(Pregação desse texto em minha igreja)
No Evangelho que
escreveu Lucas no capítulo 4.16 Jesus entra em uma sinagoga na cidade onde foi
criado, Nazaré, e provavelmente é recebido como um Rabi, tendo então a
oportunidade de ler as Escrituras. Cada dia seguiam uma ordem de leitura e
naquele dia foi entregue a Jesus um rolo com a parte do Livro do profeta Isaías
que dizia:
“O
Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para pregar boas
novas aos pobres, para proclamar liberdade aos presos, recuperação de vista
aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor”
Lc 4.18/Is 61
Lc 4.18/Is 61
Antes de chegar em Nazaré Jesus já havia espalhado
sua fama por onde havia passado e as pessoas o elogiavam por conta da diferença
com que Ele transmitia a mensagem do Reino de Deus.
Não foi
diferente em Nazaré, após ler aquele texto das Escrituras todos mantiveram seus
olhos fixos nele, Jesus disse que naquele dia as Escrituras haviam se cumprido,
pois era dele que testificavam.
“Vocês
estudam cuidadosamente as Escrituras, porque pensam que nelas vocês têm a vida
eterna. E são as Escrituras que testemunham a meu respeito.”
Jo 5:39
Jo 5:39
Todos falavam
bem dele e estavam admirados com as palavras que saíam de seus lábios, mas
perguntavam: “Não é esse filho de José?”.
Essa maneira
de enxergá-lo se tornou para eles um grande impedimento para que não recebessem
as bençãos contidas nele e que são alcançadas através da fé, é muito importante entendermos que a medida da expectativa que temos em Jesus define muito o que dele receberemos. Eles apesar de verem
uma enorme diferença de Jesus para os demais mestres da Lei, não conseguiam
ignorar o fato de Ele ser um homem normal, porque todos o conheciam.
Foi aí que
Jesus disse que um profeta não é aceito em sua terra. Ele ainda foi mais longe
ao falar da viúva de Sarepta e sobre a cura do leproso Naamã que era sírio, ou
seja, Deus poderia fazer milagres na própria terra de Israel, mas o coração do
povo estava fechado para crer.
Todos ficaram
furiosos ao ouvir isso, eram verdades difíceis de serem ouvidas, mas lembre-se,
esse foi o propósito de Deus para a vinda do seu Filho:
“Pregar boas
novas aos pobres, para proclamar liberdade aos presos, recuperação de vista aos
cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor.”
Gostaria de
falar sobre um outro evento que envolvem tanto a obra de Jesus na vida dos
homens, como a nossa missão de proclamá-lo e fazê-lo conhecido, principalmente para
aqueles a quem temos mais proximidade.
João Batista
era o profeta enviado por Deus para preparar o caminho do Messias, ele era
também primo de Jesus, mesmo assim Deus o revelou de forma gloriosa para que
tivesse convicção de que Ele era realmente o Cristo.
“No dia seguinte João viu Jesus aproximando-se
e disse: "Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!
Este é aquele a quem eu me referi,
quando disse: Vem depois de mim um homem que é superior a mim, porque já
existia antes de mim.
Eu mesmo não o conhecia, mas por isso é
que vim batizando com água: para que ele viesse a ser revelado a Israel".
Então João deu o seguinte testemunho:
"Eu vi o Espírito descer do céu como pomba e permanecer sobre ele.
Eu não o teria reconhecido, se aquele que
me enviou para batizar com água não me tivesse dito: ‘Aquele sobre quem você
vir o Espírito descer e permanecer, esse é o que batiza com o Espírito Santo’.
Eu vi e testifico que este é o Filho de
Deus".
Jo 1:29-34
Jo 1:29-34
João não
apenas tinha convicção de que Jesus era o Cristo, ele entendia que sua missão
era fazer discípulos para Ele, dois de seus discípulos se tornaram principais
no grupo de discípulos que seguiam Jesus por toda parte, sendo eles André
(irmão de Pedro) e João (irmão de Thiago) Jo 1.35-39.
Por isso João
foi destacado por Jesus como sendo o maior de todos os profetas, ele cumpriu
com excelência sua missão de anunciar a chegada do Messias, sua mensagem era de
arrependimento, 100% cristocêntrica.
Mesmo assim alguns
dos seus discípulos não conseguiram aceitar o fato de que Jesus era maior do
que João, chegavam até a ficar incomodados com o fato de mais gente estar
seguindo Jesus do que seu mestre João (Jo 3.22-36).
João acabou sendo
preso por conta da mensagem que entregou a Herodes, este havia tomado para si
Herodias, mulher de seu irmão, dentre outras coisas, após ser preso e ouvir da
prisão o que Cristo estava fazendo enviou seus discípulos para lhe perguntarem.
“És tu
aquele que haveria de vir ou devemos esperar algum outro?”
Mt 11.3
Nesta
pergunta nós encontramos duas interpretações, uma mais usada do que a outra,
vamos para a mais usada.
1° Interpretação
1° Interpretação
De acordo com
alguns intérpretes dessa parte da biografia de João, este questiona Jesus neste
momento por conta da prisão, pois para quem interpreta dessa maneira, João teve
sua convicção abalada por conta da provação do cárcere e da possível execução que
sofreria. Nesta forma de interpretação temos um João Batista com uma fé condicionada a uma vida
sem problemas no ministério, diferente dos demais profetas do AT que sempre sofreram resistência e até a morte por entregarem a mensagem de Deus, nela João esperava que Cristo o libertasse do
cárcere, quando ao contrário disso, mantinha seu foco na missão.
De fato até hoje existem muitos casos assim na vida daqueles que seguem a Jesus, e talvez seja essa a forma mais usada de interpretação, pois interpretamos de acordo com nosso contexto e realidade pessoal, pois enquanto
tudo está bem, Jesus é realmente e sem dúvidas o Senhor de nossas vidas, mas
quando as coisas apertam e não vemos nenhum sinal de intervenção de Jesus, começamos a esfriar na fé que tínhamos e questionamos o poder de Deus.
Temos alguns exemplos de discípulos que se decepcionaram com Jesus por não o verem fazer o que acreditavam e esperavam que Ele fizesse, exemplos básicos disso são os discípulos no caminho de Emaús, acreditavam que Jesus era um profeta, poderoso em palavras e obras dante de Deus e que iria trazer redenção ao povo de Israel referente ao domínio romano, mas quando Jesus foi crucificado a fé foi completamente abalada (Lc 24.13-21), a fé deles era condicionada a realização de coisas que eles queriam e não do cumprimento do propósito de Deus que são mais altos do que os nossos.
2° Interpretação
Temos alguns exemplos de discípulos que se decepcionaram com Jesus por não o verem fazer o que acreditavam e esperavam que Ele fizesse, exemplos básicos disso são os discípulos no caminho de Emaús, acreditavam que Jesus era um profeta, poderoso em palavras e obras dante de Deus e que iria trazer redenção ao povo de Israel referente ao domínio romano, mas quando Jesus foi crucificado a fé foi completamente abalada (Lc 24.13-21), a fé deles era condicionada a realização de coisas que eles queriam e não do cumprimento do propósito de Deus que são mais altos do que os nossos.
2° Interpretação
Agora temos a
segunda interpretação dessa pergunta que João faz para Jesus através de seus
discípulos, vale a pena observarmos que mesmo no cárcere os relatos sobre os
feitos de Jesus continuavam sendo notificados a João, provavelmente por seus
discípulos que não o abandonaram, nem mesmo quando foi preso.
Agora ao questionar
Jesus se ele realmente era o messias ou se deveria esperar outro, não fazia
isso porque duvidava, já que temos algumas referências de que não havia dúvidas
sobre isso em seu coração, pois o próprio Deus o havia revelado.
João estaria fazendo
esse questionamento não por si, mas para que seus discípulos tivessem a mesma
convicção, ele os estava estimulando a ir em busca dessa verdade, pois mesmo
estando em prisão não tomaram a decisão de seguir a Jesus.
Nossa missão
em preparar o caminho para o Senhor é bem semelhante a de João, ele acaba se tornando
um dos maiores referenciais de pregadores por todos os tempos, com sua mensagem
cristocêntrica e de arrependimento, se esvaziando de toda glória no reconhecimento
do sucesso de seu ministério, entendia que Jesus deveria crescer e ele
diminuir. Temos uma missão quanto igreja, anunciar o Reino de Deus, preparando
o caminho para a volta de Jesus e fazê-lo conhecido em todas as nações.
Por isso ao
chegarem seus discípulos até Jesus e questionarem-no, Jesus não disse que sim
ou que não, mas realizou grandes feitos e disse que deveriam anunciar a João o
que estavam vendo e ouvindo:
“os
cegos vêem, os mancos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os
mortos são ressuscitados, e as boas novas são pregadas aos pobres;
e feliz é aquele que não se escandaliza
por minha causa".
Mt 11:5,6
Mais uma vez
temos uma questão parecida com o que aconteceu na cidade de Nazaré, no que
parece, os discípulos de João tinham alguma consideração por Jesus, mas não
concebiam a ideia de que este era maior que seu mestre, mas agora puderam
testemunhar com seus próprios olhos que apesar de João ser um grande homem de Deus,
Jesus era o Filho de Deus.
Após saírem os
discípulos de João, Jesus começou a falar sobre ele, mas não que este havia
sido um grande homem e agora havia desanimado na fé, no que parece Jesus nem
quis enaltecer João na frente deles, mas deixou claro que João não era um homem
fraco em suas convicções, se João tivesse desacreditado que Jesus era o Cristo
ao questioná-lo ele deixaria de ser um referencial, quanto mais o “Elias” que
havia de vir do qual falou Malaquias (Ml 4.5) e que Jesus deixou bem claro que
tal profecia se referia ao próprio João.
O que tento
fazer ser entendido é que bem diferente da primeira interpretação, João não duvidou,
pelo contrário, enquanto pôde, usou os meios que conseguiu para mostrar que era
Jesus que deveria ser seguido e não ele.
Seria um erro
não reconhecermos esse João fiel até a morte, assim como foi um erro o povo de Nazaré
não reconhecer Jesus como Filho de Deus.
Pois
veio João, que jejua e não bebe vinho, e dizem: ‘Ele tem demônio’.
Veio o Filho do homem comendo e bebendo, e
dizem: ‘Aí está um comilão e beberrão, amigo de publicanos e "pecadores”’.
Mas a sabedoria é comprovada pelas obras que a acompanham".
Mt 11:18,19
Precisamos
pensar sobre tudo isso, sobre a forma que cremos no Filho de Deus, se do nosso
Jeito ou se da forma como as Escrituras testificam dele, pois só poderemos
produzir os frutos verdadeiros do Reino de Deus em nossa vida se nossa fé for
autêntica, não de acordo com o que julgamos ou interpretamos com nosso ponto de
vista.
“Quem crer em mim, como diz a Escritura,
do seu interior fluirão rios de águas vivas.”
Jo 7.38
Outra coisa é, em qual das duas interpretações sobre a pergunta de João você se enquadra? Quem sabe Deus quer te tirar da primeira e te colocar na segunda, onde você não se deixa abalar e parar seu ministério por conta das dificuldades que se apresentam.
Outra coisa é, em qual das duas interpretações sobre a pergunta de João você se enquadra? Quem sabe Deus quer te tirar da primeira e te colocar na segunda, onde você não se deixa abalar e parar seu ministério por conta das dificuldades que se apresentam.
#PenseNisso
#DeusTeAbençoe
Glória Deus palavra Maravilhosa
ResponderExcluirQue Deus continue te dando graça meu querido amigo.
Muito interessante a comparação dos dois pontos de vista! Da mesma passagem! É realmente curioso a atitude de João!
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