quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A culpa pela perda de um irmão

Texto de referência Gn 37.18-30 A Bíblia nos mostra uma história emocionante e dentro desta história a vida de um de seus participantes dia após dia vivendo com a culpa martelando em sua consciência pela perda de seu irmão. Estamos falando de Rúben, o primeiro filho de Jacó, só que com Léia a esposa que Jacó se casou sem interesse. Rúben por ser o primeiro filho foi a maior testemunha do sofrimento de sua mãe por não ser a preferida, sofreu por ser o filho da esposa que seu pai não amava e com certeza sentiu muita tristeza quando José, filho de Raquel, esposa que seu pai mais amava nasceu tomando para si toda a atenção de seu pai isso por muitos anos seguidos, o número de irmãos era grande e Rúben sendo o irmão mais velho, ainda que não tendo toda a atenção esperada deveria dar proteção, cuidado aos demais. Rubén comete erros graves, erros que o fazem diante de seu pai perder toda a credibilidade, Rúben fere a confiança de seu pai quando o desrespeita ao se deitar com Bila, serva de Raquel, que deu a Jacó para ter filhos através dela. A vida de Rúben diante de seu pai foi marcada por um erro gravíssimo e agora diante desta situação com José Rúben se sente completamente culpado. Todos nós sabemos que José era um filho especial para Jacó, todos nós sabemos que seu pai o amava e tinhas planos para ele, não apenas Jacó, mas o próprio Deus já se manifestava ao menino dando sonhos de revelações para seu futuro. No dia em que José foi em busca de seus irmãos no deserto os eles planejaram a morte de José e não apenas dele, mas de seus sonhos também (Gn 37.20), vemos nesta palavra que não apenas a nossa vida incomoda, mas nossos sonhos na maioria das vezes incomoda muito mais aqueles que dão lugar a inveja. Rúben ao ouvir o plano de seus irmãos não concordou em matar José, mas tentou livrá-lo dando a ideia de jogá-lo em uma cova seca, em meio ao deserto. Talvez diríamos de Rúben que era um bom homem, alguém que não tinha um sentimento maligno em seu coração de matar seu próprio irmão, mas acabou deixando a desejar quando conivente ao mal proposto ao seu irmão que era bem mais novo e pouco podia se defender. Gn 42. 21 diz que José suplicava pela misericórdia de seus irmãos, porém não davam ouvidos ao menino, tudo indica que Rúben não resistiu este momento e se retirou para não ouvi-lo no buraco pedindo ajuda, por isso não viu quando o venderam (Gn 37.29), José fora vendido aos Ismaelitas e Rúben seu irmão mais velho não estava lá, este que tinha concordado em apenas jogá-lo em um buraco havia perdido seu irmão e a culpa de ter errado mais uma vez com seu pai tomaria conta de seus pensamentos, saber que seu pai sofreria outra perda (Jacó já tinha perdido sua esposa Raquel Gn 35.19). Gostaria de abrir um espaço nesta Palavra para falar de José, o filho amado, o filho em que o próprio Deus mostrou coisas grandes, alvo de grandes promessas de Deus, está bem claro que foram os Ismaelitas que o levaram, porém a Bíblia nos deixa claro a mercadoria que estes levavam ao Egito, estes levavam “especiarias”, quando a tradição nos diz que os Ismaelitas eram comerciantes de Petróleo (já naquela época) e alcatrão, ou seja, cargas mal cheirosas. Quero usar esta verdade como analogia a nova carga que levavam (José), eis ali uma das especiarias de Jeová, eis ali um jovem que com suas atitudes fazia subir aroma agradável às narinas do Senhor e além disso, seria horrível o caminho até o Egito sentindo o odor das cargas costumeiras dos Ismaelitas, José poderia contrair doenças respiratórias talvez... Mas Deus se mostra sempre presente em tudo, até nos mais simples detalhes de nossa história. Se tinha alguém com mais autoridade entre aqueles irmãos, se tinha alguém que poderia acabar com aquela tortura era Rúben, mas este caiu no erro que nos diz a Palavra em Rm 1.32 de gente que conhece a justiça, não somente fazem coisas erradas, mas consente com as coisas erradas. Dentro das igrejas temos visto isso, pessoas sendo tratadas com desprezo, indo embora, voltando para o mundo e sendo negociadas como escravas no Egito (mundo), sendo irmãos “mais novos”, “irmãos que não tinham tantas condições de se defenderem sozinhos, pessoas que poderiam ter sido amparadas por irmãos mais vividos, pessoas que saberiam o quanto o Pai Celestial sentiria alegria em vê-las novamente em sua casa. Como temos nos comportado hoje em nossa vida de comunhão com nossos irmãos? Quando a Bíblia nos exorta a não atentarmos apenas para o que é nosso e sim para o que é do nosso irmão também, para que haja em nós o mesmo sentimento que estava em Cristo, que sendo Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, antes assumiu a forma de servo se entregando e sofrendo aquilo que era para nós sofrermos (Fl 2), temos vivido dentro das igrejas uma individualidade que tem sido terrível e maligna, nos fazendo mais parecidos com o inimigo do que com Jesus, cada um buscando sua benção, cada um com o olhar em seu alvo e para alcançá-lo não importa quem deve ser passado para trás ou que deve cair... Não nos responsabilizamos pelas almas que se perdem, síndrome de Caim que dizia ao Senhor após perguntá-lo onde estava Abel: Sou eu guardador de meu irmão? (Gn 4.9), quando ele mesmo o havia matado. Quantos se deixam usar pelo inimigo para que irmão morram? Quantos são responsáveis e depois se fazem de despercebidos? Deus está vendo tudo! E com certeza prestará conta das almas que tem se perdido pela falta de cuidado. Paulo fala em sua primeira carta aos coríntios a respeito destas coisas: I Corintios 6:6-8 "6 - Mas o irmão vai a juízo com o irmão, e isto perante infiéis. 7 - Na verdade é já realmente uma falta entre vós, terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano? 8 - Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos irmãos." Paulo escreve a uma igreja que tinha todos os dons (1Co 1.7), uma igreja super- espiritual, mas que não tinha poder de Deus suficiente para sofrer o dano, sofrer a injustiça, eis a maior manifestação do poder de Deus em nossa vida, quando temos o mesmo sentimento que estava em nosso mestre, nos tornamos verdadeiros discípulos quando colocamos em prática os ensinamentos que Ele nos deixou. Gn 37.29,30 diz que Rúben rasgou suas vestes e foi até seus irmãos e disse: “O menino não está mais lá! E eu onde irei? Rúben não tinha noção de o quanto aquela brincadeira terminaria tragicamente, por isso rasga suas vestes, note, apenas Rúben faz isso! Rúben diz não saber para onde ir... como olhar nos olhos do pai novamente, sabendo que poderia impedir tamanha crueldade e não apenas isso, ser participante dela. Hoje nas igrejas existem pessoas de todos os tipos, pessoas cantando, tocando, pregando, pastoreando... mas que não cuidaram de seus irmãos que se perderam no caminho, é claro que a decisão de caminhar é de cada um, mas aqui estamos tratando de pessoas que não tinham forças para se defenderem sozinhas, que precisaram de auxílio e ao ouvir seus clamores nos ausentamos e quando voltamos o lugar já estava vazio. Pensemos nisso e se ainda dá tempo... que possamos buscar aquele que está perdido, assim seremos verdadeiros discípulos, pois: Lc 19.10- Porque o Filho de Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido!

Um comentário:

  1. MARAVILHOSO TEXTO!!!!MENSAGEM QUE DEVE, MESMO, SER MAIS PREGADA EM NOSSAS IGREJAS! É TRISTE VER A IGREJA DE CRISTO INDO NO SENTIDO CONTRÁRIO DO PROPÓSITO MAIOR DE CRISTO, QUE É JUSTAMENTE ESSE RESGATE! (EZEQUIEL 34.21)

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