segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Santificação

   

   Quando abordamos o assunto santificaçaõ logo nos vem a mente as palavras de Josué “Santificai- vos hoje e amanhã farei maravilhas no meio de vós”, o que será que Josué estava propondo ao povo de Israel naquele momento? O que seria se santificar? E que maravilhas Deus operaria pela motivação do povo em se santificar?
   Entendo que santificar nossas vidas é nada mais do que intensificar nossa vida devocional a Deus, pois não podemos fazer além daquilo que está dentro de nossa capacidade, tipo, se jejuamos dois dias na semana por um período de 6 horas, agora jejuaremos por um período de 8 horas talvez umas 4 vezes por semana, se oramos apenas ao dormir, agora neste processo de santificação oraremos pelo menos 3 vezes ao dia e por aí vai. Uma vida de santificação é uma vida de aproximação de Deus de maior comunhão com o sobrenatural de Deus, ao passo que intensificamos nossa vida de devoção obtemos também novas e maiores experiências com um Deus que é Espírito.
   Santificar é abrir mão do carnal e material escolhendo como de maior relevância as bençãos espirituais, um grande exemplo disso é os jovens que foram lançados na fornalha na Babilônia, de onde viria toda aquela coragem? De onde viria toda a fé? Os jovens foram achados mais excelentes no meio dos demais judeus levados cativos e foi dado a eles privilégios, pois serviriam ao rei Nabucodonosor como oficiais do seu reino, porém na hora de se alimentarem não aceitaram comer do banquete oferecido pelo rei, eles abriram mão do carnal e material pelo simples legume. No mundo que vivemos não é diferente, está sempre diante de nós este grande banquete de pratos que nos contaminariam completamente e cabe a nós aceitá-los ou rejeitá-los pelo saudável legume que nos é suficientes para continuarmos sendo excelentes.
   Não foi diferente com eles, pois um dia renunciaram o banquete e na entrevista pessoal com o rei foram destacados como mais capacitados para assumirem cargos importantes nas províncias do rei, no dia do desafio de se dobrarem diante da estátua lá estavam eles, e todos nós sabemos como tudo aconteceu, porém eles estavam santificados, lembra das palavras de Josué? “Santificai-vos hoje e amanhã vereis maravilhas no meio de vós”, eles se santificaram e agora veriam maravilhas acontecerem nas suas vidas, quando nos santificamos e nos separamos, renunciamos o carnal e material pelo sobrenatural nos tornamos pra Deus disponíveis para ser usados para grandes obras.
   Em Hb 12.14- 21 temos uma outra palavra muito conhecida e citada quando o assunto é santificação “Segui a paz com todos e a santificação sem a qual ninguém verá a Deus”, seguir a paz com todos e ter o cuidado com a raiz de amarguras no meio de nós para não contaminar os demais dentro da igreja é uma das lições aqui apresentadas, pois a carta aos hebreus é direcionada aos “hebreus” e porque não a “Israel” ou carta aos “judeus”? Porque está claro que fala a um povo muito apegado a suas tradições e rituais, vemos em toda a carta aos hebreus explicações a respeito do verdadeiro e maior sacerdócio, sobre o verdadeiro e suficiente sacrifício e agora também sobre a forma que poderemos um dia ver ao Senhor, pois não será através de rituais e tradições vazias quando não existe comunhão entre irmãos. Quando o escritor fala da raiz de amargura ele está esclarecendo que é um mal no interior, algo que não está exposto para todos verem, como uma árvore que é arrancada, mas suas raízes permanecem vivas no fundo da terra, existem tipos de árvores que suas raízes crescem mais para baixo do que a própria árvore na superfície da terra, ou seja, fáceis de serem arrancadas por cima, mas pra arrancar as raízes precisa-se de muito trabalho, muita escavação, somente Deus pode fazer isso, muitos vivem com as “árvores” de amargura cortadas, mas com as raízes crescendo cada vez mais e pior raízes que se estendem aos terrenos vizinhos. O escritor aos hebreus fala sobre isso, fala das raízes que contaminam outras pessoas, exemplos daqueles que demonstram perdão, como se tivessem cortado a árvore, mas que pelos cantos murmuram e fofocam para amigos e irmãos suas indiferenças fazendo que outros adotem também suas indiferenças, santificar é limpar o terreno, tirar a árvore que está exposta, a cara feia que todos vêem, o mau- humor agressivo, assim como tirar pensamentos e más intenções do coração de fofocar para manchar a imagem de outrem contaminando outros irmãos.
   Este texto também vai falar de Esaú que em um momento de muita fome negociou algo sem preço por um simples prato de lentilhas, sem santificação perdemos a noção do valor das coisas espirituais e valorizamos as que alimentam a carne e fazemos isso sem pensar nas consequências. Quantos entram em roubadas e depois com as mãos na cabeça choram dizendo “Que besteira que fiz, como não pude pensar que acabaria assim?”. É o caso se Esaú, que vendeu sua primogenitura achando que aquele ato não faria diferença na sua vida, o perigo de viver uma vida desregrada e sem santificação é este, podemos em algum momento perder algo que não teremos condições de recuperar e sofreremos essa consequência pelo resto de nossas vidas.
   Outra citação neste texto é o fato de Moisés está no monte e o povo ter um limite de aproximação de Deus. Como seria ver um homem tão próximo a Deus e eu ficar de longe? Eu deveria me conformar com isso ou deveria desejar o mesmo, me santificar e tentar chamar a atenção de Deus para minha atitude, se Moisés tinha tanta intimidade Com Deus, se eu via seu rosto resplandecer de maneira sobrenatural ao descer daquele monte eu não devo murmurar contra ele, devo seguir seus passos, seguir seu exemplo, a Bíblia diz que onde moisés estava ali estava também Josué, após a morte de Moisés Josué foi tremendamente usado por Deus como um dia Moisés.
   Lembro-me de Moisés em seu primeiro contato com o Senhor, ele não sabia nem como deveria chamar ao Senhor, disse não ser capaz de fazer o que Deus o estava chamando pra fazer e mais ainda, Moisés se escondeu da face do Senhor porque temeu olhar para Deus (Ex 3.6), essa é a atitude de alguém que reconhece seu pecado, que reconhece que sua vida não está em conformidade com as coisas de Deus e por isso não pode se aproximar de Deus, atitude semelhante a de Isaías (Is 6), e de Pedro (Lc 5), reconheceram que não estavam em condições de estarem próximos de Deus por que sabem o quanto o pecado os afastam de Deus (Is 59.2). Mas também vemos com o passar do tempo na vida de Moisés, no crescimento de sua comunhão com Deus o quanto as coisas mudam, esse é o processo de santificação, um dia não nos achamos dignos de estar perto de Deus por sentirmos o nosso pecado e em outro momento depois do processo de santificação declaramos ao Deus que temíamos ver “Senhor mostra-me a tua face!” (Ex 33.18). Quando entramos no processo da santificação percebemos que outros que não entram pelo mesmo processo acabam ficando no caminho, nos tornamos ousados e não nos conformamos em estar na margem da fé desejando sempre ir mais para a profundidade da vida com Deus, buscando novas experiências com Ele.

Sei o quanto é difícil e desafiador este tema e viver de acordo com esta palavra nos dias de hoje, muitos são os banquetes diante de nós, pratos dos mais variados, mas que neste processo de santificação possamos nos ver cada vez mais próximos de Deus além da linha do limite estabelecido para aqueles que não tinham a mesma comunhão que moisés, que possamos cada dia nos ver mais alto neste monte, ouvindo cada vez mais perto a voz de Deus, que deixemos de ouvir trovões e possamos ouvir a doce voz de um Deus que ama aqueles que buscam em santidade a sua presença.

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