Lm 3.39 (BLH)- Por que nos queixarmos da
vida quando somos castigados pelos nossos pecados?
Esta
pergunta pode soar simples, quando pensamos na forma mais direta sobre as
consequências de erros recentes, mas gostaria de com esse texto trazer uma
reflexão mais aprofundada deste questionamento, talvez com essa visão mais estendida
e uma melhor compreensão das consequências do pecado possamos encontrar um
caminho direto para uma verdade que trará uma paz que não encontraríamos em
nenhum outro lugar a não ser na palavra de Deus, na revelação do Filho de Deus.
O profeta
Jeremias, também conhecido como profeta chorão, isto porque relata por exemplo
neste livro sua lamentação por Jerusalém, por seu povo, pois foi completamente
vencido pela Babilônia, Jeremias está testemunhando sobre o rastro de
destruição que ficou em sua terra. Tudo isso aconteceu após muitas profecias
que haviam servido de alerta para o povo, para que deixassem o pecado, ou
sofreriam um juízo que abalaria fortemente a nação de Israel.
Jeremias ao
falar sobre as consequências deste pecado, questiona aos questionadores, pois
não havia o por que questionar a destruição, nem o cativeiro, todos deveriam se
humilhar, bater no peito e reconhecer que estavam vivendo as respostas das
sementes que plantaram durante muitos anos de desobediência a Deus.
As
consequências do pecado são sempre amargas, diferente do prazer de pecar quando
este ainda não revela os frutos, ninguém deseja ou planeja viver as sensações
ou os prejuízos causados pelo pecado, as vezes ele destrói de imediato, as
vezes ele prejudica à longo prazo, vemos pessoas vivendo na prática do pecado
durante anos, sempre sorrindo, enriquecendo, cheios de prazer, porém o pecado
sempre trará consequências e uma hora o homem que vive preso a ele sofrerá as
consequências amargas de uma vida separada de Deus como Israel que mesmo sendo
seu povo escolhido não teve como fugir.
Você sabe
lidar com as consequências dos seus erros?
Eu seria
hipócrita se eu tratasse disso como se fosse algo bem simples, entendo que não
deve ser simples pra ninguém as lágrimas que são derramadas quando vivemos este
tempo de dor, acredito que na mente de muitos a mesma coisa fica “martelando”...
“Ah se eu pudesse voltar no tempo, eu faria
tudo diferente...”
Talvez
seja interessante olharmos para essa situação com a devida maturidade, não deve
realmente ser simples para ninguém viver as duras consequências de erros
cometidos, porém devemos reconhecer que somos nós os principais causadores
delas. Desde o Édem algo vem acontecendo com os homens, sempre procurando
justificar seus erros, transferindo a responsabilidade de tê-los cometido por
conta de outra pessoa. Não sei você, mas eu já vi pessoas falando em momentos
de ira de coisas erradas que iriam fazer (nem haviam feito ainda), que essas
coisas eram culpa de alguém que a magoou ou algo parecido. A decisão de pecar é
sempre de cada um de forma particular, porém as consequências do pecado são tão
destruidoras que sempre prejudica além daquele que cometeu.
Hoje vemos
muitos problemas em nossa sociedade, vemos famílias desestruturadas,
profissionais sem ética e responsabilidade, sofremos com a falta de referências
em todas as áreas da nossa sociedade, não temos noção de como isso vai
prejudicar a próxima geração, as tragédias que vivemos hoje já são os frutos
plantados na geração anterior. Vou dar um exemplo para que possamos entender
melhor essa situação.
Vemos
casais de jovens apaixonados, apesar de estar claro de que não estão preparados
para assumirem um relacionamento, vemos a insistência no namoro, pois dizem se
amar. Estes jovens estão tão apaixonados que se entregam um ao outro
sexualmente, acreditam que não devem se privar de se amarem mais profundamente,
já que o que sentem é verdadeiro.
Temos duas
possibilidades para este casal, ou a moça vai engravidar antes de casar e isso
vai trazer marcas profundas na reputação deles, mais da moça do que do rapaz,
ou eles vão casar já com uma vida sexual ativa, mesmo que ninguém saiba,
estarão levando para o matrimônio consequências inevitáveis ao que viveram
anteriormente.
O que eu
gostaria de mostrar com este exemplo, é que independente de terem casado, um
papel assinado por um homem (juiz), não pode resolver as questões espirituais
sobre o pecado. Sendo assim muitos são os casos de casais que vivem problemas
dos mais variados e que vivem questionando o por que de tudo isso lhes
acontecerem. Questionamos o comportamento de alguns jovens hoje, quando vamos
tratar as questões, vemos um histórico de separação dos pais, vemos a falta de
cuidado em uma fase importante de suas vidas, sem perceberem, os pais estavam
semeando coisas negativas no coração de seus filhos, formando tantos tipos de
caráter negativo que no futuro os farão viver grandes dilemas, onde terão de
lutar na maioria das vezes sozinhos para viver uma restauração em suas vidas.
Nisto passamos a entender os grandes problemas sociais, são frutos de sementes
que tem sido lançadas.
Talvez você
possa me dizer também que existem algumas situações que são difíceis de
entender, que não tem como explicar dessa forma, talvez você diga que é fácil
entender que um motorista ficou paraplégico após dirigir bêbado em alta
velocidade, mas talvez seja difícil entender que este mesmo motorista talvez
não tenha sofrido nada grave, enquanto alguém que não estava bêbado na calçada
foi atropelado por ele e ficou paraplégico.
Como entender
isso? A consequência do erro não foi dada a quem merecia? Houve um erro de Deus
ou uma injustiça?
Quero que veja este
versículo com um olhar mais específico sobre tudo o que tenho já comentado.
Jo
9.1-3 (NVI) – Ao passar, Jesus viu um cego de nascença.
Seus discípulos lhe perguntaram: “Mestre quem
pecou: este homem ou seus pais, para que nascesse cego?”
Disse Jesus: Nem ele e nem seus pais pecaram,
mas isso aconteceu para que a obra de Deus se manifestasse na vida dele.
Com toda a
certeza os discípulos estavam questionando sobre a doença como a consequência
de um pecado cometido, eles não estavam blefando como alguns pensam, talvez nem
usando de um questionamento segundo alguma doutrina pagã como a encarnação, mas
usando do próprio conhecimento da lei que dizia:
Ex
20.5 (NVI) – Não te prostrarás diante deles, nem lhes prestarás culto, porque
eu, o Senhor, o teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelos pecados
de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam.
Fica muito
claro aqui que havia um juízo estabelecido por Deus de que os filhos sofreriam
as consequências dos erros cometidos por seus pais. Porém fica também muito
claro quando o Senhor disse que cada um daria conta de si mesmo.
Ez
18.19-20 (NVI) – “Contudo, vocês me perguntam: ‘Por que o filho não partilha da
culpa de seu pai?’ Uma vez que o filho fez o que é justo e direito e teve o
cuidado de obedecer a todos os meus decretos, com certeza ele viverá.
Aquele que pecar é que morrerá. O filho não
levará a culpa do pai, nem o pai levará a culpa do filho. A justiça do justo
lhe será creditada, e a impiedade do ímpio lhe será cobrada.
Como
entenderemos as duas verdades que parecem incoerentes?
Precisamos
entender que existe uma resposta correta para a indagação dos discípulos em
João 9, nem o cego pecou e nem os seus pais, Jesus disse que foi assim para se
cumprir nele as obras de Deus, porém eu queria dar uma resposta dentro da
resposta de Jesus, mas que não nos aparece claramente, uma resposta que pode
ser dada tanto para um cego de nascença, como pra qualquer situação que não
consigamos entender onde foi o erro para que haja uma tão dura consequência.
Por exemplo:
Quem pecou, ele ou seus pais para que fosse
assim?
Adão pecou.
Paulo também nos
explicou isso com o devido cuidado ao dizer:
Rm
5:12-14 (NVI) -- Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um
homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens,
porque todos pecaram;
pois
antes de ser dada a lei, o pecado já estava no mundo. Mas o pecado não é levado
em conta quando não existe lei.
Todavia,
a morte reinou desde o tempo de Adão até o de Moisés, mesmo sobre aqueles que
não cometeram pecado semelhante à transgressão de Adão, o qual era um tipo
daquele que haveria de vir.
Este entendimento
precisa ficar muito bem esclarecido em nossa mente e coração, pois existem
consequências hoje em nossa vida daquilo que fazemos e existem consequências
daquilo que já foi feito por Adão no Éden, as consequências são mais terríveis
do que geralmente podemos entender e até aceitar. É muito difícil aceitar a
morte de um bebê, pais que esperam por longos meses até aquele momento único de
ter em seus braços o filho esperado, quando no parto algo acontece e a criança
vem a óbito, porém é muito mais aceitável a morte da vozinha de 80 anos, que no
final de sua vida já contraía diversas complicações em sua saúde e seus
familiares até se contentam ao pensar que é o melhor pra ela morrer logo para
não sofrer tanto.
Nossos sentimentos
e emoções de fato não sabem lidar com morte, nossa consciência muito menos,
pois nem o bebê e nem a vozinha deveriam morrer, o pecado foi quem truxe isso,
não existe melhor ou pior morte, nenhuma delas estava dentro do plano de Deus
para o homem, pelo contrário, Deus o alertou sobre as consequências do pecado.
Gn
2.17 – Mas não como da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em
que dela comer, CERTAMENTE VOCÊ MORRERÁ.
Assim como
um pai não tem noção das consequências e dos prejuízos que uma traição que
resultará em uma separação causará em seu filho anos depois, Adão não tinha
noção do quanto as gerações posteriores sofreriam, por isso uma boa resposta
para a pergunta dos discípulos seria essa, ADÃO
PECOU.
Porque Adão
pecou, Caim matou seu próprio irmão, Caim nessa história é o homicida culpado,
como o motorista bêbado em alta velocidade.
Porque Adão
pecou Abel morreu assassinado, assim como um homem inocente na calçada
atropelado por um motorista bêbado.
Esta é a
clareza que a Bíblia nos dá de como as coisas mudaram não só na vida de Adão e
Eva ao serem expulsos do jardim, mas na vida de seus filhos e filhos de seus
filhos até que chegasse a nós.
Podemos ter
um melhor ponto de vista ao olharmos para situações como a do cego em João 9, o
ponto de vista de Jesus, que vê aquilo que é trágico e terrível, mas não vê o
fim e sim uma possibilidade de manifestar as obras de Deus.
Ezequiel quando fala sobre o pecado do pai não
recair sobre o filho, também fala da obra de Deus quando os homens decidem se
desviar do pecado.
Ez
18.21 – “ Mas, se um ímpio se desviar de todos os pecados que cometeu e
obedecer a todos os meus decretos e fizer o que é justo e direito, com certeza
viverá; não morrerá.
Ez 18.23a – Teria eu prazer na morte do
ímpio?
Sempre
existiu uma saída de escape para o homem que estava preso ao pecado, decidir se
desviar do pecado (arrepender-se) e obedecer os decretos (Lei), porém o homem
pela Lei não encontrou a vida, pelo contrário, ao não conseguir obedecê-la, se
tornou um transgressor da Lei e pecador, mas Deus tinha um plano, uma forma de
redimir os homens criando um segundo Adão, um homem como o primeiro, sem
pecados, que agora teria a sua própria “Árvore do conhecimento para servir de
provação” o “mundo”.
Rm 5:16-19 -- Não se pode comparar a dádiva
de Deus com a conseqüência do pecado de um só homem: por um pecado veio o
julgamento que trouxe condenação, mas a dádiva decorreu de muitas transgressões
e trouxe justificação.
Se pela transgressão de um só a morte reinou
por meio dele, muito mais aqueles que recebem de Deus a imensa provisão da
graça e a dádiva da justiça reinarão em vida por meio de um único homem, Jesus
Cristo.
Conseqüentemente, assim como uma só
transgressão resultou na condenação de todos os homens, assim também um só ato
de justiça resultou na justificação que traz vida a todos os homens.
Logo, assim como por meio da desobediência de
um só homem muitos foram feitos pecadores, assim também, por meio da obediência
de um único homem muitos serão feitos justos.
Jesus é a
resposta de Deus às consequências que o pecado nos trouxe, sejam elas de coisas
que fizemos, ou do grande erro de Adão, o que Adão fez foi um grande pecado,
mas não se compara ao que o segundo Adão fez, pois foi muito maior.
Rm
5:20b -- Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça.
Tudo que
Deus criou era perfeito, Ele mesmo disse que era muito bom, muitas coisas que
vivemos, vivemos como consequência de um erro que foi cometido a muito tempo. Eu
gostaria de sugerir um outro texto que eu escrevi sobre a bondade de Deus, está
no meu blog também, “ De onde vem as coisas ruins”.
É muito
importante saber lidar com as consequências do pecado, isso pode te
proporcionar um melhor relacionamento com Deus, quando Jesus veio a terra,
muitos homens eram perfeitos fisicamente, mas espiritualmente, todos estavam
como aquele cego, só que espiritualmente, cegos e mendigos espirituais, mas
quando Jesus nos encontrou, Ele nos tirou de um lugar que sozinhos não
conseguiríamos sair e na terra não havia ninguém que pudesse nos tirar de lá.
Que você
também venha ter este encontro com Jesus e que sua vida também seja
completamente transformada pela sua abundante Graça.
#PenseNisso
#DeusTeAbençoe