com toda certeza Jacó havia bebido vinho, não é de se admirar que foi fácil esse plano de Labão ir à frente.
Léia aparece na história pela primeira vez em Gn 29.16 quando a Bíblia vai fazer uma comparação entre ela e Raquel, nós seres-humanos temos uma característica em comum, nós gostamos de comparações, mas apenas quando somos o lado melhor da comparação, não foi o caso de Léia, a Bíblia vai dizer que ela tinha os olhos caídos, algumas traduções vai dizer "olhos enfermos", ao passo que Raquel bonita de rosto e formosa à vista, acredito que ninguém gostaria de estar no lugar de Léia, primeiro porque uma mulher era tratada na época como uma propriedade do pai, usada na maioria das vezes com interesses pessoais do pai em dotes e na união de famílias, não existia a opinião se ela tinha sentimentos pelo seu pretendente marido, não bastar no caso de Léia, ela tinha um problema estético, no seu rosto. Léia então foi usada por seu pai em um plano egoísta e se colocou em uma situação que traria a ela muita dor, lágrimas e sofrimento.
Léia mesmo em meio aquela situação, vendo no outro dia a frustração do homem que dormiu ao seu lado e pela manhã não estava feliz o suficiente para trazer um café em sua cama, mas que pelo contrário foi até Labão reclamar por não ter feito amor com a mulher que amava. A vida de Léia foi assim a partir daquele dia, conviver com um homem sabendo que amava sua irmã e que agora trabalharia mais sete anos por ela, Léia teve de viver todo este tempo vendo a maneira como se olhavam, como conversavam, não podemos imaginar as sensações de Léia e como a cada dia seu coração era ferido se não tivermos a chance de passar pelo mesmo processo, porém a mulher além de todos os poucos valores já citados aqui, tinha um que poderia fazer dela uma benção para o marido, dar a ele filhos, de preferência filhos homens e Deus viu o quanto Léia estava aborrecida com aquela situação e abriu a madre de Léia, fez dela uma mulher fértil (Gn29.31).
Léia acreditou que ao dar um filho a Jacó ele a amaria, esse é um erro que deveria servir de exemplo para muitas mulheres. Jacó amou Raquel desde o primeiro momento que a viu no caminho, estava disposto a fazer tudo pra ter Raquel, o amor de alguém não se conquista por causa de filho ou filhos, este exemplo está bem claro aqui, não é através de presentes, passeios e etc... o amor acontece dentro de nós.
Gn 29.32 E Léia teve um filho e colocou seu nome de Rúbens, dizendo: Porque o Senhor atendeu a minha aflição. Por isso agora me amará o meu marido.Léia estava muito enganada e o segundo filho mostra o quanto foi frustrante a primeira experiência de dar um filho a Jacó, pois estava muito mais aborrecida por ver que não tinha nada que ela pudesse fazer para mudar os sentimentos que dia após dia Jacó nutria por Raquel, Jacó já havia trabalhado por raquel durante sete anos e estava agora trabalhando mais sete e com uma soma de 14 anos a Raquel não é mais a mesma, a aparência não é a mesma, mas o amor de Jacó tem a mesma intensidade.
Queria resumir a primeira parte dessa história dizendo que Léia deu sete filhos a Jacó e mesmo assim não foi suficiente para ter o amor de seu marido, mesmo que Raquel tenha dado apenas dois. Queria chamar a atenção para o quarto filho, pois este Léia não teve na intenção de cativar o amor de Jacó, o quarto filho de Léia não foi para ter a atenção de seu marido, para ser honrada e respeitada por ele, mas o quarto filho chamado Judá foi por Léia motivo de louvor a Deus (Gn 29.35).
Quantas pessoas conhecemos frustradas e decepcionadas depois de fazer tanto por alguém e no fim não receber o valor devido do que fez? Quantas vezes fazemos algo a mais para agradar um líder ou um chefe no trabalho e por fim não recebemos o reconhecimento pelo que fizemos? O motivo de tanta frustração é porque deixamos de ser o que realmente somos para agradar alguém e não somos valorizados, quando as pessoas devem nos amar pelo que somos e não pelo que podemos oferecer a elas. Léia acreditou quando teve o primeiro filho que Jacó a amaria por dar a ele este filho, acreditou a segunda vez e a terceira vez e se frustrou.
Quantas pessoas não aprendem com a repetição das suas decepções que não se busca seu valor próprio na vida de alguém pelo que pode dar a outra pessoa e sim pelo que é de fato. Depois de tanto errar Léia muda de atitude e agora o filho que está esperando não será mais para Jacó e sim para louvar o nome do Senhor.
Como as coisas mudam de resultado quando fazemos para Deus e não para os homens, quero te encorajar a não mais dar frutos e não ver neles um motivo para se alegrar, o quarto filho de Léia se chama Judá e este filho tem uma importância toda especial pra nós.
Em Mt 1.1-6 temos alguns nomes conhecidos e dentre esses nomes alguns bem interessantes como o de Tamar,Raabe,Rute e o de Bate-Seba, mulheres com uma história não muito atraente no início, mas que tiveram suas histórias mudadas pelos planos maravilhosos de nosso Deus. Conhecemos a Jesus como Leão da tribo de Judá, mas ao perguntar as pessoas quem era a mãe de Judá ninguém soube me responder, por que será? Porque a história dessa mulher quase não é falada, na genealogia ela está presente, mas seu nome não.
Vivemos em uma época em que se ouve muito "Que Ele cresça e eu diminua, que Ele apareça...", mas será de fato isso uma realidade na vida das pessoas? Depois de ver o sofrimento da vida dessa mulher me questiono, ela não merecia ter ao menos seu nome citado para que todos saibam quem é a mãe de Judá? Será que depois de sofrermos tanto temos que sair do anonimato como muitos pregam? será que estar no palco nos faz maiores diante de Deus, quando o próprio Jesus disse que no Reino de Deus o maior é aquele que se faz o menor (Lc 22.24-30), Jesus chamou de maior profeta nascido de mulher o dono da frase "que Ele cresça e eu diminua" o homem que disse não ser digno de carregar as suas sandálias.
Jesus disse também que somos o sal da terra, dentre as muitas características do sal que podemos destacar vou falar do sal na comida, se estiver sem sal não gostamos do sabor, se estiver com sal fica gostosa, claro que sal moderado, porém sentimos o efeito do sal, o sabor do sal, o sal faz a comida ficar mais gostosa, porém não vemos o sal em nenhum momento. O crente sal não precisa ser visto, quando ele está presente sua vida faz diferença e quando ele não está todos sentem a falta dele, ele não precisa estar em destaque para que todos saibam da sua importância, com a Léia não é diferente, seu nome não está na lista genealógica de Jesus, mas ela está lá, o fruto de louvor que ela deixou (Judá) está lá.
Com esta palavra o que quero te dizer? Que não viva dependendo de elogios ou que seu valor não dependa do amor de outra pessoa, a princípio ame-se, busque encontrar o amor incondicional de Deus pelo que você é e não pelo que pode fazer ou oferecer, Deus te ama com a aparência que tem e do jeito que você é, valorize-se, você tem valor. Outra coisa, não faça nada na vida para receber elogios, elogios e homenagens podem acontecer, mas não se faça dependente disso pra se sentir bem.#PenseNisso💡
Realmente pouco se prega sobre Léia mais neste quarto filho fez toda diferença palavra bem abençoado, como eu digo Jesus fez a obra sem esperar recompensa dos homens os quais criticavam a cada dia mais fazia para o Deus soberano.
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