Um encontro, uma chamada, vida transformada.

O capítulo 2 de Marcos contém um detalhe preciosíssimo, um detalhe sobre a forma como o amor de Jesus alcança as pessoas, vemos a dificuldade e a "aparente facilidade" que as pessoas tem suas vidas mudadas pela benção do encontro com Jesus de Nazaré.
  Na primeira história vemos um paralítico que foi levado por seus amigos até o lugar onde Jesus estava na cidade de Cafarnaum, chegando na casa onde Jesus ensinava a palavra encontraram uma dificuldade que podia não somente trazer desesperança ao paralítico, este que nem ali fora da casa poderia estar se dependesse exclusivamente dele, mas aquela multidão que enchia o lugar poderia trazer desânimo até mesmo aos amigos que o levaram ali.
  Existe uma frase muito citada pelos lugares que passo, "quando não queremos algo arrumamos uma desculpa, mas quando queremos, arrumamos um jeito". Os amigos do paralítico queriam muito levá- lo até Jesus e estavam dispostos a fazer o que fosse preciso para isso.

  Pense comigo em uma coisa...
  Que tipo de pessoas queremos como amigos?
  Ou, o que estaríamos dispostos a fazer por alguém que julgamos ser nosso amigo?

  Essa história me chama muita atenção, pois geralmente vamos encontrar na nossa vida pessoas que ou são incrédulas ou que em sua maioria tem sua fé e sua perseverança no que diz respeito a si mesmas, mas estes AMIGOS do texto nos deixaram muitas provas de uma amizade que deve ser copiada como um exemplo. Eles não pararam diante da dificuldade, mesmo não sendo eles a sentir na pele a dificuldade do amigo paralítico, eles não desistiram, buscaram uma forma de levar o homem até Jesus.
  Hoje queria te dar um conselho, uma forma de provar sua amizade por alguém, leve essa pessoa até Jesus, mesmo que pareça ser impossível chegar até Ele por todas as dificuldades que possam existir.
  Eu não sei como conseguiram, eu não sei qual o tamanho da dificuldade, mas dentro da persistência em acreditar em Jesus e em acreditar que conseguiriam, eles conseguiram, subiram o homem paralítico no telhado e após destelharem a casa, desceram o homem, que teve um encontro com Jesus e foi curado.
  Uma coisa me chama muito a atenção neste texto, estes AMIGOS estavam tão certos de que Jesus faria algo que não mediram consequências para os meios pelo qual chegariam até o Senhor. Pense comigo se não seria considerado um ato de vandalismo alguém chegar na casa de outro e destelhasse a casa? Eles simplesmente fizeram isso sem pensar duas vezes. Diante disso eu penso nos comentários de alguns, talvez uns diziam que eles não tinham ética, ou reverência, que estavam atrapalhando o culto, estavam se arriscando em cima de um telhado, a ponto de caírem... São inúmeras as coisas que alguém poderia dizer destes homens, até mesmo que estavam colocando o paralítico em perigo, pois este não poderia fazer nada se caísse ali de cima, talvez alguém poderia dizer "já não basta ser paralítico? Querem que ele quebre mais alguma coisa? A cabeça por exemplo?".
  Se analisarmos essa história, iremos observar diversas dificuldades e impossibilidades, mas devemos observar o que Jesus observou naquele dia...

" E Jesus vendo a fé que ELES tinham (Mc 2.5)"

  Jesus observou de uma forma que talvez nós não observaríamos, talvez nossa ética não nos permitisse enxergar que as vezes os meios que nós julgamos serem os corretos para alguém alcançar milagres, nossos rituais e liturgias nem sempre são os meios pelos quais alguém alcançará ao Senhor, pelo contrário, talvez aquele homem se fosse esperar uma senha, ou a chance de passar pela porta, talvez não conseguiria. Não estou dizendo que as coisas no Reino de Deus são desregradas ou desorganizadas, mas que a fé e persistência nos fazem tomar caminhos que naturalmente não andaríamos, andar por fé nos faz acreditar que antes do grande milagre da cura, conseguiremos colocar um homem paralítico em cima de um telhado, antes de estar aos pés do Senhor, conseguiremos destelhar uma casa e descer ele em segurança, acreditar no milagre é também acreditar que conseguiremos caminhar toda a estrada até o milagre, mesmo que essa esteja cheia de dificuldades e impossibilidades.
  A vida do paralítico foi completamente transformada naquele dia, aquele encontro que os amigos proporcionaram a ele mudou toda a sua história, apesar das grandes dificuldades ele foi alcançado pela Graça salvadora.
  Agora vamos observar a História de Levi que também é chamado de Mateus, este que estava na alfândega, exercendo sua profissão de cobrador de impostos, na vida deste que se tornou um grande discípulo, autor até de um dos evangelhos, muito diferente da situação do primeiro homem que era paralítico, vemos uma transformação de vida simplesmente a partir de um convite ou podemos chamar de um apelo (Como aqueles ao fim de uma pregação).
  Na nossa caminhada cristã, em meio aos muitos evangelismos, visitas, convites, em meio a nossa insistência com nossos amigos e familiares para entregarem suas vidas pra Jesus, vemos o quanto é difícil ganhar uma pessoa para Cristo, até mesmo em um culto que conseguimos levar uma pessoa na igreja, vemos o quanto é difícil em algumas vezes essas pessoas estarem sensíveis ao Espírito Santo para serem convencidas a entregarem suas vidas para o Senhor, a mesma Palavra que convence alguns em um culto parece não surtir efeito em outros.
  Mas ao olhar para a chamada de Levi fico maravilhado com a história, pois Jesus pulou as partes da pregação que geralmente aprendemos ao estudarmos teologia  sobre como preparar um sermão, preparamos a introdução, desenvolvimento e conclusão, Jesus pulou as etapas e fez simplesmente o apelo e Mateus deixou tudo o que estava fazendo, levantou e o seguiu.

  "A diferença não está na beleza ou inteligência de uma pregação, está na sensibilidade de quem ouve e entende que Jesus o chama. Não depende de quem fala e sim se é possível ouvir através de quem fala, a voz de Jesus"

  Este foi o sermão mais simples que eu já vi, "siga-me!". A decisão de Levi mesmo diante deste sermão simples o fez ser um discípulo até sua morte e morte por martírio. Nossa decisão de deixar o mundo e seguir a Cristo não deve ser abalada diante das dificuldades que possam surgir na caminhada, devemos seguir até o fim, mesmo que a dor ou uma morte dolorosa nos esteja determinada.
  Ser um cobrador de impostos e ter o nome de Levi faz dele um paradoxo humano para seu povo, pois a história de Levi, ou dos levitas era que, estes seriam separados para a obra de Deus, que a herança deles era exclusivamente o Senhor, eles viveriam das ofertas que eram entregues pelo povo no tabernáculo e posteriormente no templo, Levi agora era um funcionário do império Romano, trabalhava diretamente com o dinheiro que arrecadava dos seus compatriotas, por isso era por todos considerado um traidor da nação, os publicanos eram considerados uma das piores classes de pecadores para os judeus e Levi estava incluído nessa classe. Tenho certeza que ao crescer todos falavam sobre o significado de seu nome, sobre o que ele representava na história de seu povo, todo levita seria um servo a serviço de Deus, que os levitas tinham condições de se tornarem sacerdotes, só que agora Levi estava sentado atrás de uma mesa como cobrador de impostos a serviço de Roma. Em um olhar natural, aquele era um bom emprego, lhe trazia uma posição de conforto, financeiramente falando, porém que o afastava de sua origem, da origem de seu nome diante de sua fé e devoção a Deus. Talvez Levi tinha uma vida que muitos desejavam, prosperidade material, mas também um vazio. Pelo desenrolar da história entendo que havia em sua alma um forte desejo de deixar tudo para ter novamente comunhão com Deus, talvez o desprezo dos judeus e principalmente dos religiosos o faziam acreditar que ele nunca mais teria um lugar junto ao Pai, por isso o apelo de Jesus foi suficiente naquele dia, pois no coração de Levi existia uma certeza, a certeza de que ele não foi criado para estar atrás daquela mesa, que sua vida não se resumia a ser um homem rico, principalmente se essa riqueza o afastava da comunhão com Deus.
  Ele ouviu o chamado, ele não pensou duas vezes, ele se levantou, deixou tudo pra trás e seguiu a Jesus, não perdeu aquela oportunidade.
  Tens ouvido o chamado de Jesus?
  Caso tenha ouvido esse chamado através dessa leitura, entregue-se completamente à Ele neste dia e nunca mais deixe de segui-lo.
  Quem diria o pecador Levi, aquele que costumávamos ver atrás de uma mesa como publicano, este mesmo ser o autor do primeiro livro do Novo Testamento a falar a história do Salvador!!! Assim pode ser na sua vida, hoje em um lugar onde ninguém acredite que possa mudar de vida, mas quem sabe ainda será um grande pregador e anunciante das boas novas!!!
  Deus te abençoe!!!